“Vocês são puros. Vocês são corajosos. E é com coragem e honestidade que a geração de vocês vai mudar o país. Cantem. Gritem. Mudem o mundo. Que a voz de vocês seja ouvida mais alto.
– Tiago Leifert
E o reality show mais divertido e fofo da TV brasileira atualmente chegou ao fim. Foram 13 programas, 4567 candidatos, uma explosão de fofura e all good things must come to an end. Mas a boa notícia: A segunda temporada já está confirmada pro ano que vem e não ficaremos orfãos de uma boa competição aos domingos, porque no dia 10 de abril, no horário de The Voicinho, começa a nova temporada de Superstar.
Antes de comentar a grande final, vou pedir desculpas por não ter conseguido postar a review semana passada e comentar rapidinho o que aconteceu lá. Com aquele esquema super bizarro de eliminação, com o técnico dando 30 pontos a um dos seus participantes, era bem óbvio que a despeito do voto do público, o escolhido por Ivete, Brown e Victor e Leo estaria na grande final e foi assim que se formou a final entre Pérola, Wagner e Rafa. Quanto aos dois últimos, nada mais do que justo.
Wagner entregou com Todo Azul do Mar sua melhor performance na temporada e Rafa continuou com a fofura habitual em Banho de Lua e, por mais que eu ache Iris melhor cantora, não dá pra ficar triste com a garota sendo favorita, não. Mas acredito que qualquer um dos outros 3 do time de Ivete, Daniel, Luna e principalmente Robert, tinham muito mais a acrescentar na final do que a garota. Mas, vida que segue, realitys shows são assim mesmo.
A apresentação de Ivete com seus semifinalistas cantando Sorte Grande só me deixou ainda mais com essa impressão. Os 3 meninos estavam maravilhosos, seguros e confiantes de um jeito que não haviam estado no programa até então, o que foi curioso. Robert deu um show (provando que era o finalista moral desse time), Luna trouxe todo o seu carisma e até Daniel, conhecido por seu estilo ‘rockeirinho mirim’, mandou muito bem no Axé.
Como falei do Time Ivete, vou comentar rapidamente também as outras duas apresentações dos semifinalistas com os técnicos que também foram bacanas. Victor e Leo cantaram um sucesso próprio, Deus e Eu no Sertão, e entregaram uma performance bacana, mas sem grandes surpresas. O emocionante aqui foi ver a história da música e o amor que existe entre os dois irmãos, coisa muito legal de se ver, a despeito de qualquer ressalva que eu possa ter tido com eles durante a competição. Brown cantou Te amo, Família com Felipe, Iris e Ryandro e só comprovou aquilo que todo mundo comenta (aqui, no twitter, nas rodas de conversas) há semanas: Seu time era indiscutivelmente o mais forte da competição. Se a final fosse formada apenas por gente dele, não seria uma injustiça.
De uma maneira geral, a grande final foi um lindo espetáculo. Um pouco maior do que o habitual (quase nada, só 2h30 de programa), com diversas apresentações e diversos depoimentos dos técnicos, o programa trouxe em maior escala tudo o que já tinha apresentado até agora. Tem um pequeno momento, no 2º bloco, em que a Ivete fala que eles tiveram uma preocupação de manter o espírito Kids durante toda a temporada e é bem claro o quanto isso aconteceu logo na primeira apresentação do dia, com os 3 cantando de maneira muito fofa o clássico O carimbador maluco, de Raul Seixas. Sério. Foi bem bacana e já podem chamar os 3 pra formar o novo Trem da Alegria que ninguém vai reclamar, não.
As apresentações individuais foram um arraso. Wagner começou com Disparada, já mostrando porque foi o escolhido do time de Victoreleo pra chegar a final e porque também foi o meu favorito do trio finalista. Com a força e a emoção habitual, Wagner mostrou o seu já esperado domínio vocal e transmitiu uma verdade e uma força que ninguém mais do time de Victoreleo conseguiria. Todos os (muitos) elogios que o garoto recebeu em seguida dos seus técnicos e dos outros foram merecidos.
