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The Voice Brasil – 4×01 Audições às Cegas (Parte 1)

Por: em 3 de outubro de 2015

The Voice Brasil – 4×01 Audições às Cegas (Parte 1)

Por: em

Faz exatamente três anos que escrevi sobre The Voice Brasil pela última vez. Lá, o formato novo comprado pela Rede Globo ainda dava seus primeiros passos em uma temporada inicial que pouco mostrou a que veio e subexplorou uma plataforma tão bacana como a do reality musical. Pois bem, passaram-se três temporadas e a impressão, pelo menos a primeira vista, é de que algumas coisas melhoraram – mas nem tanto.

Equipe The Voice BR - Quarta Temporada

Para os desconhecidos do formato, estamos aqui falando de voz. Não importa cor, gênero, idade. Uma premissa ideal para um país de tanta diversidade (e preconceito) como o Brasil. Em um minuto e meio, o candidato precisa dar tudo de si para que algum dos técnicos aperte o botão e acenda a esperada luz do “Eu quero você!”. Caso ninguém vire, fora. Caso um deles vire, bem vindo ao time do técnico. Quando mais de um deles virarem, o poder fica na mão do candidato, que geralmente escolhe aquele que tem mais afinidade musical. E, enquanto os técnicos nada sabem sobre os participantes, nós, do outro lado, somos apresentados a sua história e como chegou até ali.

Aqui já vemos um dos primeiros problemas dessa edição que soou apressada: ela não nos comoveu com seus participantes. Com vídeos curtos antes de cada apresentação, o telespectador não consegue se apegar aos candidatos, o que cria uma certa indiferença na hora de torcer para que ele passe ou não – dependendo ainda mais da seleção musical (que também não foi das melhores nessa estreia). Talvez valha apontar que a produção ainda não contava com a Dani Suzuki, que assumiu o The Voice Web na última semana – mas é difícil acreditar que a Globo não poderia superar isso na hora das gravações de VT dos participantes.

Quanto aos técnicos, dou meu braço a torcer para a participação de Claudia Leitte. Apontada por muitos como a pior das juradas, me parece que ela é a única que busca a competição de fato na hora de conquista um candidato – ganhando agora a parceria de Michel Teló nessa mistura, que, sem dúvida, surge como a maior surpresa positiva dessa nova temporada. O que os dois tentam fazer, ainda muito aquém do que o formato exige, é tudo que Carlinhos Brown e Lulu Santos falham miseravelmente. O primeiro vive da farra, com gritos sem fim e poucos comentários relativos a performance do candidato. Já o segundo parece ser superior demais a tudo e a todos, se recusando a competir, afinal ele é o melhor ali sentado (será?).

Novo técnico: Michel Teló

Voltando a Teló, temos que elogiar sua participação. Diferente de Daniel, que cumpria firme seu papel de gentleman e mal competia com os demais, o novo sertanejo chegou botando banca e mostrando que está lá para ganhar. Claro que de um jeito abrasileirado e cercado de companheirismo, mas ainda assim, muito válido. E, se você ainda acha que Teló é só o cara que canta ‘Ai se eu te pego’, busque um pouco mais sobre a sua carreira – excelente musicista e exímio conhecedor da cultura sertaneja, o cantor fez uma série muito bacana com os cantores do ramo para o Fantástico, que vale a pena dar uma conferida. Ainda nos aspectos de produção, Tiago Leifert chegou timidamente e cumpriu seu papel como anfitrião do programa – sabemos que sua participação mais efetiva acontece nas próximas fases.

Aos conhecedores do programa, uma coisa é unânime: não existe melhor fase que as audições. Só que, de alguma maneira, essa foi pouco empolgante. O momento em que os jurados viravam a cadeira não demonstrava tanta emoção e pouco empolgava. Talvez algum problema no corte de câmera ou simplesmente os carões que eles assumiam que pouco convenciam. E quem disse que seria bacana colocar o número dos jurados no final do programa? Porque quando Tiago anunciou que não teriam mais audições, já desliguei a TV e fui viver minha vida, descobrindo depois que tinha rolado uma apresentação – muda esse negócio para o começo do programa, já chegando lá no topo.

Equipe The Voice BR - Quarta Temporada

Quanto aos participantes, poucos se destacaram – e aqui, vale ressaltar, entra muito mais do meu gosto pessoal do que de fato quem sabe cantar ou não. Selma Fernandes fez uma bela performance, interpretando Travessia. Teve também a emocionada apresentação do sertanejo Renan Ribeiro, que meteu as caras e cantou uma música do novo técnico Michel Teló em parceria com Gustavo Lima. E, vindo lá de Cuiabá, Lorena Ly botou moral com sua versão de “Deixa Eu Dizer”. Negativamente, tivemos a lastimável apresentação de Camila Profitti – que ganhou comentários muito bacanas dos técnicos sobre como melhorar sua performance – e a tentativa frustrada do jovem Luan Douglas, que se aproximou mais de um cover, do que imprimiu sua verdadeira identidade.

Ainda é muito cedo para apontarmos um time forte, visto que foram poucas as adições a cada um deles. O que vimos até aqui foi um pouco de previsibilidade em que tipo de pessoa escolhe cada técnico – o que também é culpa da baixa competitividade entre eles. Enquanto os sertanejos se aproximam de Teló, os cantores pop se dividem entre Lulu e Claudia, deixando o resto nas mãos de Brown. A produção poderia dar uma forçada para que os técnicos brigassem um pouco mais, para garantir um pouco de imprevisibilidade na hora da escolha – por hora, nos contentemos com isso mesmo.

Com uma estreia tímida nas redes sociais, The Voice Brasil tem claramente muito a que melhorar. Considerando que essa foi só a estreia, vamos aguardar para ver como a Globo desenvolve os próximos programas e tentaremos lidar com as nada convencionais regras que eles inventam ao longo da edição. Mas e você, o que achou dessa estreia? Gostou dos candidatos? Conta para a gente e até a próxima semana!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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