Em uma noite claramente menos inspirada do que a da semana passada, The Voice Brasil fecha sua fase de Batalhas e prepara o terreno para a Prova de Fogo – nova fase que ainda não teve maiores detalhes divulgados, mas que deve funcionar de maneira semelhante aos Knockouts lá fora.
Se tem algo que precisamos notar é como as Batalhas levantaram a moral dos candidatos, que em grande maioria fizeram audições fracas e pouco empolgaram o público no começo da temporada. Mas se os candidatos foram valorizados, quem perdeu muito foi a edição. Muito corrida devido ao número de apresentações em uma noite, perdemos a chance de acompanhar a preparação das duplas, o que além de mostrar o trabalho dos cantores como técnicos, criam uma certa ansiedade sobre um possível favorito, tornando a decisão final do técnico surpreendente ou não.
Quem esteve muito bem nos dois programas foi o mestre de cerimônias, Tiago Leifert. Com seu carisma característico, ele conduziu a sua maneira as batalhas, colocando umas pitadas de humor excelentes (vai dizer que você não riu quando ele gritou “O SOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL”). A apresentação acertada do programa é, sem dúvidas, um dos grandes valores da edição brasileira. Agora, vamos ver como os times fecharam essa fase e quais as perspectivas dos técnicos para o que vem pela frente.
#timeMilk
Cara, a gente fala mal de Claudinha, mas de vez em quando ela tem umas sacadas tão boas, que precisamos reconhecer. A versão reggae de “Chandelier” interpretada por Joelma e Allice é um ótimo exemplo disso. Que pegada gostosa e diferente que resultou dessa nova roupagem. Allice estava extremamente mais confortável, enquanto Joelma parecia se esforçar mais para alcançar as notas. Vencedora da batalha, Allice continua com Claudia, enquanto Joelma teve seu talento reconhecido por Lulu e segue para a próxima fase no time do sertanejo.
Depois foi a vez de Del Feliz e Vanessa cantarem um pouco da cultura popular brasileira, numa batalha pouquíssima empolgante. Aqui, o maior problema foi a falta de interação dos dois candidatos. Assim como foi ressaltado pelos jurados, ambos tiveram dificuldade de entrar nas músicas, fazendo de tudo uma grande confusão. Talvez a experiência de Del lhe tenha feito mal, levando a vitória de Vanessa. Sobre a próxima batalha, primeira coisa: por que diachos Xandy é chamado de Cantor Xandy? Não entendo e me recuso a corroborar com isso.
Seguindo em frente, Xandy e Lorena Ly cantaram “Juízo Final” (vulgo O SOOOOOOOOOOOOOOOOOL) e sofreram do mesmo mal da dupla anterior de Claudia. O que era para ser uma música partilhada, ficou completamente truncada, com a primeira parte do cantor e a segunda de Lorena, absurdamente superior. Assim como Lulu, senti falta do sofrimento nessa música e não consegui ver como dona Milk, que cabia uma interpretação feliz dessa canção. Ainda bem que Lorena levou a melhor, senão seria triste continuar – só que Teló cagou e salvou o cara, infelizmente.
Fechando a noite do time de Milk, Bella e Nicki – que não é a Minaj, mas parece – interpretaram o clássico “Satisfection” de maneira bem agressiva e, ao meu ver, interessante para a fase do programa. Concordei demais com Lulu (que milagre é esse) quanto ao desempenho superior de Bella, mas Milk preferiu seguir com Nicki para a Prova de Fogo. Bella é mais uma que poderia ter sido salva, mas os ‘Peguei’ já tinham sido todos usados.
#timeTeló
Juntaram Teló, melhor técnico, com Luiza Possi, melhor assistente, por isso que tivemos essas batalhas tão interessantes. A noite do time do sertanejo começou com o enfrentamento entre Franciele e Brícia ao som do hit “Dark Horse”. De longe, Franciele foi a vencedora dessa batalha – fiquei muito sem entender todos os elogios a Brícia, que para mim só gritou mesmo. Vou falar: Tiago fazendo o rap foi melhor que a batalha das duas. Bom ou não, as duas continuam na competição: Franciele no time de Teló e Brícia roubada por Claudia Leitte (sendo que todos os jurados tentaram roubar… vai entender!).
