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The Flash – 3×04 The New Rogues

Por: em 26 de outubro de 2016

The Flash – 3×04 The New Rogues

Por: em

“The New Rogues” é um clássico episódio de The Flash. Sem grandes arroubos dramáticos, sem muitas mudanças significativas na história, apresenta avanços, desenvolve relacionamentos, diverte e traz um “meta-humano da semana”.

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O maior acontecimento dele, do qual com certeza ainda falaremos, foi a ideia um tanto quanto estúpida de Cisco, Harry e Caitlin de vasculhar o multiverso atrás de um novo Wells para que Harry pudesse retornar à Terra-2. Sério, gente? Sério que depois de tudo que eles passaram, eles vão simplesmente pegar alguém desconhecido de outra Terra e trazer para o time? Até é uma atitude que eu esperaria de Cisco, impulsivo como ele é, mas de Caitlin e Harry, tão comedidos como são, jamais. E se isso trouxer outro Hunter Solomon? Ou alguém com interesses mais sombrios? É arriscado demais e eu achei que isso seria apenas uma forma do roteiro preencher o episódio para depois Harry acabar decidido a ficar na Terra-1, mas não. Realmente ganhamos um novo Wells, numa versão um tanto humorística e hippie, que serve mesmo, a primeiro momento, para provar novamente que Tom Cavanagh é o melhor ator dessa série, de longe. É o 3º personagem que o veremos interpretando e o novo Wells, em alguns minutos, já parece muito diferente de Eobard e de Harry.

Só não consigo entender porque toda essa pressa do roteiro em levar o personagem de volta à Terra-2. Se, como Harry mesmo disse, ele queria que Jesse aprendesse algumas coisas com Barry, não é uma única missão que vai trazer isso e ele poderia ter ficado mais alguns episódios.  A única explicação lógica que consigo ver para isso é que, de alguma maneira, a chegada do novo Wells (como vamos chamar ele? Por enquanto vai ser Wells mesmo, até o Cisco arrumar um nome legal para ele) está diretamente ligada à trama central da temporada e que ele esconde mais segredos do que parece. Disso tudo, o que ficou então foram ótimas cenas de despedida do personagem, que esteve mais afiado do que nunca. Disputando com Cisco a escolha do nome dos meta-humanos, usando seus conhecimentos científicos para tentar derrotar o Mestre dos Espelhos ou mesmo na hora de se despedir, Harry foi exatamente o cara irônico e inteligente que aprendemos a amar (tirando a parte desse plano de procurar um sósia!) e vai fazer falta. Como Cisco brilhantemente definiu, “só existe um Harry.” E, lá no fundo, meu coração ainda espera que ele – e Jesse – em breve voltem para ficar.

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Até porque, no que tange à garota, agora ela tem mais um motivo para voltar. Avançar sua relação com Wally no episódio de despedida da nova velocista é cruel, mas sintomático de que ainda há muito que se contar nessa história e, aparentemente, o que o roteiro quis foi nos entregar uma introdução. Os sentimentos mútuos entre os jovens surgiram na temporada passada, no momento em que eles eram os únicos a serem “excluídos” e “protegidos” das partes de Harry e Barry e é bacana que Wally já tenha deixado de lado (por hora) a birra por não ter poderes e tenha se colocado do lado da “amiga”. Diferente de Barry e Iris, que emulam um relacionamento mais adulto e maduro (até onde é possível), Wally e Jesse trazem consigo toda a doçura do amor juvenil, aquele que a gente acha que vai ser o maior do mundo e que evita a todo custo se jogar de cabeça com medo do sofrimento, como West ainda tentou fazer aqui, antes de perceber que não havia jeito. Ele já estava fisgado e deixar de viver isso, mesmo que por alguns momentos, por medo dar dor, não era aceitável. Já fico torcendo pra que ela retorne logo e ganhemos mais do que aquele beijo trocado inocentemente, longe de todos.