Pérola foi com Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim, uma música que praticamente todo mundo já deve ter ouvido – e sentido – uma vez na vida. Como eu já disse anteriormente, não sou o maior fã da garota aqui na final, mas a apresentação foi bem bonita (não a melhor dela, porque nada vai superar a batalha com Em Cada Sonho). Mas o mais bonito mesmo foi a reação de Veveta. As lágrimas sinceras e os elogios a sua pupila foram de encher os olhos e é difícil não se emocionar.
“Eu diria milhões de coisas a você, mas acho que o coração e a alma tem dito. Quem é Rafa? A criança com voz de criança.”
Depois dessas palavras do Brown para a apresentação de Sítio do Picapau Amarelo pra Rafa, tem muito o que dizer? Quase nada. Emocionante. Contida. Infantil. Honesta. Carismática… Tudo. Foi, simples e pura, uma criança sendo criança.
As apresentações com os técnicos também foram bem bonitas. Brown e Rafa emocionaram muito com É Tão Lindo. Suave, fofa, emocionante… Não tem muitas palavras para usar na descrição desse dueto. Não dá pra saber se a gente ria ou se chorava. Mais uma vez, Rafa provou porque era a favorita virtual. Pode não ser a voz mais potente, a com melhor controle ou alcance vocal, mas ela sintetiza em si todo a essência do programa. É uma criança cantando música de criança, sendo fofa e com um carisma de dar inveja a muita gente.
Ivete e Pérola cantaram Festa. E confesso, achei uma escolha estranha. Dado o histórico da menina na competição, acreditei que as duas iriam cantar alguma coisa mais romântica, mais calma… Pensei em Deixo, Quando a Chuva Passar, A Lua Que eu te Dei… Mas nunca Festa. O que não quer dizer que tenha sido ruim. Só foi comum, até mesmo esquecível. Nada demais e muito aquém do nível dessa final.
Victor, Leo e Wagner cantaram Tem Que Ser Você, um clássico da dupla (Saudades A Favorita) e a despeito da pequena falha técnica no início, também fizeram uma apresentação bem bonita. A sintonia entre os 3 é ótima e Wagner tem todo o carisma que a dupla, muitas vezes, não tem. Inclusive, ele segurou muito da apresentação, que foi bem diferente do que ele costumava apresentar então e mostrou que também arrasa quando canta contido.
E, surpreendentemente, Wagner Barreto desbancou a favorita Rafa Gomes e consagrou-se o grande vencedor da 1ª temporada do The Voice Kids, com 66% dos votos (o que deixa claro que a disputa nem apertada foi). Diferente de Rafinha, que despontou como favorita desde a audição, Wagner foi crescendo na competição pouco a pouco, o típico black horse, que ninguém esperava que chegasse tão longe, quanto mais que vencesse. Na minha humilde opinião, uma vitória merecida (assim como Rafa seria se o tivesse ganho também. Apenas Pérola seria uma decepção). Ele era a melhor voz (enquanto Rafa era a mais fofa, não dá pra negar também!) e ainda me arrepio lembrando das apresentações dele de Romaria e Todo Azul do Mar. Não dá pra reclamar.
Assim como não dá pra reclamar nada dessa temporada de estreia. Um grande acerto da Globo e, fica agora, o desafio de manter o nível nas próximas edições.
Outras observações:
– Que coisa mais linda todo mundo cantando “Nós Vamos Invadir Sua Praia” no final. Esse programa vai fazer muita falta.
– Muito bacana os vídeos em homenagem aos técnicos. Ficou bem feito e bem emocionante. “Cair é inevitável, mas a gente vai te ensinar a levantar.”
– Pai do Wagner continua sendo o melhor pai e ele correndo pra abraçá-lo depois de vencer foi lindo demais.
– As apresentações individuais dos técnicos foram todas ótimas.
– Dona Zilda representando todo mundo. Beijo, Tiago!
– E aquela carta do Tiago, ein? Como disse o Wagner, “vomitei arco-íris!”
– Obrigado a todos que comentaram as reviews comigo! Daqui a duas semanas, a gente se encontra, nas resenhas da 3ª temporada de Superstar!
