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The Voice Kids

Por: em 3 de janeiro de 2016

The Voice Kids

Por: em

Aproveitando do mais bem sucedido formato de reality musical dos tempos atuais, a Globo estreou na tarde deste domingo o The Voice Kids, uma caça por talentos mirins do Brasil. Crianças de 9 a 15 anos (eu não ia gostar de ser chamado de criança no auge dos meus 15 anos, mas ok!) se encheram de coragem e cantaram em busca de uma vaga na competição que nos acompanhará até março.

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O formato segue o roteiro da versão adulta, com algumas poucas alterações. Passaremos pelas Audições às Cegas, onde cada time terá que ser formado com um total de 24 candidatos, uma quantidade bem maior que o esperado. E isso só acontece pelo formato diferenciado das Batalhas. Depois dos 6 programas iniciais de caça, os times serão encaminhados para a próxima fase, onde 3 candidatos se enfrentam em cada uma das batalhas – diferente do que estamos acostumados. Depois disso, com 8 candidatos, chegamos a Fase Ao Vivo, onde não foram divulgados maiores detalhes das eliminações. Também não se sabe se o recurso “Peguei” estará disponível para os técnicos durante das Batalhas. Até aqui, nada estranho. A Globo pegou o formato padrão vendido para a versão Kids do programa e colocou para rodar na sua programação.

O grande acerto ficou na escolha dos jurados para a versão. Por muito, se discutiu se era uma decisão acertada colocar Ivete Sangalo em outro programa musical (para quem não lembra, ela participou da primeira temporada do SuperStar), já que sua capacidade como jurada não tinha sido das melhores. Claro que ainda é muito cedo para falar, mas, pelo menos nesse primeiro programa, Ivete foi a rainha da versão. Ainda bastante contida, a rainha do Axé cativou a maioria das crianças e, salvo engano, era a preferida por todos – deve ter tido um dedo da produção para orientar que todas os candidatos não fossem para o time dela. Victor e Léo também mostraram um tanto de carisma e podem ser jurados incríveis ao longo da temporada.

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Agora leiam bem isso, porque talvez eu nunca consiga mais repetir: Carlinhos Brown também foi um acerto. Logo que começou o programa, eu já estava reclamando dele e seus gritos sem sentido. Mas com o passar dos candidatos, foi possível notar o quanto ele tem o tato necessário para lidar com aqueles pequenos talentos. Aqui, cabe sua palhaçada, seus gritos, tudo que ele se propõe a fazer sempre. Como não se comover com o discurso da pequena que o encontrou em um aeroporto e gravou que era um “ser de luz”. São essas mensagens que marcam as pessoas e Carlinhos cumpriu bem demais seu papel. Ele ainda vira para qualquer um? Sim. Mas o que a gente não faz para não ver umas crianças chorando.

Na apresentação do programa, Tiago Leifert sempre será um grande acerto. Seu carisma é cativante e ele conseguiu se conectar com as crianças de uma maneira super crível – dava realmente para acreditar nas suas torcidas. Ao seu lado, a estreante Kika Martinez, que atuava no Domingão do Faustão e teve um papel bem bacana de receber as crianças na beira do palco e ter aquela última conversa, para acalmar antes do grande momento. Quanto aos candidatos, vimos a predominância das vozes femininas – com muita justiça, diga-se de passagem. Os meninos chegaram bem tímidos nesse primeiro programa e ficaram bem aquém do apelo que uma candidata como Luna tem. Carismática e talentosa, ela tem grandes chances de avançar na competição – ainda mais com a ajuda de Veveta.

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E já que estamos falando dos candidatos, algo que incomodou foi a faixa etária do programa – o que já foi discutido lá nas reviews do MasterChef Jr. O nível fica extremamente desleal quando você coloca uma pequena de 9 anos para competir com alguém de 15, que já tem uma voz mais definida e pronta para ser trabalhada, além de objetivos mais claros de carreira. Restringir um pouco mais talvez seja a solução para isso, deixando o programa com uma faixa entre 8 e 12 anos, por exemplo. Por outro lado, a versão mostra respeito ao seu vencedor, dando um prêmio tão bom quanto o da versão adulta – 250 mil reais, gerenciamento de carreira e a gravação de um CD.

Tudo isso é só um começo. A temporada ainda tem muito para mostrar, mas a primeira impressão é muito boa. As crianças conquistam mais e, muitas vezes, mostram mais vontade que os adultos. O sonho de uma forma mais pura tem um charme encantador e os técnicos ajudaram bastante no convencimento dessa versão. Esperamos que The Voice Kids seja um bom sucesso e não só uma maneira de desgastar o formato com o público.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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