O estoque de coração cenográfico dessa série está ficando escasso.
Ando num misto de emoções tão grande com The Originals, que a cada semana o meu sentimento é completamente diferente da anterior. Se fiquei insatisfeito com o caminhar de “Dead Angels“, “Heart Shaped Box” foi um episódio para me fazer esquecer todos os problemas que a série vem apresentando nessa temporada. Com o final da ameaça iminente de Tristan e o desaparecimento inexplicável de Lucien, Aurora assume plenamente o cargo de vilã, ainda mais quando lembramos que ela tem as balas de Carvalho Branco em sua posse – vale lembrar que essa é a “única” maneira de matar um Original. Apesar de fraca para o cargo, Aurora deu uma sacudida nos Mikaelson e os tirou da posição de conforto que a tanto assumiram: passaram de caçadores para caça e isso muda bastante a dinâmica da série.
Klaus não gosta de se ver em posição inferior e isso acaba o afetando de maneiras diferentes. Seu comportamento nada agradável com Freya é um desses claros exemplos. Apesar do desprezo que parecemos ver no começo do episódio, o Híbrido se mostra completamente perturbado com a possibilidade da irmã ser enterrada viva. O mesmo acontece com o relacionamento conturbado entre ele e Elijah. Entre as muitas discussões calorosas que tem, os dois acabam sempre se ajudando e dessa vez não foi diferente. Quando vimos Aurora atirando na direção de Elijah, parecia estarmos vendo o fim do personagem – só que a bala não acertou o coração, fazendo com que ele sofresse muito mas permanecesse vivo. O que me preocupa é a estranha ligação entre Klaus e Aurora, algo forte o suficiente para o fazer titubear – mais de uma vez. Só quero essa menina mimada e insuportável bem morta, enterrada e com o coração arrancado, para não correr risco de aparecer de novo.
Enquanto Aurora atacava de um lado, vimos Aya crescendo como uma ameaça diante dos Mikaelson. Depois de revelados os planos para acabar com a ligação entre as linhagens, começamos a entender melhor a origem do feitiço e, por consequência, o caminho para quebrá-lo. Que Esther fora uma bruxa genial, isso não temos a menor dúvida. Ao longe de muitas temporadas, vimos os feitos dessa mulher ecoando na vida dos vampiros originais. Então, para acabar com uma ligação que ela criou para proteger os próprios filhos, só mesmo alguém que estivesse fora disso: Hayley. Para quem não lembra, a personagem era uma lobisomem no começo da nossa trama. Durante a gravidez, pouco antes do parto, Hope acabou fazendo com que sua mãe se transformasse, exatamente pela passagem de sangue que existia entre as duas – logo, ela é a única que não foi transformada por nenhum dos vampiros originais, sendo seu coração a peça principal para o feitiço de quebra.
Com um alvo no peito, Hayley teve de enfrentar o ataque das bruxas da Strix, contando com um pouco da ajuda de Cami – recém treinada (adorei a aposta do roteiro em colocar as duas para trabalharem a transformação da psicóloga), mas principalmente de Davina e Kol. Sobre esse último personagem, temos que ressaltar a sua plena transformação. Kol era um cara desprezível (não que não gostássemos disso) e, com as mil coisas que aconteceram ao longo da sua trajetória, acabou se transformando em alguém decente, muito por conta desse relacionamento complicado com a bruxa adolescente. Torço demais para a volta definitiva de Kol, apesar de acreditar que as possibilidades são bem baixas de tal fato se suceder.
Fato é que, num golpe estratégico, Marcel usou o coração de Jackson no lugar de Hayley (lembra que quando eles casaram rolou uma cerimônia de unificação? então, isso fez dos seus corações completos espelhos) e acabou salvando o dia. É difícil analisar para que lado Marcel joga. Apesar de estar cedendo algumas informações para os Mikaelson, ele também quer se ver privilegiado pela quebra da ligação, fazendo dele um grande interessado no sucesso do feitiço. Com todos os meios para a execução, logo devemos ver Davina e o clã da Strix preparando o terreno para o rompimento das linhagens.
A surpresa veio também nos minutos finais com a aliança das duas frentes vilanescas da série no momento. Ao juntar Aurora e Aya, o roteiro praticamente nos promete que nada de bom poderá sair disso e que já podemos contar com umas boas doeses de traição e reviravoltas na nossa trajetória. Pelo menos, estou animado. Quando a trama anda, conseguimos ver o potencial que os personagens e o roteiro tem. Talvez seja uma questão de tempo até que essa terceira temporada faça um sentido maior e ganhe nosso reconhecimento.
Confira o vídeo promocional do próximo episódio abaixo:
E agora usa esse espaço aqui para dar uma comentada no que achou do episódio, no que tá achando da temporada ou até para tirar umas dúvidas sobre essa mitologia louca!
