Não adianta atirar pedra em mim, não mandei fazer episódio ruim.
O que está acontecendo com The Vampire Diaries? Apenas três episódios nos separam de um derradeiro final e parece que a série está mais perdida do que jamais esteve. A importância da morte não existe mais, já que o roteiro sempre encontra uma maneira de contornar o fato. Os personagens aparentemente perderam suas essência, variando aqui e lá, com uma facilidade jamais vista. Mitologias sendo vomitadas em tela sem maiores explicações. Se vocês pensavam que Kai ia salvar tudo isso, bem, deu uma melhorada mesmo, mas ainda continua tudo bem ruim.
Vamos começar com a parte boa do episódio que foi o retorno de Kai. Como eu desconvfiava e até comentei em alguns grupos de série que tenho, ele conseguiu “escapar” do inferno com o lance das badalas dos Maxwell, mas não completamente. Como não foram dadas doze, no total, somente parte dele estava na Terra, ainda precisando de uma dose de salvação. Eu gosto do retorno de Kai? Sim. Talvez ele tenha sido um dos poucos vilões assumidos que vimos na série como um todo e sua não obviedade em seguir para uma trajetória de redenção fez dele inesquecível. O problema é que, além de apressada, a volta não esconde o propósito maior que é trazer Elena de volta sem ter que pagar o preço da vida de Bonnie, o que me chateia demais.
Se tem uma coisa que sempre valeu a pena em acompanhar a série, principalmente nos seus primeiros anos, era de ver que os atos tinham consequência – o que foi morrendo com o tempo. Hoje, qualquer ação é reversível. Qualquer uma. E o marketing da emissora pecou tanto nos últimos dias que lançou um vídeo promocional que mostra o encontro de Elena e Stefan no último episódio, sendo que os dois estavam correndo perigo de morte neste décimo terceiro. Claro que não somos tolos de acreditar que algum deles morreria de fato, mas pelo menos a CW poderia criar uma ilusão maior, não é mesmo? Enfim, para terminar de pontuar o retorno de Kai: humor aguçado, cenas incríveis, melhor twitter de volta e um desfecho para chamar atenção (onde será que Elena foi parar dessa vez e alguém me diz como que ela foi parar na tumba se estava na casa de Bonnie dois segundos atrás? Aguardo explicações).
Bom, vamos a uma parte bem complicada agora: Bonnie. Não sei nem como começar a falar sobre isso, porque fiqei pasmo com o quão longe esse roteiro pode ir. Vocês lembram como Cade virou o dono do inferno? Pois é, ele foi colocado num tronco, injustiçado e criou uma dimensão só para ele, onde podia “cuidar” das pessoas que não eram tão boas aqui na Terra. Pois bem, quando Enzo morreu e Bonnie deu aquele berro que pareceu uma banshee (fãs de Teen Wolf me entenderão), ela também sofreu um trauma tão pesado quanto Cade sendo queimado, o que criou uma própria dimensão. Sim, Bonnie tem seu inferno particular. Ela é a sucessora do demônio? Ela vai aprender com ele? Não sabemos, mas que das nossas vidas ela já está fazendo um inferno, disso não há dúvidas.
Sério, minha indignação com isso era tão grande, que eu tive vontade de parar o episódio. Talvez eu largasse a série, se não fosse seu ano final. Jura mesmo que para manter a possibilidade de trazer Enzo de volta, eles tiveram que ir tão longe e apelar com uma personagem que quase não tem mais apelo? A história dos dois era linda, mas teve um ponto final. Uma decisão criativa que serviu para mostrar até onde um vampiro pode ir, até onde Stefan podia ir quando estava com suas emoções desligadas. Agora se isso foi só uma brincadeirinha, para que tanto drama? Fazia só Stefan dar umas porradas em Enzo que estava tudo resolvido.
Teve também o lance do Stefan e sua humanidade. O ex-vampiro, profissão que só perde para ex-BBB, em dois episódios já foi ameaçado de morte tantas vezes que me dá até pena. Até que foi interessante trazer Dorian como alguém do passado, agora que todos estão lembrando de todas as atrocidades que nosso Salvatore já fez, mas também faltou dosar a mão, vocês não acham? Aquele cenão todo, Stefan cavando a própria cova, Dorian dá um tiro e se toca que não quer nada daquilo, que é melhor salvá-lo? Ai que preguiça. Quer fazer, que vá até o fim porque ninguém aqui tem paciência para coadjuvante chato. Interessava muito mais ver de perto toda a cidade retomando os pensamentos do que todas aquelas cenas sem sentido que culminaram no destino de Stefan sendo deixado nas mãos de um qualquer que ninguém, absolutamente ninguém, se importa.
Agora dá a mãozinha que a gente está meio mal por Caroline. Gente, sério que o sofrimento vai ser até o último capítulo mesmo? Que não teremos paz de saber que os dois vão ter um final minimamente feliz? Isso está me deixando bem angustiado. Enquanto nada se resolve no lado amoroso, parece que a mamãe Forbes também ter alguns problemas (a essa altura do campeonato), com os poderes das gêmeas. De uma hora para outra, elas parecem ter tido sua magia ativada e agora tudo soa meio fora de controle. Talvez isso tenha alguma coisa a ver com o retorno de Kai ou então a procura de Cade por novos porteiros para o inferno, mas não parece algo que terá uma grande explicação nos próximos capítulos.
A verdade é que a gente tem que torcer para a série acabar logo, antes que passe mais vergonha – infelizmente. Dá uma olhadinha no vídeo promocional da semana que vem (a review deve sair um pouco atrasada por conta do Carnaval) e comenta comigo o que está achando para eu não pensar que estou surtando sozinho!
