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The Flash – 3×06 Shade

Por: em 18 de novembro de 2016

The Flash – 3×06 Shade

Por: em

Ano passado, foi ao fim do 6º episódio, com Zoom se revelando como vilão e quebrando a coluna de Barry, que a temporada de The Flash começou a empolgar. Provavelmente não por coincidência, é novamente no capítulo 6 que a série apresenta o que tem de melhor, mostra o nêmesis do ano e volta a empolgar como antes. “Shade” possui a fórmula perfeita: É divertido, enigmático e sabendo dosar muito bem a ação e a emoção. O episódio que estávamos precisando para que a empolgação trazida pelos primeiros trailers de Flashpoint voltassem.

wally-joe

No centro da história, finalmente tivemos Wally e seu desejo de ser um herói. Eu consigo comprar bem todo esse sentimento de pertencimento a algo maior que o Wally desenvolveu desde que foi salvo pelo Barry na temporada passada, então dá pra entender um pouco (bem pouco) porque ele fica tentando no momento em que abre-se uma janela de oportunidade para que ele se torne um velocista. Mas não há como negar que os argumentos de Joe eram realmente convincentes. A questão ia além de Wally ter ou não poderes, mas tocava principalmente na forma como ele iria conseguí-los. Já está comprovado por A + B que Alquimia não é uma boa pessoa e tem intenções malignas o que, junto com a personalidade não muito forte e até bastante influenciável de Wally, é a receita certa para um desastre. O clímax do episódio em si (já falaremos especificamente sobre isso), quando o garoto cede a tentação e acaba ficando preso num casulo, comprova isso e mostra que, apesar de aparentar durante muitos momentos do episódio, Wally ainda não amadureceu tanto assim.

O que com certeza ganhou contornos mais maduros foi sua relação com Joe. Quando o roteiro da série inseriu o garoto como um moleque irritante e problemático na temporada passada, muita gente (eu incluso) reclamou disso. Hoje eu vejo que faz todo o sentido, porque existia um arco de narrativa já em percurso. Era preciso que Wally passasse por toda aquela fase rebelde para justificar as preocupações de Joe com o filho nesse momento. Wally não é Barry e é bem bonito o momento em que o detetive assume isso, mas deixando claro que o medo de ver Wally com poderes decorre do fato de se ver muito nele: Um garoto com um coração do tamanho do mundo, mas inconsequente e irresponsável quando se trata de atingir aquilo que almeja, o que é a exata descrição do garoto.

savitar

Era um tanto óbvio que o plano para prender o Alquimia usando Wally como isca, ia dar errado. Alquimia já mostrou que não é um simples metahumano que pode ser capturado com um simples flagra policial e foi um erro de Barry, Joe e Wally subestimar o inimigo. Os últimos minutos do episódio, que trazem o desfecho do plano, são os melhores da temporada. Grant Gustin e Keiynan Lonsdale, especificamente, estavam muito bem. O primeiro mostrando nos olhos o horror de ver uma força que ainda não tem noção do que é derrubando todos os policiais e o segundo externando o conflito entre ouvir o pai, o irmão adotivo e os amigos e abandonar de vez a ideia de ser Kid Flash ou seguir  os sonhos que Alquimia lhe mostrou e sentir em suas mãos os poderes que tanto sonha em ter. No fim do dia, Wally ainda é um adolescente, então foi sem nenhuma surpresa que o vi escolhendo os poderes e sendo envolvido por uma espécie de casulo que me lembrou muito a forma como Daisy recebeu seus poderes em Agents of S.H.I.E.LD. 

