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The Flash – 3×19 The Once and Future Flash

Por: em 27 de abril de 2017

The Flash – 3×19 The Once and Future Flash

Por: em

Sem tempo para enrolação e a 5 episódios do final, The Flash voltou do hiatus com um episódio… na falta de uma palavra melhor, interessante.

Vamos colocar assim: “The Once and Future Flash” foi um capítulo acima da média da temporada, mas que pela sua história, tinha potencial pra ser bem melhor e mais significativo. Pragmaticamente falando, o que descobrimos de novo? Que Barry ficou devastado pela morte de Iris? Que o Team Flash se destabilizou? Nada de surpreendente até aí. As novidades mesmo são a aliança de Nevasca com Savitar e a descoberta de que, em 4 anos no futuro, uma física irá construir uma tecnologia que ajudará Barry a prender Savitar na speed force. Mais uma vez, a identidade do vilão foi colocada em debate, dando a entender novamente que é alguém conhecido e que irá surpreender a todos. Eu tô esperando, de coração aberto, que essa revelação não decepcione, mas não consigo imaginar ninguém que sustente tanto hype. 

Apesar de tudo isso, foi bacana ter um vislumbre do que será o futuro de todos, caso Barry falhe em sua missão de salvar Iris e como isso impactou muito mais do que parecia. Aquele Barry de 2024 é um Barry totalmente destruído e que perdeu tudo. O descuido com o cabelo, a construção melancólica, o olhar cabisbaixo e o tom de voz soturno que Grant Gustin conferiu a versão futura de seu personagem casaram muito bem com a proposta e deixaram claro o quão quebrado o Barry de 2024 está. Com a perda de Iris, foi embora também a alegria, o sorriso, a vontade de viver e a dedicação de manter o Team Flash unido. Ao perder sua amada, Barry se fechou em um luto pessoal e, nisso, acabou afastando todos aqueles que também estavam sofrendo com a situação, algo que por mais que possa revoltar alguns, é totalmente compreensível que tenha acontecido do ponto de vista humano.

A promessa que Iris pede que ele faça, logo no começo do episódio, é pesada demais. É como se a garota já estivesse conformada de que irá morrer pelas mãos de Savitar e tudo que lhe resta é tentar garantir que aqueles que irão ficar se apoiem uns nos outros para tentar superar a dor de sua perda, sem saber exatamente o tamanho da mesma. É um pouco parecido com algo que me irritou muito no nosso Barry aqui: O modo como ele parecia “julgar” as atitudes de todo mundo no futuro. Ele acusou sua versão futura de não ter cumprido a promessa de cuidar de Joe, mas ele sabe se ele próprio teria forças pra isso? Não sabe. E se dissesse que sabia, estaria mentindo. Não cabe a ele julgar o tamanho da dor dos outros e o modo como eles lidaram com aquilo. Cada um sabe o tamanho do que pode suportar.

Uma coisa que foi bem bacana foi ver o modo do Cisco do futuro se portar. A alegria de ver o Barry do passado ali era genuína e o brilho nos olhos denunciava como era bom aquele reencontro com um velho amigo – o que só serviu pra também reforçar o quanto o Barry daquele tempo se tornou alguém sombrio e solitário sem Iris. “Prendê-lo” talvez não tenha sido a opção mais legal, claro, mas não dá pra julgar Ramon, ainda mais de descobrir que ele perdeu suas mãos e seus poderes numa luta pra Nevasca. Diferente de Barry, que se fechou na perda e não quis nem tentar sair, Cisco enxergou no Barry antigo a possibilidade de fazer com que tudo voltasse a ser o que era e, certamente, se ele não ao menos tentasse, jamais se perdoaria.

Quanto aos outros personagens naquela nova versão, o roteiro escolheu mostrar um pouco menos do que aconteceu com eles. Encontramos um Julian também sem esperanças e sem a alegria característica, ainda atormentado por ter perdido Caitlin pra sempre. Joe se tornou alguém amargurado e que teve que enfrentar sozinho o luto pela perda da filha, já que Barry não estava lá pra ele e Wally acabou ficando em um estado catatônico numa cadeira de rodas (que cena agoniante de se ver, btw, a que o Barry descobre isso e “conversa” com ele). É triste demais quando ele fala para o Barry do passado que realmente estranhou sua visita ao cemitério, porque Barry nunca visitou o túmulo de Iris. Nem dá pra mensurar o tamanho da dor que o velocista escarlare estava sentindo para que tomasse uma atitude desas…

O encontro com Caitlin também merece destaque. Quando ela fala Não existe ódio nos seus olhos. Ainda.” é mais uma demonstração do caminho negro que Barry trilhou, mas também diz muito sobre os caminhos da própria personagem. Que ela tenha se aliado a Savitar é algo que, por mais que surpreenda a primeira vista, parece óbvio olhando agora (e tira um pouco do meu medo de que as duas tramas caminhassem separadas nessa reta final, sem que nenhuma ganhasse um bom desenvolvimento). Nevasca a dominou totalmente e a cena final já no presente, onde Savitar diz que pretende que Caitlin nunca mais volte, é um prenúncio de dias difíceis. A revelação da identidade do vilão mais uma vez foi postergada, mas agora temos certeza de que é alguém conhecido por Caitlin, que não hesitou um minuto sequer em segui-lo quando finalmente viu seu rosto. Quem poderia ser? Robbie? Eddie? Eu realmente não consigo especular mais.

O desenrolar do ato final, com o Barry do presente/passado conseguindo reunir novamente o Team Flash no futuro foi bem bacana, mas nada demais. Sequer lembraremos daqueles metahumanos em algumas semanas e o importante disso mesmo foi a conversa derradeira entre os dois Barry’s, onde o do futuro revela que, em 4 anos, uma física irá construir o dispositivo que pode derrotar Savitar. De pose da informação, talvez exista uma esperança de que Barry consiga encontrá-la e adiantar o processo antes de Iris ser morta. Caso contrário, o que resta a Barry é seguir o conselho que recebeu do seu outro eu: Aproveitar cada momento que ainda tem ao lado de Iris, antes que o inevitável aconteça.

Não foi um retorno ruim, embora nós saibamos que The Flash pode fazer mais. Mas diante de tantos outros episódios mornos na temporada, esse pelo menos foi interessante por nos mostrar uma versão futura dos personagens e dar um vislumbre de como seria a série se Iris realmente fosse morta (o que ainda duvido). Tomara que os próximos 4 não percam tempo e desenvolvam a trama o mais rápido possível, para que essa temporada de qualidade questionável se encerre e a série possa começar o 4º ano de maneira mais positiva.


Outras observações:

— Tá, né. Eu vou aceitar sem reclamar essa conveniência de roteiro que foi Wally e Barry conseguirem abrir essa fenda pro futuro.

— Eu entendo que tinham que mostrar que o Barry do futuro estava quebrado, mas podiam ter feito um cabelo melhorzinho, viu?

— O abraço e o “Eu te amo” do Barry para o Joe no final: <3

— Uma decepção foi saber que, em 2024, o H.R ainda vai estar naquela Terra.

— Semana que vem finalmente saberemos quem é Savitar. Bora fazer um bolão rápido aqui? Tô inclinado a Eddie ou Robbie. E vocês?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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