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The Flash – 3×17 Duet (Crossover – Pt. 2)

Por: em 25 de março de 2017

The Flash – 3×17 Duet (Crossover – Pt. 2)

Por: em

“Este mundo pode correr muito rápido
É difícil de ver quando tudo passa voando
Mas está claro agora, quando você está de pé aqui
Que eu estou destinado a estar onde você estiver ao meu lado”

A ansiedade foi grande e, depois de muita expectativa, o tão alardeado episódio musical de The Flash chegou. Nem uma obra prima como o de Buffy e nem algo sem graça como o de House, Duet acaba sendo um filler divertido, bacana e que funciona muito bem em sua proposta. Um ótimo respirar em meio a uma temporada um tanto quanto duvidosa. Difícil dizer o que estava melhor colocado: Se a química sempre fantástica entre Grant Gustin e Melissa Benoist, o delicioso vilão (?) de Darren Criss, o universo alternativo criado para que a ideia funcionasse (com o amparo de um ótimo texto, vale também ressaltar) ou os novos papéis interpretados por velhos personagens.

Uma das minhas maiores preocupações era como o texto faria com que de repente todos os personagens resolvessem começar a cantar. Claro que por ser tratar de um especial musical eu não me importaria que fosse algo do nada, mas foi ótimo ver o roteiro preocupado em criar uma situação em que a coisa toda se tornasse verossímil, com o coma induzido ao qual o Maestro da Música submeteu Kara e Barry. Que eles mesmo tenham criado todo aquele mundo é algo que dá pra comprar perfeitamente, dado não apenas a personalidade deles (qual é. Vai me dizer que não é a cara do Barry tentar superar a bad assistindo musical e tomando sorvete?), mas também ao momento… digamos que complicado que ambos passam em seus respectivos relacionamentos.

Falando nisso, o papel que Iris e Mon-El tiveram no desenrolar do episódio também foi algo que me agradou muito. Ok, a gente precisa de um pouco de esforço pra engolir a explicação de que o Maestro da Música era no fim das contas alguém tentando colocar um pouco de luz e resolução no caminho dos dois casais, mas foi bem bacana ver que eles (e o sentimento que nutriam por seus respectivos parceiros) foram a saída para que Barry e Kara conseguissem sair do coma e, de quebra, resolvessem a situação amorosa danificada que ali se encontrava. Mas antes de falarmos disso, como não citar o estrondo que é a química entre Grant Gustin e Melissa Benoist? Sério. É  absurdo o quanto esses dois funcionam em cena. Tudo ganha uma dimensão nova, nada fica fora do lugar e eles conseguem fazer qualquer momento pequeno se tornar algo muito delicioso de assistir. Dá pra entender perfeitamente porque os produtores estão investindo cada vez mais em crossovers entre as duas séries.

E esse é o grande trunfo do episódio. Claro, as vozes deles são excelentes (quem viu Glee não estava preocupado com isso) e as músicas selecionadas foram ótimas, mas nada disso funcionaria se eles não estivessem em uma sintonia perfeita. Os olhares perdidos de Kara cantando Moon River ao vê-lo, por exemplo, são uma ótima prova disso. Se eu fosse escolher algum aspecto para criticar no episódio seria apenas a ausência de outro duetos entre eles.  Não que o que ganhamos não tenha sido bom, claro. Pelo contrário. Superfriend foi incrível, já foi pro meu celular e é sem dúvida um dos melhores momentos não apenas de Duet, mas da série no geral. Letra, melodia e interpretação casaram perfeitamente não apenas com o momento, mas com a proposta do crossover, a relação muito bacana entre Kara e Barry e ambas as séries, de uma forma geral.

Mas é claro, os outros personagem também tiveram seus espaços e conseguiram brilhar. Put a Little Love in Your Heart foi o primeiro momento do episódio que me fez querer levantar da cadeira e começar a dançar e cantar com eles e mostra a força que os personagens coadjuvantes – de ambas as séries – tem. Os protagonistas são incríveis e sempre dão um show à parte, mas há que se dizer que figuras como Cisco, Winn, Joe e tantos outros também tem sua grande parcela de importância no funcionamento das séries e foi uma ótima sacada de roteiro aqui apresentar versões diferentes daquelas a que estamos acostumados. Todo o clima de cabaré e anos 60 também combinou muito bem, vale ressaltar.

plot da realidade alternativa, retratando o amor proibido entre as figuras que Iris e Mon-El encarnavam naquele mundo, é algo que funciona muito bem não apenas pela confusão deliciosa que causa, mas também por ser algo bem clássico de musicais (já viram West Side Story? Se não, deveriam). Aliás, o episódio é todo recheado desses pequenos momentos e citações a filmes do gênero, com um foco maior em Cantando na Chuva O Mágico de Ozoutro acerto gigante de Berlanti e produção, que além da construção de uma história bacana em 40 e tantos minutos, ainda prestaram uma pequena homenagem a um dos gêneros mais marcantes do cinema (e quer você curta musicais ou não, não pode discordar da importância dos mesmos em Hollywood. La La Land tá aí pra provar isso, mesmo que não tenha ganhado metade dos Oscars esperados).

Mas, no fim do dia, isso aqui tudo ainda é The Flash e, talvez por isso, Runnin Home to You tenha sido meu momento favorito do episódio inteiro. Grant Gustin tem uma voz fantástica e segurou muito bem o solo, mas tem que dividir o momento com uma melodia linda, uma letra emocionante e uma cena que certamente já entra pros anais das mais marcantes da série. Valeu a pena a briga, os episódios estranhos e todos os plots anteriores pra que tenhamos chegado a esse belíssimo pedido de casamento. Porque, quando o sol se põe, as cortinas caem e a roupa de super herói fica de lado, o que fica é isso. A certeza de que não existe um mundo nos multiversos em que Barry Allen e Iris West não sejam um o encaixe perfeito do outro. A calmaria que vem depois da tempestade. O refúgio em meio (ou antes) da tragédia. O amor que cuida, protege e cura. E mesmo que o episódio não tivesse sido tão bom, só por nos lembrar de tudo isso, ele já teria valido a pena.


Outras observações:

— Todas as músicas já estão em replay aqui desde ontem, quando vi o episódio.

— Stein e Joe como um casal: Que coisa maravilhosa.

— Acho que, realmente, a única coisa que não deu pra engolir muito bem foi a motivação do Maestro. Mas ok, vamos deixar passar hoje.

— Deu aquela saudade de Glee? Deu.

— Olha, eu particularmente não me importo se continuarem colocando o Chris Wood em todas as séries da CW.

— A cena do Caçador de Marte se revelando foi outra coisa maravilhosa.

— O quanto Grant, Darren e Melissa devem ter se divertido nesse episódio… Não tá no gibi.

— Desculpem novamente a demora. Consegui ver o episódio antes, mas eu gostei TANTO que achei que não merecia uma review feita às pressas em qualquer lugar, então esperei realmente conseguir sentar para me dedicar só a isso.

Semana que vem voltamos a nossa programação normal, com o que parece outro filler… Vamos ver.

Agorá e sua vez. Conta aí pra mim o que achou! Desnecessário ou uma das coisas mais legais que já vimos em The Flash? 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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