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The Flash – 3×14 Attack on Central City (2)

Por: em 3 de março de 2017

The Flash – 3×14 Attack on Central City (2)

Por: em

Curiosamente, a segunda parte do episódio sobre o Gorila Grodd quase não teve o Gorila Grodd em si no episódio, salvando cerca de 5 a 7 minutos para o confronto dos velocistas com o exército de Grodd. Mas isso não é uma crítica, já que em quase todos os pontos, Attack of Central City (2) é muito superior à sua primeira parte, exibida semana anterior.

De quebra, a gente tem Harry. Tom Canavagh é incrível em qualquer um dos 500 personagens que interpreta, mas é no cientista autoconfiante e cheio de si da Terra-2 que reside seu personagem mais carismático. Foi ótimo ver novamente Harry e Cisco juntos trabalhando em um caso, vê-lo interagindo (e implicando!) com H.R e tentando à sua maneira lidar com o fervor da juventude de Jesse, que a fez decidir ficar na Terra-1 com Wally. Por mais que tenha soado como uma artimanha dele para convencer a filha a não ficar, não acho que seja totalmente mentira a história da doença. Talvez Harry tenha exagerado um pouco, ou até mesmo falado de uma desconfiança como algo que já considera certo, mas isso não me parece algo aleatório e sou capaz de apostar que cedo ou tarde ele vai voltar, doente de verdade, para passar seus últimos momentos com Jesse – o que seria bacana. Quanto mais tempo de tela pra ele, melhor.

Wally foi bem digno no momento em que contou a Jesse da “doença” e pediu que ela voltasse para a Terra-2 com o pai, a propósito. Quando Harry comentou o assunto, imaginei que Wally esconderia isso de Jesse e seria o primeiro passo para uma briga futura entre os dois (já que relacionamento nenhum se começa com mentiras). Como foi bom estar errado. As circunstâncias em que eles estão escolhendo viver o que sentem já são arriscadas o suficiente (em algum momento futuro, Jesse pode se arrepender de ter aberto mão do seu mundo pelo garoto), então a última coisa que eles precisavam era de mais um peso nos ombros. Até agora, eles não tiveram tempo pra ficar juntos de fato, sempre foi aquela coisa urgente, necessária, impulsionada pelo calor do momento, mas sempre Jesse ia embora. A prova de fogo ainda vai vir e pelas rugas hesitantes no rosto de Wallace quando ela falou que eles teriam que procurar um apartamento para os dois, o negócio pode ser um pouco mais complicado do que parece a princípio.

O plot mais bacana do episódio, contudo, acabou sendo Barry e o clássico momento de dúvida do herói: Matar ou não matar. Era óbvio que essa inquietação chegaria cedo ou tarde para o velocista escarlate (ela chega pra todos, não tem jeito). Diferente de Oliver, que começou um tanto radical, depois mudou e, por fim, se viu obrigado a voltar a matar, Barry começou toda essa coisa de Flash com luz, alegria e empolgação, coisa que foi se esvaindo a medida que o tempo avançou, os inimigos e problemas foram ficando mais complicados e ele começou a perceber a enorme responsabilidade que colocou em suas costas. Mas apesar de tudo, Barry ainda não é Oliver. Não teve o treinamento duro que ele teve, não passou anos isolado da sociedade e às vezes parece sentir mais e ser muito afetado que o amigo. Dá pra entender porque esses questionamentos vieram aqui já que a iminência de uma morte de Iris se aproxima cada vez mais, mas dava pra sentir que Allen ainda não estava em seu limite. Ainda não seria o Grodd o vilão que o faria cruzar essa linha sem volta e todo esse momento foi uma confusão de sentimentos, mas que já veio mostrar como o garoto assustado que um dia acordou com poderes está cada vez mais crescendo e entendendo que o mundo é duro.

