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The Vampire Diaries – 8×04 An Eternity of Misery

Por: em 13 de novembro de 2016

The Vampire Diaries – 8×04 An Eternity of Misery

Por: em

“Stefan: Damon, depois de todos esses anos, você não pode me dar um tempo de paz?

Damon: Eu te prometi uma eternidade de miséria, estou só cumprindo com minha promessa” (1×01 Pilot)

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Gente, vamos todo mundo se abraçar e agradecer por essa temporada final linda que Kevin Williansom está entregando para a gente? Juro para vocês que eu me senti assistindo um episódio lá da segunda temporada, com o tanto de plot twist que rolou. Conforme prometido, fomos apresentados a mitologia deste ano e a quem devemos chamar de grande vilão. Kevin tem uma maneira bem sua de contar as histórias e como muitos tinham sugerido por aqui, Sybil era só um prefácio do grande mal a caminho. Depois de sete temporadas abordando criaturas mitológicas diversas, The Vampire Diaries desce na maior das profundezas e nos apresenta o inferno, na sua versão crua e um tanto romantizada.

Ora Leandro, você não gostou da mitologia? Claro que gostei e estou todo surtado por aqui, mas não podemos deixar de lado que, mais uma vez, tivemos um vilão humanizado para justificar seus atos até agora. Essa é uma característica da série e não seria diferente agora. O roteiro sempre aposta no determinismo como ponto de partida dos seus vilões e é uma ideia interessante para discussão. Sybil foi a menina reclusa da sua aldeia por ser diferente. Seus poderes a faziam estranha para o resto da população, que simplesmente decidiu por exilá-la. Isso, por si só, já era motivo suficiente para gerar uma série de emoções internas não muito positivas para o seu desenvolvimento. Quando inserimos Seline na discussão – que puta que pariu, plot twist mais inesperado da história, dei um berro quando descobri -, as coisas ganham cores ainda mais ásperas, já que o incentivo para o mal estava ali, o tempo todo.

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O inferno é um lugar extremamente “visitado” em séries que abordam a temática sobrenatural, mas TVD só flertou com isso ao mandar uma de suas personagens mais queridas para lá. Essa é a deixa perfeita pra Katerina Petrova voltar a aparecer? Não tenham dúvidas disso. Kevin sempre colocou a personagem como uma de suas preferidas e depois da confusão do Outro Lado criada por Plec, essa era a única maneira de manter a personagem “a salvo” para um reencontro no futuro. E é bem legal que isso aconteça agora, na última temporada, já que quando você chega em um elemento como o Diabo ou suas servas, as Sereias, a mitologia se aprofunda demais, não tendo mais para onde ir. Nesse ponto, a decisão não poderia ser mais acertada, já que o maior mal que conheceremos vem quando não há mais o que surgir depois.

É importante também que a gente olhe para essa trama com o cuidado que foi trabalhada durante o episódio. Uma das coisas que mais me chamou atenção foram as cenas entre Stefan e Sybil, que contaram com a sutileza da dualidade em todo momento: não temos como saber quem são os monstros e quem são a vítimas. Essa é a maior questão a cerca de Stefan e, ao perceber isso, nos lembramos de todo o seu passado como estripador e como vem tentando converter sua existência em algo de positivo desde então. Seja como for, Sybil traz a tona o fatalismo dos atos: faça o que for, busque a redenção que quiser, o mal é uma mancha forte na alma dos “pecadores” e que simplesmente não pode ser apagado com a mudança de atitude. Esse é o ponto que apontam um forte indício de que, tome o caminho que tomar, não estamos rumo a um final feliz.

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Até então, não vimos o Inferno. A morte da estagiária no final do episódio (que cena bizarra de Seline comendo sua carne – me lembrou Voldemort tomando sangue de unicórnio em HP e a Pedra Filosofal) nos deu uma leve indireta de que, talvez, o lugar seja um reflexo do mundo real. Mas não acredito nisso, não pela maneira que ela foi sugada (exatamente como Katerina na quinta temporada). Damon viu o Inferno e isso foi o suficiente para que desligasse a sua humanidade, servindo a Arcadius. A realidade é que talvez nunca vejamos o lugar e isso nem chega a me incomodar, porque realmente não quero uma versão tosca do pior lugar existente. A ideia que me anima é colocar nossos personagens contra o Cade – sim, vou fazer o íntimo do Diabo, porque quem manda na review sou eu.

É uma trama pretensiosa, mas muito interessante. Só nesses quatro episódios já estamos mais animados que em temporadas passadas, fora que o texto tem sido desenvolvido com primor. Isso, para mim, comprova que Plec não soube guiar a série. Kevin pegou uma série sem protagonista, sem rumo e está dando um ano final digno, algo que remeta o que a tornou um grande sucesso entre o público e isso me faz bem feliz. As cenas são tão interessantes que até mesmo a volta de Matt, um dos personagens mais negligenciados até aqui, foi surpreendente e relevante. Nunca tínhamos conhecido seu pai e ele surge em um momento fundamental para o desenvolvimento da trama. Sabe lá como a família de Donovan está envolvida com as Sereias ou o que é aquele objeto encontrado por Damon, mas algumas coisas devem se desdobrar nas próximas semanas. O que foi de cortar o coração foi ver Matt encontrar, desacreditado, o corpo de Tyler. Acho que ninguém esperava que Damon pudesse ir tão longe, mas ele claramente atingiu o ponto onde sua humanidade não significa mais nada e Sybil alterou sua alma profundamente, quando não há mais sentido se apegar a algo ou alguém.

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Algo que me intriga agora é o interesse de Seline nas gêmeas de Alaric. Será que o lance delas serem irmãs e bruxas tem alguma coisa a ver com isso? Será que ela procura uma maneira de transferir o seu e o cargo de Sybil para novas provedoras do Inferno? Não sei. Talvez essa seja uma das pontas mais soltas da trama nesse momento. Mas eu não tenho pressa, definitivamente não. Ver a maneira como tudo está acontecendo é um dos maiores prazeres dessa temporada. Cara, que delícia poder falar bem dessa série de novo. Obrigado Kevin, não canso de te agradecer.

Vale a pena conferir o vídeo promocional da semana que vem e depois vem ser feliz comigo nos comentários!

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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