Não dá para dizer que estamos ‘felizes’ com essa reta final de The Originals e muito do descontentamento decorre de tramas que, apesar de não serem exatamente iguais, são fundadas nos mesmos problemas de temporadas passadas. Não precisamos ir muito longe para lembrar de uma situação em que Klaus fora contrariado e encarou isso com sua raiva incontrolável, acreditando que tudo nessa vida se paga com sangue, certo? Mas até quando a série conseguirá se sustentar em cima das mesmas coisas que um dia a fizeram tão boas?
“City Beneath the Sea” não mostrou nada particularmente novo. Apesar de algumas conexões inesperadas e atitudes um tanto quanto premeditadas de algumas personagens (sim, tô falando de você Hayley), o episódio foi muito mais uma extensão dos fatos ocorridos no seu antecessor do que uma nova página nessa história sobre quem vai ficar com a garota mais poderosa do French Quarter. Alguns momentos cheguei até a me animar com a possibilidade de alguns flashbacks que nos remetessem a invasão viking na aldeia onde Dhalia e Esther moravam, mas tudo fora trabalhado de maneira superficial e só serviu mesmo para embasar a proposta quase que indecente da titia de Klaus sobre o futuro de Hope.
Fico bastante admirado do roteiro não ter medo da fazer sempre com que Klaus volte a estaca zero de seu desenvolvimento, porque temos de concordar que é exatamente isso que está sendo feito. Depois de demonstrar muito mais sentimento do que já vimos um dia, fazer com que o personagem aceite matar a mãe da sua filha e criá-la ao lado de uma pessoa que demonstrou não ter escrúpulos para conseguir o que quer, me parece, no mínimo, insensato. E, vejam bem, não acho que existem certos e errados, pois estamos tratando dos sentimentos de um ser extremamente machucado pelo tempo e pelos seus, só que até onde essa retaliação pode ir para que Klaus finalmente decida agir de maneira diferente? Quanto tempo mais todos que estão ao seu redor terão a paciência de aturar tantos atos impensados? Se a série estiver nos levando para a mudança, sendo tudo que está acontecendo um catalizador para isso, ficarei extremamente satisfeito – mas ainda não consigo ver isso sendo trabalhado, mesmo que minimamente.
Fora que Klaus aceitar esse futuro para sua filha é uma demonstração de que ele não aprendeu absolutamente nada com a sua própria história, mas paremos de reclamar. O ponto é que temos Klaus, mais uma vez, como um vilão e quando falamos dele aliado com Dhalia, as coisas podem ficar realmente feias – talvez comprometendo até a vida de seus irmãos, que estiveram diretamente envolvidos na sua “saída de cena”. Hayley é uma das personagens que vem sendo desconstruída episódio após episódio. Uma mãe colocaria a filha em primeiro lugar e o que ela está fazendo vem sendo bem o contrário. Acreditar que o melhor para a filha é longe dos Mikaelson, eu até dou razão. Agora se enfiar no meio do mato e achar que vai ficar tudo bem só porque está cercada por uma matilha – que Dhalia já disse que acaba em um segundo -, é burrice. E, desculpem a minha insistência, é isso que não estou entendendo. A série vinha numa crescente tão grande de trama e personagens até algum tempo atrás e agora parece estar perdida.
Uma das personagens que mais prometeu e menos fez é Freya, que nossa me dá muita preguiça só de aparecer na série. Para mim tá cada vez mais comprovado que a dualidade dela não convence e é melhor que o roteiro deixe claro que, no fim, ela só está ali para se livrar do seu fardo, nada além disso. Jackson se tornou um babaca ingrato que acha que consegue combater qualquer problema pelo amor que sente por Hayley. Fera, para que tá feio. Se o Klaus decidir te dar umas porradas, tu não dura nem 30 segundos de cena de luta pra dar graça pra gente torcer. Sua única contribuição, no momento, foi dar um fim digno para Aiden.
E, contrariando qualquer expectativa, o destaque da trama se volta para a possibilidade de Davina assumir um clã e trazer Kol de volta (lembrando que continuamos firmes com a campanha #VoltaKol) e o recém-assumido amor de Camille, que pode render muita coisa boa para o desenvolvimento de Klaus (#oremos). Queria comentar algo que não dá para deixar passar: Davina pegou as galinha, quebrou o pescoço e tá só nas macumba para trazer Kol de volta – a gente te apoia bruxinha, segue firme. Ao que tudo indica, os dois próximos e últimos episódios se voltarão para toda a questão familiar em crise e onde finalmente Hope irá parar. Veremos o que acontece. Espia aí o vídeo promocional de “Fire With Fire” e depois comenta o episódio comigo!