No fim do dia, Barry se sente como um farol de luz e esperança, não apenas para ele, mas para todos (agora especialmente Wally e Jesse, seus pupilos) e isso também deve ter contado quando ele decidiu tentar um plano B e não acabar com a vida do gorila. Mas o questionamento deixou lições para o futuro e, também, para o presente, resultando em um belíssimo, porém apressado, pedido de casamento. A cena foi muito bonita (Grant Gustin de terno is my new spirit animal), bem orquestrada e o casal já é, de fato, uma das coisas mais bacanas da série, mas… Tenho medo de, no futuro, quando Iris for salva de Savitar, eles se questionem se não estão pulando etapas pelo simples medo de perder um ao outro. É claro que a gente tem que viver a vida como se não houvesse amanhã (especialmente no caso deles, que a possibilidade de não haver é ainda mais forte), mas às vezes existem outras formas de fazer isso, sem tomar um passo tão grande. No fundo mesmo, o que eu espero é estar errado e que eles passem longe de brigar, só fiquem cada dia mais firmes e fortes juntos (E que Iris não tenha o mesmo destino de Laurel).

A presença de Gipsy também foi algo interessante e, mesmo com certas conveniências de roteiro (é claro que ela estaria caçando algo justamente perto de Gorilla City no momento em que Grodd quer atacar Central City, né?), foi mais bem feito que muita coisa do último episódio, então não dá pra reclamar. Sua interação com Cisco continua sendo uma das melhores coisas de suas participações e aqui, acabaram salvando o dia. O plano de trazer Solovar de Gorilla City para tentar deter Grodd não foi exatamente o mais inteligente do mundo (imagina se ele se une a Grodd e aí eles tem só mais um inimigo em potencial pra derrotar?), mas funcionou. Foi bom também saber que a personagem estava controlada quando abriu a fenda e que não tinha noção do que fazia, já que pouco sentido faria se ela da noite pro dia tivesse do lado dos gorilas. E seu momento com Cisco, na Terra-19, quando ele a convence a ajudar, é um dos grandes da personagem até então. No fundo, Gipsy tem um coração enorme, se apegou a Cisco e toda essa relutância que sempre mostra é clássica de quem no fundo quer seguir os instintos, mas ainda é muito preso a convenções pré-estabelecidas. E, por isso mesmo, foi ótimo vê-la quebrando isso um pouquinho para ajudar seus novos amigos. Não dá pra exatamente contar o beijo no garoto como prenúncio de nada porque não sabemos quando a personagem volta, mas foi uma cena bonita e um bom prognóstico para o futuro.

Pena que não podemos dizer o mesmo da cena final, pelo menos para os personagens. A volta de Savitar e seu encontro na rua com Wally mostra que as coisas vão voltar a ficar complicadas para Barry e companhia, mas também é o raio de esperança de que a temporada finalmente engrene. A 9 episódios do fim, não há mais tempo para episódios mornos ou plots soltos. É hora de dar liga e voltar a ser o que a série um dia já foi, antes que o dano seja irreversível.


Outras observações:

— HR e Harry juntos é algo tão incrível que nem dá pra colocar em palavras.

— Quando a Gipsy cita Luke Starkiller, o coração nerd parou um pouco. Salvo engano, esse era o nome de um dos muitos rascunhos do primeiro filme de Star Wars, lá nos anos 70: “As Aventuras de Luke Starkiller.”

— Dia da Amizade? É cada celebração estranha na Terra-19. Ou alguém já fez festa no nosso dia do amigo?

— Missão nuclear, Grodd? Esperava mais originalidade de você.

— Os macacos foram até bem feitos, o que explica porque só apareceram no final. O orçamento não cobria tudo.

— Pesada a cena do Joe com a arma.

— Wally e Jesse reagindo ao beijo de Cisco e Gipsy: Claramente eu.

— Fique com a promo de The Wrath of Savitar, episódio de próxima terça, que promete ser um dos melhores da temporada! Até lá, deixe seu comentário! 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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