Depois de alguns episódios mais estáveis, The Originals volta a acelerar sua trama e nos dar um pouco mais de emoção nessa quase reta final de sua primeira (e excelente) temporada. Em particular, ‘Le Grand Guignol‘ merece destaque por nos levar a 1919 e finalmente saber como que aconteceu a caçada que levou Klaus a fugir pelo mundo e acabar conhecendo os irmãos Salvatore – levando sua história a colidir com a pacata Mystic Falls. Sebastian Roché esteve sensacional durante todo o episódio e essa revisita ao personagem em um ponto tão delicado da trama, não poderia ter sido melhor executado.
Vimos pela primeira vez o medo nos olhos de Klaus, o pavor tomando conta de si. Vimos também um pouco mais do tão falado ‘always and forever‘ que os irmãos Mikaelson se prometeram desde o começo de sua jornada. E, de fato mais curioso, vimos Klaus se rendendo a sentimentos puros como o amor e a felicidade pela primeira vez, só para ver isso ser tirado dele com uma facilidade tremenda. Não temos como argumentar a favor de Rebekah nesse ponto – ela sabia a tortura que seria trazer seu pai até a cidade e era óbvio que as consequências seriam drásticas para todos eles, não somente para Klaus. Foi um ato egoísta, porém ela achava que não tinha mais o que perder visto que Klaus fazia questão de tirar qualquer pessoa da sua vida. Por isso o arrependimento pelo momento da aprovação do irmão foi tão grande. Apesar de maneiras distorcidas, a justificativa de proteger a irmã de ter um coração partido condiz muito com a personalidade do híbrido. Só que depois de feito o feitiço, não tinha mais como voltar atrás.
A grande questão que se levanta é: Klaus sempre foi um monstro ou se tornou um monstro para se defender de um pesadelo pior ainda? A entrada de Cami nessa trama foi essencial para levantar esse ponto. O momento que ela o compara com o próprio pai foi um momento chave do episódio. Klaus sempre odiou o homem que o perseguiu para destruir sua felicidade e agora estava fazendo exatamente a mesma coisa com a sua irmã – coisa que, chegando as vias de fato, causaria um arrependimento de raízes tão profundas no personagem, que não sei se conseguiríamos vê-lo da mesma maneira depois disso. E depois de Cami levantar esse ponto, o próprio roteiro fez questão de que o presente parodiasse o passado de uma maneira brutalmente cruel. A caçada de Klaus por Rebekah chegou a um ponto em que as consequências podem ser trágicas para todos os lados – ainda mais agora que toda a família de vampiros originais está presa naquele labirinto que é o cemitério de New Orleans.
Essa, claro, foi uma cartada de mestre de Celeste – uma das melhores vilãs em muito tempo. Sádica, inteligente, ela conseguiu destruir todo o cenário de fantasia que os Mikaelson insistiam em encenar para o mundo. Ela conseguiu quebrar cada elo daquela família de uma maneira tão profunda, que demorará muito tempo para que tudo se reconstrua novamente – ou alguma tragédia os fará se unir outra vez. Hayley mostrou que não é uma garotinha indefesa e colocou a bruxa contra a parede, fazendo com que ela acabasse com a tal maldição dos lobos. Eu não acredito muito que ela aquela poção irá funcionar porque me parece muito ‘pouco’ para quebrar uma maldição, porém, ao que tudo indica, parecem genuínas as intenções de Celeste/Sabine em ajudar Hayley, até porque tudo aquilo faz parte de um plano muito maior para a bruxa: acabar com qualquer resquício de felicidade que possa existir na vida de Elijah. Que macabra essa mulher. Fazer com que o vampiro escolhesse perder um amor ou deixá-la odiá-lo para sempre.
Elijah foi pelo caminho esperado e não acredito que Hayley sumirá pelo mundo quando a maldição for quebrada, até porque ainda temos um bebê a caminho e ela precisará de muita ajuda nesse momento (que eu acho que acontecerá no season finale). Só que depois de tava palhaçada, Celeste decidiu mudar de corpinho e se deu mal – parece que a bruxa foi embora de uma vez por todas e, como muitos tinham suposto, a morte dela trouxe a mais forte das bruxas de volta da colheita, Davina. Acredito que será ela o ponto principal para acabar com o feitiço que prende os originais no cemitério e, talvez, apazigue a briga entre os irmãos de alguma maneira. Uma coisa que eu nem lembrava mais e foi tocada nesse episódio foi a maldição em cima do tio de Cami – coisa que foi completamente esquecida pelo próprio roteiro e que agora parece voltar por estar piorando a cada dia. Interessante que a trama tomou proporções tão grandes que personagens menores como o do padre acabaram por ser engolidos (e um pouco esquecidos).
Enfim, foi um baita episódio. E parece que teremos ainda mais emoção na brincadeira de gato e rato que rolará no próximo episódio. Dê uma conferida no vídeo promocional de ‘Farewell to Storyville‘ abaixo e não deixe de comentar conosco o que achou do episódio dessa semana!
