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The Good Wife – 7×11 Iowa / 7×12 Tracks

Por: em 20 de janeiro de 2016

The Good Wife – 7×11 Iowa / 7×12 Tracks

Por: em

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A boa esposa voltou.

Seria melhor que ela tivesse continuado de férias?

A dobradinha dos últimos episódios de The Good Wife mostrou-se bastante inconsistente: Iowa foi um saco, totalmente circular e repetitivo, tanto como episódio isolado quanto inserido no contexto de dinâmica da série, Tracks foi até divertido e ágil, mas com os mesmos problemas.

Retomando o evento passado, antes do hiato natalino, Iowa começa exatamente onde KSR terminou, com a revelação do segredo por parte de Eli e o embate recorrente dessa situação. Conhecemos Alicia Florrick há sete temporadas. Ela já passou por diversas situações de stress e sempre resolve tudo na ordem das palavras ou dando algum tapa classudo na cara de Peter. É no mínimo estranho e no máximo constrangedor Alicia separando os pratos para atacar Eli. Fora os planos filmando o pé de Alicia, denunciando o uso de dublês para a cena. Ao invés dos diálogos afiados e de alguma tirada classuda, a protagonista decide tacar tudo pra cima.

A sequência toda é estranha e soa estranha. Ainda bem que é curta e o roteiro parte logo para o resto do episódio, centrado na viagem para Iowa, que carrega o nome do episódio. A viagem, que poderia ser um grande mote para catalisador inúmeros diálogos e cenas interessantes é improdutiva.

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Como uma criança birrenta, Alicia fica sentada com fones de ouvido o tempo todo. E Peter, bom, Peter continua fazendo aquilo que ele sabe melhor fazer: queimar seu filme. Numa sucessão de pequenos conflitos: Alicia discutindo com Eli sobre como gostaria de estar em casa e sendo gravada e viralizando na internet, Peter cuspindo uma das dezenas de unidades de sanduíche de carne (comida típica do estado) o resultado é pior do que se esperava. O futuro candidato a presidente não consegue receber a quantidade necessária de votos dentro de Iowa para se tornar um candidato elegível pelo partido. Fim do sonho para os Florrick.

Tracks traz de volta Rowby Canton, de David and Goliah, um dos primeiros embates de Alicia e Will, poucos episódios depois da divisão entre as firmas. Já conhecido do público, Rowby não aprendeu sua própria lição com o caso anterior e se envolve novamente numa disputa judicial por uma de suas músicas. A ironia é que Alicia, Lucca e Cary estão agora do mesmo lado, representando firmas diferentes.

Nem tudo são flores, já que uma tensão é construída ali: muitos clientes insatisfeitos com a infraestrutura de Florrick/Quinn (as cenas com a vizinha são impagáveis) procuram a firma de Diane. Esses clientes querem algo bem específico, a representação por parte das primeiras e a infraestrutura da segunda. Surge então um convite inusitado mas esperado pelos telespectadores mais atentos. Que tal Alicia e Lucca de volta à Lochhart/Agos/Lee?

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O episódio também trouxe a carismática Marissa, tentando reconciliar o pai com a ex-empregadora. Grace mais uma vez defendendo a mãe e entrando em conflito com a associação de moradores, revoltados com a atividade supostamente inapropriada ocorrida no prédio e um romance estranho e repentino entre Lucca e Rowby.

Aqui chego na minha grande crítica aos episódios e à série durante as duas últimas temporadas. Os King não tem força ou coragem para tirar seus personagens de suas zonas de conforto. Primeiro, trazendo um segredo irrelevante do passado para o futuro da série. A revelação de Eli, forçada e estranha à natureza de seu personagem, não move em nada a trama atual. Se o gesto dele tivesse impedido, de fato, o casal Alicia e Will de se concretizar eu entenderia. Mas não. Alicia e Will tiveram outras chances além daquela tomada por Eli. E não deu certo. Por uma infinidade de motivos a nossa protagonista decide se manter presa ao ex/atual marido. Comodidade, medo ou conveniência. Sejamos francos: o sobrenome Florrick é capaz de agregar prestígio e respeito. Estar casada com o governador impõe peso. Assim, estragar um dos poucos laços funcionais da protagonista com outro personagem relevante na trama é burrice. Com quantas pessoas Alicia se relacionava de maneira interessante à trama como Eli?

Por último, já está cansando essas corridas eleitorais e mudanças que não se concretizam. Alicia ganha e não pode assumir, Peter concorre mas não se torna candidato; Alicia sai da Lockhart/Gardner, monta a própria firma, volta para a Lockhart/Gardner, sai e monta a própria firma, é convidada à voltar. Os episódios estão repetitivos. Indo e vindo sem terminar em nenhum lugar.

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A situação pode piorar. É que os King já anunciaram que não voltam para uma próxima temporada, ainda que a CBS mostre certo interesse em renovar a trama. É de se perguntar o interesse do canal, afinal, a audiência está mais baixa que nunca e nem agora o peso da crítica televisiva ajuda a legitimar a série na grade. Tempos difíceis para um Florrick.

E sigamos na esperança de bons episódios (e de um cancelamento porque tudo que é ruim pode piorar).

The Good Wife volta só 31 de janeiro. Um abraço e até lá.

P.s.: Carrie Preston vai participar de um dos próximos episódios. Já que a coisa está feia, nada melhor do que evocar um dos personagens mais interessantes da mitologia de série: Elsbeth Tascioni!

 


Daniel Matos

Ex-gordo, fã de televisão e da Palmirinha.

Belo Horizonte

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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