Intensidade.
Desde o começo dessa quarta temporada, foi visível a construção e experimento dos produtores e criadores da série em trabalhar com uma tensão infinita entre os conflitos pessoais que os personagens vieram cultivando da temporada passada até aqui, os episódios iniciais Potential Energy e Safe são ótimos exemplos e servem como ponte para o que foi exibido nessa summer finale intensa, apesar de alguns erros cometidos lá trás, o último episódio dessa temporada 4A acertou em cheio no efeito que pretendia causar, capturar o público para sentir a angústia, tensão e preocupação que os integrantes da família Adams-Foster compartilhavam naquele momento.
A premissa principal de Collateral Damage foi Callie finalmente retomar seu projeto de lei para que seja feita justiça com o que aconteceu com Jack, mas para isso precisaria de quinhentas mil assinaturas e ela vê um festival de música em San Diego como uma ótima oportunidade para abordar as pessoas e alcançar seu objetivo, obtendo ajuda de toda sua família, namorado e Aaron; o local foi um belo cenário para que todos os problemas da família fossem conectados. Óbvio que sua tarefa não seria fácil, considerando que Justina continua em sua cola para atrapalhar todo o processo e, apesar das ameaças de sua representante, Callie é encorajada por Stef a continuar seu trabalho com o projeto de lei, evidenciando que a menina, apesar de várias decisões erradas, está agora tentando fazer a coisa certa e precisa que suas mama’s estejam a guiando e dando suporte para sua auto estima que não é muito boa.
Como não bastasse, ela é obrigada à lidar com o fato de AJ, pressionado por Mike, começar à sentir ciúmes das investidas de Aaron em Callie, o que acaba culminando numa discussão entre os dois garotos. Apesar da ignorância de AJ em insinuar que não sentiria ciúmes diante da revelação da namorada que Aaron é transexual e da ótima defesa de Callie em dizer que o menino não era menos homem que o namorado só por ser trans, ela não estava correta em incitar ainda mais o ciúmes do namorado, já que é nítido que Callie está longe de respeitar o relacionamento dos dois e sempre procura algo para se auto sabotar. Diante dessa situação, seria interessantíssimo e uma quebra de paradigmas a protagonista assumir um relacionamento com um personagem transgênero, fico na torcida para que isso aconteça ou como outra alternativa, trabalhem a personagem um período solteira pois ela não consegue dar conta de tanto conflito em sua vida ao mesmo tempo.
Enquanto isso, Stef se vê em um impasse quando uma promoção como detetive seria muito bem vinda agora que ela e Lena possuem filhos que em breve ingressarão na faculdade e candidatando-se ao cargo, descobre que houve uma recomendação do Detetive Grey, o mesmo que tratou de mandar o amigo de Callie para a cadeia. Revoltada com a forma que o homem está tentando comprá-la, ela insinua que poderá expor o trabalho corrupto dele e fazer com que o caso de Kyle seja retratado, mas recebe um retruque de ameaça do Detetive que sabe sobre a forma que ela encobriu Mike no caso em que ele atirou no namorado desarmado de Ana, lá nos primeiros evento da primeira temporada. A batalha sobre a integridade de Stef em deixar um adolescente atrás das grades injustamente em prol do bem estar da sua família é interessante e fica muito difícil saber qual decisão ela tomará.
E por falar em decisões, Brandon começou à colher as consequências das péssimas escolhas que ele tomou. A alegria de passar na Julliard durou muito pouco quando Lena recebe uma ligação da diretoria da escola informando que foi descoberto que ele passou-se por outra para realizar o SAT em troca de dinheiro, ou seja, sua oportunidade de entrar numa das melhores instituições de artes do mundo foi por água abaixo e impossível não se emocionar com o choro engasgado de Brandon e o simples “OK” que ele pronuncia para sua mama ao chorar nos braços dela, aceitando a consequência de seus atos. Espero, que diante de tudo que o personagem veio perdendo e quebrando à cara, finalmente o faça amadurecer e procurar tomar decisões corretas a partir de agora.