E nos minutos finais, fomos apresentados ao que parece ser o vilão da temporada e a pessoa por trás de Alquimia. Se autodenominando como Savitar, o deus da velocidade, a aparição dele joga um balde de água fria naqueles que estavam comemorando a chegada do Alquimia por enfim termos um vilão que não era um speedster. O que dá pra dizer por hora é que o visual ficou muito legal e que provavelmente Barry vai ter mais trabalho do que teve pra derrotar Zoom e Reverso.

caitlin

Mas nem só de Wally e Alquimia viveu o episódio. Caitlin também teve sua parcela de importância e finalmente seus poderes vieram a tona. Não sei até onde podemos julgar Cisco por ter revelado a equipe que a cientista estava desenvolvendo poderes de gelo, pois existem muitas variantes na equação. Primeiro e mais óbvio, era claro que esse era um segredo de Snow, um segredo que num momento de desespero ela confidenciou ao amigo (um tanto quanto porque iria explodir se não falasse com alguém, um tanto também para não ver HR acusado injustamente do roubo das algemas). Por esse ponto de vista, era bem claro que Ramon não tinha direito nenhum de revelar isso para os outros.

Mas, em contrapartida, eles já passaram por muita coisa durante esses tempos e Cisco sabe melhor do que ninguém o quanto esconder esse segredo poderia custar. Ele vibrou para o futuro e viu o momento em que a transformação de Caitlin em Nevasca está completa e eles dois batalham, então dá pra ver a revelação como um pedido de socorro silencioso; uma forma de prometer para si mesmo que vai fazer tudo que estiver ao seu alcance para impedir que a amiga se transforme numa vilã. O bom é que, no fim das contas, Cait entendeu isso e perdoou o amigo, depois de uma bela conversa. Não dá pra saber, contudo, é como ela vai reagir à Barry depois do diálogo dos dois. Saber que nada daquilo tinha acontecido na linha do tempo anterior e que (eu ia falar indiretamente, mas é diretamente mesmo) tudo é culpa das escolhas de Barry ao criar o Flashpoint. Vai ser mais uma culpa para o velocista escarlate carregar em seus ombros.

Culpa que, aliás, ele já carrega. Seu desabafo com a cientista é bem bonito, mas o fato é que agora, são apenas palavras soltas que tudo que podem fazer é trazer um pouco de conforto e pena, mas não podem mudar nada do que aconteceu. Outra conversa bem bonita, também na mesma linha, foi a que Bar teve com Iris quando Wally estava preso. Não consigo entender bem porque a garota atravessou aquela crise de identidade, de se sentir inútil e insignificante. Nem era preciso Barry externar que ela era uma parte muito valiosa de tudo aquilo e que, sem ela, ele próprio não seria nada. De qualquer forma, foi um momento bem bonito dos dois e valeu por ouvir Barry dizendo que “Não existe The Flash sem Iris West.”

Outras observações:

— Não achei onde citar isso na review, então bora comentar aqui: Alguém confia mesmo no HR? Sei lá, tem alguma coisa nele muito estranha e esse bagulho de mudar totalmente o rosto de alguém não me cheira bem. Quem garante, por exemplo, que o rosto original dele é o de Harrison Wells? Pode ser qualquer um agora.  Pelo menos, já contaram para que ele que, nesse mundo, Wells é procurado pela polícia. Por mais que ainda não dê pra saber as reais intenções do “”cientista””, ele merecia saber antes de sair perambulando por aí.

— Aliás, se ele não parar de dar em cima de Cecil, o Joe mesmo vai garantir que não saia mais por lugar nenhum. Divertidíssimas as sequências do filme a céu aberto.

— Absurdamente suspeito Julian estar ausente no exato momento em que vão encurralar o Alquimia. Tão suspeito que eu tenho quase certeza que foi uma trollagem do roteiro e que o rapaz só estava doente mesmo.

— O Shade, meta-humano do episódio, acabou sendo só mais uma forma da série trabalhar o Alquimia, mas foi um personagem interessante e com um poder curioso, que merecia mais destaque. O que fiquei curioso foi: Será que, de alguma forma, o Cisco pode vibrar até esse ponto, de conseguir se projetar em uma sombra como ele? Seria legal.

— Essas últimas semanas foram corridas, por isso acabei atrasando um pouco essa resenha e não consegui responder os comentários de vocês na passada. Mas agora, voltamos a nossa programação normal e peço desculpas!

Fique com a promo de Killer Frost, episódio de próxima terça e, até lá, deixe seu comentário!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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