Depois foi a vez do sertanejo tomar conta do palco na batalha entre Adna e Renan, que interpretaram uma música do saudoso Cristiano Araújo – e cara, como eu adoro essa puxada de saco que Michel dá para o sertanejo, o que Daniel não fazia tão bem. A voz de Adna é a mais diferente da competição, mas não sei até onde isso é bom para ela. Eu, por exemplo, fico bem sem reação quando vejo ela cantando grave daquele jeito. Teló não sabia mais como trabalhar com uma candidata como a jovem e acabou escolhendo Renan como vencedor da batalha. Adna, por sua vez, foi salva e terminou a noite no time de Carlinhos Brown.
E fechando nosso time sofrência, Mali e Eduardo cantaram um grande sucesso do momento, “Aquele 1%”. Foi incrível ver como Mali conseguiu brilhar em uma música feita para vocais masculinos e deve ter sido isso que garantiu a vitória da menina na batalha – que vem se mostrando bem versátil na competição, lembrem que ela entrou cantando um funk.
#timeBrown
A primeira batalha do time de Brown e do Etvaldo, opa, Rogério Flausino, já foi com um grande hit dos últimos tempos – que eu não aguento mais ouvir, diga-se de passagem. Matheus e Luísa cantaram “See You Again” e o lance de vermos os ensaios antes para criar expectativa, aconteceu aqui. Considerando o que vimos, parecia que Matheus não daria conta da música e acabaria deixando a vaga para Luísa. O que aconteceu? Exatamente o contrário. Essa é a mágica do momento, do palco. Fiquei feliz com a superação dele, principalmente pela mudança de cenário que ele se propôs ao interpretar esse hit pop.
Seguindo no time Brown, Junior Lord e Maurílio cantaram “Carolina”, outra batalha fraca da noite. Eu que pouco entendo de música, percebi que eles estavam se esguelando para alcançar as notas, gritando mais cantando e mostrando um despreparo grande para seguir na competição. Aqui foi aquele caso de “quem está mais preparado dadas as condições” e, surpreendentemente, foi Junior que levou a melhor. Por mim, fazia eliminação dupla, mas ok. Por fim, Agnes e Larissa disputaram a última vaga do time numa interpretação de “Caçador de Mim”, uma canção suave e que serviu muito bem para mostrar o talento das duas cantoras.
Aqui, foi um empate justo para mim. Qualquer uma que ganhasse seria muito certo e honesto. Agnes se deu melhor e seguiu, sendo uma pena que nenhum dos técnicos tinha mais o ‘Peguei’ para salvar a outra candidata.
#timeLulu
Com mais batalhas no programa da semana passada, o time de Lulu pouco apareceu nessa noite, salvo suas duas batalhas finais. Jonata Lima e Negra Mary cantaram “Lembra de Mim”, música de Ivan Lins que casou perfeitamente com o timbre dos candidatos, valorizando seus pontos fortes e tornando a decisão do técnico Lulu bem complicado. Pessoalmente, gosto mais do tom de Negra, mas deu Jonata mesmo.
Depois Nando e Rafael Dias encerraram as vagas do time de Lulu e a noite de Batalhas com uma música do Cidade Negra (juro que quase escrevi Cidade Alerta), bem pouco empolgante. Acho que não me importo muito com nenhum dos dois, por isso já estava com vontade de desligar a TV. Aqui, Nando se deu melhor e terá mais uma chance de provar o seu talento para o Brasil na próxima fase.
Semana que vem voltamos também na quarta e, se preparem, pois o programa será ao vivo e os técnicos terão de cortar seus times pela metade. A noite promete muito, mas enquanto ela não chega, me conte: qual time tá torcendo? Já tem candidato favorito?
Fotos: GShow
