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The Vampire Diaries – 8×01 Hello, Brother

Por: em 23 de outubro de 2016

The Vampire Diaries – 8×01 Hello, Brother

Por: em

Hello, brother.

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Eu e The Vampire Diaries temos uma longa história juntos. Foi sobre essa série que me fazia pirar com sua primeira temporada que escrevi no meu texto de seleção do Apaixonados por Séries. Foi ela também que abriu minha “carreira” de review por aqui, lá na segunda temporada – quando a gente surtava a cada episódio e era uma das melhores coisas da nossa semana. O tempo foi passando, algumas pessoas foram abandonando o barco (contando Kevin Williansom, que agora está de volta) e muito da essência foi perdida. Perdemos em mitologia, perdemos em enredo, perdemos nossa protagonista. Por isso, ao olhar para trás, fica um misto de sensações. Se tudo que gostamos ainda está lá no passado da série, tivemos terríveis temporadas para superar (sendo que o troféu de pior delas ainda fica com o terrível quarto ano). Infelizmente não podemos passar uma borracha e esquecer, mas o oitavo ano vem com a missão de retomar uma atmosfera há muito ausente no show, apelando para nostalgia e para o desfecho tão discutido de uma das histórias de amor mais complicadas que acompanhamos nos últimos anos.

Dito isso, considero a premiere exibida na última sexta um sopro de frescor. De verdade, quero manter minhas expectativas lá embaixo, porque a gente sabe que não é fácil manter um enredo coeso por 16 episódios, mas estava tudo no seu devido lugar e a trama perdeu pouquíssimo tempo com o que não era necessário – até porque não há mais tempo para isso. Vejam que não tivemos Matt em tela, por exemplo. Eu pedi que ele fosse bem aproveitado e acredito que, em algum momento, ele estará lá, como sempre fez parte da história, mas agora não era seu momento. O roteiro pedia por foco e foi isso que nos foi entregue. E o apelo nostálgico já surge nos primeiros minutos com uma sequência de abertura bem parecida com a que abre o piloto da série. Estamos voltando as origens e a sensação é muito boa.

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Damon teve todo o destaque que precisava, considerando o seu atual estado. Apesar de pouco sabermos ainda sobre o grande mal que atormentará nossos personagens ao longa da temporada, talvez seja a primeira vez que vemos o vampiro tão cético e entregue a uma situação. Em seus diálogos com Enzo (que parece manter um pouco da sua humanidade) e no encontro com Stefan, Damon coloca para fora um mar de verdades sem filtro algum. Revela ter encontrado o inferno de perto e não ter gostado do que viu. Revela não ter caminho para sair daquilo e que é melhor o irmão desistir, como se essa fosse uma possibilidade para o determinado Stefan. O que chama minha atenção nem é o fato dele ter desligado a humanidade mais uma vez, porque qualquer um faria isso no seu lugar, mas essa noção de não ter como sair mais daquilo, como se quem controlasse sua mente fosse o poder mais forte que já enfrentou.

Já Enzo, apesar de entregue, parece lutar um pouco mais contra o que está no controle – deixando pistas para que Bonnie tivesse condições de descobrir alguma coisa sobre seu paradeiro ou sobre o que está acontecendo. E, nos últimos minutos, nós aprendemos um pouco mais sobre essa grande vilã com cara de deusa: uma sereia. Um dos pontos mais fortes de The Vampire Diaries nos seus primeiros anos foi sua mitologia, sempre bem desenhada e mostrada com cuidado, o que acabou se perdendo nas últimas temporadas, que desafiavam a nossa inteligência. Agora, a série ganha mais uma chance com o mar de possibilidades que abre ao trazer um ser mitológico como esse para a frente de sua trama. Kevin Williansom descreveu a vilã desse ano como o mar em pessoa e não poderia ser diferente:

Ric: Alguns dizem que elas são mensageiras do inferno.

Bonnie: Você acha que sereias são reais?

Ric: Para ser sincero, Bonnie, eu não sei o que pensar. Toda história começa de algum lugar.

Bonnie: Elas enfeitiçam todos que se aproximam. Não há volta para aquele que se aproxima desavisado. Com sua música alta e clara, as Sereias o enfeitiçam. Elas sentam em um campo cheio de esqueletos de homens apodrecendo, cuja pele murcha ainda apodrece sobre os ossos. 

Ric: Muito poético.

Bonnie: Não é poético. É real.

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As perspectivas são boas e, deixando de lado o preconceito inicial quando pensamos em sereias, existem milhões de possibilidades. O bom é que tudo faz sentido com o que já fora contado até aqui. Sentido com o lance das pessoas serem atraídas para dentro do cofre que não poderia ser aberto. Sentido com elas ouvirem o que precisavam ouvir para chegar até lá. Só arranhamos a superfície de uma trama que tem tudo para ser trabalhada muito bem, ainda mais nas mãos de Kevin. E, claro, as primeiras dúvidas já começam a surgir, principalmente quando a bruxa perde a língua ao tentar revelar um pouco mais do que está acontecendo para Caroline, por exemplo.

Já que falamos na loira, vale destacar o seu envolvimento nas buscas, o que eu achei que aconteceria, mas não com tanta intensidade. Gosto da maneira que a série coloca ela do lado de Stefan, entendendo que esse é o momento para isso e que suas filhas estarão bem protegidas com a companhia de Alaric (e da babá vinda direto de Containment). Talvez as pequenas gêmeas ainda tenham muito a serem exploradas, já que elas pareceram o real alvo do ataque, mas somente o tempo dirá como que a trama se desenvolverá nesse sentido. Enquanto Bonnie permanece como a fortaleza/mar de esperanças. Vou dizer que achei esse relacionamento dela e Enzo bem forçado no começo, mas acho me parece cada vez mais natural e eu passo até a torcer em uns pequenos momentos.

Só que eu não vejo outro caminho para a série senão a volta de Elena. Nos seus poucos momentos sóbrios, Damon pensa na amada e pede socorro, uma clara mensagem que, para sair de tudo que está vivendo, o vampiro precisará de uma força que se encontra muito distante. Não há o que Stefan possa fazer, ele precisará de Elena e isso pode causar embates bem complicados, porque para que a garota volte, Bonnie precisa morrer. Será um caminho bem, bem complicado para a gente assistir. Mas cara, que gostoso poder falar de novo dessa série, sentindo um gostinho de nostalgia misturado com empolgação. Que tenhamos uma excelente temporada e que esse oitavo ano cumpra com sua promessa de nos dar um desfecho descente para esse show que já amamos demais. Fica com o vídeo promocional da semana que vem e, claro, comenta comigo o que você achou desse episódio:

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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