E esse medo parece ser algo que está presente naqueles que Joe considera como filhos. Por mais divertido que tenha sido, foi um tanto quanto estranho todo aquele drama do Barry a respeito de se sentir desconfortável perante o pai de criação quanto a sua relação com Iris. Por um lado, é compreensível quando levamos em conta que Joe considera os dois como filhos, mas por outro… Joe já sabia há tempos da paixonite de Bar por Iris e não era surpresa para ninguém que, eventualmente, eles acabariam nos braços um do outro. No fim das contas, me pareceu mais um plot para encher o roteiro durante o tempo do episódio do que algo de relevância ou que precisasse mesmo ser desenvolvido. Mas pra não falar que eu tô amargo demais, deu pra rir um bocado com o Barry tentando falar com o Joe sobre o caso e com a Iris tendo que intervir. Fazendo um pouco de esforço, dá pra entender um pouco o velocista escarlate quando ele fala que tudo na vida dele agora está dando certo e ele não sabe como reagir a isso porque, de fato, nós estamos tão acostumados a ver tudo dando errado que, quando a vida nos presenteia com boas surpresas, às vezes é complicado reagir a elas. Mas Bar vai conseguir tirar essa de letra.

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Diferente de semana passada, onde Magenta nos entregou um arco dramático e que rendeu até mesmo boas reflexões, o meta-humano da semana acabou sendo apenas mais do mesmo. Scudder não tinha motivação alguma além de querer se vingar de Snart por uma richa do passado. Mestre dos Espelhos e Top até tinham poderes interessantes e que poderiam dar trabalho, mas que não empolgaram tanto assim e acabaram servindo, olhando a trama de uma maneira geral, para duas coisas. A primeira, um desenvolvimento maior de Jesse como heroína. A garota pode treinar com Barry pelas ruas da cidade, viu o que era enfrentar um meta humano, aguentou as consequências da impulsividade (quando o seguiu atrás do Mestre dos Espelhos e quase morreu) e aprendeu a conviver com o esmagador peso da culpa, quando o Flash foi aprisionado. Nesse ponto, é muito mais interessante ainda o relacionamento que ela desenvolveu com Wally, porque é como se o garoto funcionasse para Jesse como Iris funciona para Barry: Uma âncora, algo em que se apoiar quando tudo parece está desababando; alguém que lhe confere novamente forças para seguir em frente e salvar o dia – e, por isso mesmo, ela tem que voltar logo.

A segunda coisa foi o que esperamos há muito tempo: Um foco maior nos poderes de gelo de Caitlin. Por mais que o roteiro não tenha sido nenhum pouco discreto e deixado óbvio que era Snow que tiraria Barry do espelho usando suas novas habilidades, foi bem bacana ver a cientista esquecendo um pouco o medo para salvar o amigo. Ainda não consigo aceitar muito bem o fato dela querer deixar isso em segredo (mania chata que esse povo de série tem), ao invés de abrir logo o jogo e pedir ajuda. Claro, há todo o trauma envolvendo o encontro com Nevasca na Terra-2, mas o fato de possuir os mesmos poderes de sua evil doppelganger não quer dizer que Caitlin se tornará má. Isso é algo que decorre única e exclusivamente de suas escolhas e, tendo o apoio que com certeza ela teria, dificilmente isso iria acontecer. Bom, os primeiros fios brancos e a boca azul já apareceram, então ela vai ter que se apressar, porque aparentemente a coisa tá se desenvolvendo muito mais rápido do que o esperado.

Outras observações:

— Eu não disse que Jesse já estava quase tão rápida quanto Barry?

— Melhor quote do episódio: “Meu Deus, eu me tornei o Oliver.” Boa, Barry.

— Alardearam tanto essa volta do Snart… pra termos menos de 5 minutos e ainda em flashbacks e hologramas. Melhore aí, CW.

— Jesse passeando pela cidade com o Wally, que coisa mais bonitinha.

— Cecil voltou, para alegria de Joe. Será que dá liga?


E você, o que achou do episódio? Triste pelo fim prematuro de Wally e Jesse? Feliz pela provável transformação de Snow em Nevasca? Deixe seu comentário e até semana que vem! 

Até lá, fique com a promo de “Monster”, próximo episódio:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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