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The Good Wife – Uma review sobre o início dessa temporada

Por: em 17 de outubro de 2011

The Good Wife – Uma review sobre o início dessa temporada

Por: em

A última vez que falamos sobre The Good Wife aqui no blog, especulamos como seria o retorno da série para a sua terceira temporada. De lá pra cá, muito se confirmou, mas muito ainda falta acontecer. E como Alicia e cia. acabaram ficando sem review esse começo de temporada (minha culpa, minha máxima culpa), que tal um breve apanhado sobre o que passou?

Quem esperava fogos de artifícios na season premiere, A New Day, provavelmente se decepcionou. A série não continuou na noite em que a deixamos no episódio 2×23, e sim na manhã do dia seguinte. E se Will e Alicia conseguiram enganar todo o escritório – até mesmo, quem diria, Eli! Com certeza não nos enganaram nem por um segundo. Quem viu aqueles dois se atracando no elevador não teve dúvidas de que as noites correu às mil maravilhas e de que tudo aquilo não passava de encenação. E, por falar em elevador, quão irônico foi vermos a temporada começar com Alicia saindo do elevador e com Will, onze minutos depois, repetindo o mesmo ritual? A trilha sonora de certa forma não podia ser mais apropriada: Bad Things,de Jace Everett, a abertura de True Blood.

E talvez tenha sido culpa de Alicia e Will o fato do “caso do dia” não  ter empolgado – mesmo versando sobre um dos assuntos mais promissores de The Good Wife: o preconceito. Quem se importa com um estudante que está prestes a ser preso enquanto Will e Alicia se entregam um ao outro depois de duas temporadas, certo?  Hitchcock , que sempre fazia uma participação especial em todos os seus filmes, dizia que se ela não acontecesse logo, o telespectador não conseguia prestar atenção a mais nada. Dito e feito, ficou difícil prestar atenção a todo o resto quando sabíamos que, em algum momento finalmente veríamos o que nos foi prometido na season finale passada.

Não que o primeiro episódio tenha sido ruim, longe disso. Até porque foi ele que nos lembrou que Eli Gold (o melhor personagem de The Good Wife? Ou seria Kalinda?) agora está mais presente do que nunca, com seus negócios aportados na Lockhart & Gardner.  E fomos apresentados a tutora de Grace, que já pode encabeçar qualquer lista de ensino não-ortodoxo… E que depois de tanto tempo em cena, certamente deve ganhar alguma história com a filha pseudo-cristã de Alicia. Lembram quando Jackie sugeriu que a neta poderia ser homossexual? Quem sabe.

Mas foi The Death Zone o episódio que realmente fez jus a temporada passada. O caso, do alpinista rico que deixava seus colegas à mercê da morte,  só não foi mais interessante que o caso de Eli – que nem ele nem Kalinda (a melhor personagem de The Good Wife? Ou seria Eli?) sabiam exatamente do que se tratava. E é tão estranho que esses dois até agora não se conhecessem que com certeza foi impossível evitar a piadinha, partida de Eli:

– Como eu não te conheci antes?
– Andamos em círculos diferentes.

E se Peter agiu como o sujeito sem escrúpulos que vira e mexe parece ser ao convidar Diane (e a Lockhart & Gardner) a se oferecer para uma auditoria, por outro lado mostrou que tem coração ao deixar claro para o filho aquilo que nem mesmo foi capaz de admitir a (ex) mulher. É ele o culpado da separação. Foi ele que dormiu com uma segunda mulher. É sua e somente sua a responsabilidade pelo fim daquele casamento. E é isso que torna The Good Wife uma série tão especial: não existem personagens planos. Não existem atitudes vilanescas, existem sim atos maldosos incentivados por outros atos mal intencionados, ou não. Se Peter pretende ser cruel com Alicia e todos que trabalharem com ela, ele não deve estender tal “cortesia” a seu próprios filhos. Tudo que ele tem contra sua, até então, boa esposa, fica da porta pra fora de casa.

E se o interesse maior de Peter era provocar qualquer ruptura, ainda que mínima, na firma, ele com certeza atingiu seu objetivo. Diane já não põe a mão no fogo em relação a Will, pelo menos não quando se trata de Alicia. E embora ela esteja temporariamente acreditando no que seu sócio lhe disse – que, se necessário for, ele demitirá a Sra. Florrick, essa confiança não deve durar.

Não se Will e Alicia continuarem de vento em popa como parecem estar. Nem mesmo a chegada de Lisa Edelstein em Get a Room foi capaz de provocar qualquer sinal de atrito entre os dois. A personagem, uma antiga colega de Will em Baltimore, era bastante aguardada para essa temporada e, se era isso que ela tinha a oferecer, não há como não sentir uma ponta de decepção.  Foi difícil ver qualquer química entre Lisa e Josh Charles, mas talvez tenha sido justamente essa a ideia, já que a própria Alicia diz ter tido dificuldade em imaginar os dois juntos.

Se essa história de Celeste trazer seus advogados para a firma de Will é verdade ou não, só o 3×04, dirá.

Enquanto isso, na casa da mãe mais ausente das séries, titio Owen está de volta para cuidar das “crianças”, agora que vovó Jackie não é mais bem vinda. E foi bom ver Zach se abrir com  alguém e dividir com tio a confissão do pai.  Zach pode ser um tanto imaturo, mas sempre pareceu o mais afetuoso dos filhos de Alicia – pelo menos com a mãe. Complexo de Édipo?

Um excelente episódio, dois bons… Um ótimo aquecimento pra uma temporada que, podem apostar, promete!

Aos leitores da temporada passada, minhas sinceras desculpas pelo atraso com The Good Wife. As reviews da série seguem normalmente a partir de hoje, sob o comando de Lara Lima – o texto sobre o 3×04, Feeding the Rat, já está no ar.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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