A situação de Mariana também se agrava, tomando proporções muito grandes. Era esperado que ela tivesse um surto diante de tudo que estava tentando lidar, o medo que a tomou ao descobrir que foi concedido à Nick uma prisão domiciliar, o fato de receber nota baixa na escola e a notícia que seu namorado irá para a faculdade acabou formando uma bola de neve na cabeça da garota, que ao tomar novamente os remédios de seu irmão e misturar com bebida, acaba alucinando que Nick estivesse atrás dela.
O mesmo estava em casa tentando lidar com o fato de Jesus ter tomado coragem pela irmã e contar para Nick que Mariana havia reatado com Mat e queria ficar longe dele após tudo o que fez. No entanto, ao saber que Mariana está desnorteada e perdida pelo parque do festival, o menino quebra sua tornozeleira e sai em busca de sua ex-namorada, arriscando sua condicional para encontrá-la. E assim o faz, o que dá mais uma nuance para o personagem, que não tem uma boa saúde mental, mas arriscou tudo para esclarecer à ex-namorada que nunca a machucaria novamente e aparentemente, esse é o indício de que Nick verdadeiramente quer mudar. Mas sua atitude não foi muito bem vista quando Jesus, no extinto de proteger sua irmã, interpreta errado a situação de Nick querer ajudar Mariana e os dois brigam fatalmente, onde o garoto acaba acertando Jesus no local que ele operou quando acidentou-se no galpão de casa, deixando-o desacordado e possivelmente em estado grave.
Mas como é de costume, não somente desse cliffhanger seremos obrigados aguentar durante o hiatus, mas também a preocupação por Callie quando ela recebe a visita de Troy Johnson, neto da mulher que Kyle supostamente matou, afirmando para a menina que a pessoa certa está atrás das grades e não há mais nada para investigar sobre esse caso. Ajudando a procurar por Mariana, ela acaba aceitando a carona do homem, mas no carro recebe a ligação de Aaron dizendo que o resultado do DNA foi feito e que acusa o envolvimento de Doug com a arma do crime, mas que o objeto usado está no nome de um parente do sexo masculino da vítima, nos deixando com o coração na mão até a série retornar já que Callie certamente está com o mandante ou verdadeiro assassino dessa história toda.
O saldo da quarta temporada de verão é extremamente positivo, tornando-se uma das minhas favoritas e espero que The Fosters não deixe a peteca cair em sua segunda parte e continue sendo um dos melhores programas exibidos atualmente na grade da Freeform. É prazeroso verificar o valor que a série busca em passar para o seu público que a assiste e a constante preocupação de elenco e produção em entregar boas histórias dessa família que continuem emocionando.
Observações:
- Não achei espaço para comentar a pequena aparição de Jude e Noah nesse episódio, mas com certeza teremos uma fase muito mais obscura dos personagens diante dessa situação de vício em maconha.
- É impressionante a semelhança entre a Bailee Madison e a Maia Mitchell, as duas passam muito bem como irmãs.
- Aliás, que aflição foi ver Sophia ser encurralada no banheiro de forma bizarra por Doug. Ainda bem que ela conseguiu fugir, já que estava achando que retornaram com a personagem somente para criar mais desgraça na vida de Callie.
- Nem preciso dizer que a química entre Stef e Lena é de outro mundo né?
- O elenco é maravilhoso e nós estamos cansados de saber, mas Cierra Ramirez e Louis Hunter (Nick) brilharam como nunca no confronto sincero entre os dois personagens. Assim como, David Lambert soube muito bem transparecer o desespero de seu personagem.
O que acharam da summer finale? A série deve retornar como de costume em Janeiro de 2017 e teremos três longos meses de intervalo, então não esqueçam de comentar!
