Depois de um longo e tenebroso verão, estamos de volta com a segunda temporada de The Originals que se sustenta em cima de uma trama cada vez mais consistente, cativante e misteriosa. Depois de um mid-season finale que mostrou-se calmo demais, Gonna Set Your Flag on Fire chegou dando uma bica na porta e fazendo nossas cabeças ferverem. Parece que as ideias que lancei aqui, tempos atrás, não eram tão absurdas assim: a série se prepara para trazer toda a família Original de volta e junta.
Começaremos pelo mais desprezível dos Mikaelson, que nesse episódio conseguiu beirar o tolerável – Finn e todas suas distorcidas motivações para exterminar a raça vampira da face da Terra. Depois de conhecer um pouco mais do personagem ao longo dessa temporada, fica cada vez mais claro que é a inveja que o leva a fazer tudo que fez até agora, inveja voltada para tudo que supostamente seus irmãos tiraram de sua vida. Nas poucas memórias que tem de uma vida normal, Finn lembra de sua irmã Freya e da vida perfeita que seus pais tinham, até que Esther acabou nas mãos de Ansiel e o resto da história nós já sabemos. Bastante interessante foi poder ver o ódio que Finn teve ao ver sua mãe contrariar exatamente tudo que falou outrora, transformando-se em vampira – provando que a lei da sobrevivência é capaz de superar até mesmo os princípios mais fortes da vida de alguém.
Vale notar que a aliança entre Finn e Mikael ainda me soa um tanto estranha – alguém entendeu o que diachos ele está fazendo com o pai (e depois com a mãe também)? -, porque os dois nunca compartilharam de um sentimento comum. Pausa para pergunta: de quem é o túmulo que aparece aos 40 min do episódio? Não consegui identificar! Fora também através do mais velho Original vivo que tivemos o desenvolvimento do embate vampiros x lobos (mais uma vez) – um embate que ganha contornos cada vez mais catastróficos e incontornáveis, o que parecia de fato o propósito de Finn naquela prisão particular. No meio dessa briga, o casal Romeu e Romeu que temos na série parece criar seus primeiros problemas quanto a diferença de espécies e a discordância de quem assumirá o papel de mocinho e vilão no meio dessa briga milenar. Só espero que a trama se encaminhe para um caminho menos cansativo e óbvio do que nesse episódio, porque seria uma pena explorar personagens tão bons com um plot tão raso.
Klaus, no meio de tudo isso, só pode lidar com um assunto de cada vez e meio que conseguiu botar ordem no pedaço aos poucos. Primeiro com seu irmão traidor jogado aos vampiros – entendo as motivações, mas não mataremos nenhum Original no momento, muito menos o Kol, grato pela atenção – devido ao desaparecimento da sua irmã. Depois toda a questão envolvendo Elijah e seu transtorno de memórias causado por Esther – bastante interessante ver a interação em Cami e Elijah, mesmo que ainda muito superficial. Por fim, a caçada em busca de Finn para acabar de uma vez por todas com essa palhaçada do irmão – embate que promete aquecer os próximos episódios. Só que a cena mais interessante de Klaus foi, de longe, a que compartilha com Hayley, onde a garota simplesmente não consegue esconder seus segredos e seu envolvimento com Elijah – simples, boba, porém uma demonstração de afeto que um personagem como Klaus não demonstra a todo momento.
A menina Hayley que ficou em uma sinuca de bico durante a maior parte do episódio, afinal contar que está apaixonada por outro as vésperas do casamento que salvará sua espécie, não me parece uma das coisas mais fáceis de se fazer. Eu chego a ter um pouco de dó do Jack e toda a sua devoção para com a loba, mas não tem como torcer para outro casal que não ela e Elijah. Começo a pensar que esse ritual todo pode dar muito mais problema do que esperamos e tal simples cerimônia se tornar algo bem maior e inesperado, porém só nos resta esperar para ver onde toda essa história vai levar, porque o casamento vai acontecer de qualquer maneira.
Rebekah acordou em um lugar inesperado, a real loucura. Depois da traição que cometera no passado, Kol decidiu se vingar e acabou deixando a irmã completamente desprevenida em um “hospício” para bruxas, trama que tem o maior potencial para essa segunda metade da temporada. Não bastasse o reencontro com uma das garotas da Colheita – àquela que fora tomada por Esther -, Rebekah deu o pontapé inicial na maior reviravolta que esse ano poderia trazer: o retorno de Freya. As cenas que deram início a essa trama foram assustadoras (porque não tem como achar uma menina toda de preto se esgueirando pela casa como algo normal) e deram o tom necessário que essa volta precisava. Não sabemos nada sobre ela, como o começo do episódio com voiceover de Klaus nos comprovou. Desde a sua saída forçada da família, Freya é um mistério intocado, o qual estamos mais do que ansiosos para conhecer.
E depois de tudo isso, tem como não ficar ansioso para o próximo episódio? Impossível. A possibilidade de ter absolutamente todos os Originais juntos e interagindo é uma das maiores viradas que a série já trouxe e muda completamente as perspectivas da trama, já que muitas das motivações dos personagens estão a cerca do desaparecimento/morte de Freya. Plec, sua linda, queremos mais, muito mais disso. Te deixo com o vídeo promocional do próximo episódio e aguardo o seu comentário!
P.S.: Achei que seria muito estranho Rebekah no corpo de outra pessoa, mas até que me acostumei rápido.
