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The Voice: quando voz e união voltaram a fazer a diferença!

Por: em 22 de dezembro de 2013

The Voice: quando voz e união voltaram a fazer a diferença!

Por: em

Depois de uma péssima e previsível 4ª temporada, muitos desistiram de acompanhar o reality musical de maior sucesso dos EUA, The Voice. O fato era que o programa tinha se transformado em um celeiro para estrelas country’s e nada mais tinha graça – para quê acompanhar um programa que você já sabe o final. Só que, contrariando as expectativas, a quinta temporada não só voltou com um potencial muito melhor dos candidatos, como foi a melhor temporada do programa até então. E qual seria o segredo para isso?

Começa claro pela volta a formação original da bancada. Não que a culpa seja de Shakira e Usher, mas a química entre Christina Aguilera, Cee Lo, Adam Levine e Blake Shelton é indiscutível. As brincadeiras, a competição, o bromance Levine e Shelton, o amor Adantina, tudo estava ali de volta. E tinha um algo mais: todos estavam com uma sede de vitória que fez a competição pegar fogo. Muito disso vinha do fato de Blake vencer três temporadas seguidas, depois da chance reduzida que Aguilera e Cee Lo tem de competir (agora que só ficam em um ciclo por ano) e, claro, Adam queria derrotar o seu maior rival lá dentro. Isso tudo criou o ambiente necessário para que cada um dos coaches buscasse somente os melhores candidatos para os seus respectivos times.

coaches

Só que tudo isso foi banhado com inúmeros talentos que foram competir. Sério, a qualidade vocal dessa temporada foi um dos grandes pontos altos, sendo que a cada fase eliminatória chegava a dar pena de ver que alguém tão talentoso tivesse que ser deixado para trás. Mas a estrutura é essa e isso dá a graça ao show. Os novos elementos colocados no jogo, como o steal durante os knockouts e o #InstantSave, deram uma apimentada na disputa, sendo o segundo uma das coisas mais legais para que o público pudesse fazer de tudo quando um de seus favoritos acabasse no bottom. O único lado negativo disso foi que ele foi se tornando um excelente termômetro para saber quem seria um dos eliminados na próxima semana (se eu não me engano, todos que foram salvos pelo público, acabaram sendo eliminados na semana seguinte).

Só que o grande diferencial foram as ligações entre os técnicos e seus pupilos durante todo o programa. E claro que isso é muito mais ligado a Adam e Christina do que aos seus outros concorrentes. Nesse ponto é fundamental comentar a displicência de Cee Lo ao longo dessa temporada. Seu aparente descaso com a competição resultou na implacável eliminação de seu time durante a fase dos shows ao vivo. Nenhum de seus representantes conseguiu passar do Top 8, o que é um marco significativo e demonstra uma razoável reação da América a postura do coach com seu time. Já Blake tentou emplacar mais uma vez seu charme country e, por muito, achei que ele conseguiria mais uma vez alavancar uma voz country no programa – só que o público demonstrou que já cansou dessa previsibilidade do cantor, deixando-o sem nenhum competidor na final, pela primeira vez na história do programa.

levine e tessane

Já Adam acertou depois de muito tempo. Julgado como um dos coaches mais arrogantes durante as últimas temporadas, Adam conseguiu fazer com que todo o seu time chegasse ao top 5, depois de passar as duas últimas temporadas sem nenhum competidor na final. Isso vem da dedicação do cantor, principalmente com a campeã Tessane. O laço de amizade e carinho criado entre os dois foi algo que ultrapassava a tela e ficava clara a admiração que ele tinha pela sua pupila jamaicana. E também não era para menos, Tessane é uma grande voz. Com uma trajetória consistente durante toda a temporada, principalmente na fase ao vivo, Tessane tinha tudo para fazer história no programa. Emplacando sucessos no iTunes como Many Rivers to Cross e My Kind of Love, foi nas performances finais que ela conseguiu surpreender de verdade. Sua interpretação de I Have Nothing foi simplesmente impecável e foi ali que a campeã estava anunciada, sendo que nem mesmo Adam conseguiu esconder isso.

levine e will

Talvez esse tenha sido o maior pecado do coach nessa temporada, tratar seu segundo finalista Will Champlin como um sobrevivente – o que não era uma total mentira, mas o cantor mostrou que tinha seu espaço merecido naquele programa. Sua performance de At Last (que eu pensei ser insuperável depois da brilhante interpretação de Sasha Allen, na quarta temporada) foi uma das mais brilhantes de toda a temporada, mudando um pouco o tom com a interpretação de Hey Brother, mostrando toda a sua diversidade e dinamismo. E apesar de ser levado pelo público até a final, Adam não demonstrava o mesmo entusiasmo com o candidato. Seria isso o que levou ele a ficar em terceiro lugar? Acho bem difícil colocar a culpa só nisso, mas que a ligação entre o coach e Tessane a ajudou a chegar tão longe, isso não há dúvidas.

aguilera e jacquie

Só que a final foi brilhante, pelo menos na minha opinião, porque Jacquie Lee estava lá. Deixando minha torcida de lado, é inegável que essa foi, como o Cee Lo apontou, a melhor dupla candidato-coach. Jacquie era a imagem de Aguilera mais nova. A evolução da garota durante a competição não poderia ter sido maior e depois de exibido seu vídeo da blind audition, a certeza era só uma: a vencedora moral dessa competição foi Jacquie. Com inúmeras apresentações espirituosas, Jacquie conquistou seu espaço na final depois da brilhante interpretação de I Put a Spell on You. Claro que podemos citar as belíssimas Angel e Who Is Loving You, mas depois de seu show na final, eu acreditei que ela teria uma chance de ficar em primeiro lugar. Sua versão de And I’m Telling You I’m Not Going foi uma performance de campeã, com um final banhado a jogo de luzes e fogos, fazendo dela uma verdadeira estrela. A minha reação foi a mesma de Aguilera: não dava para acreditar que tudo aquilo partia de uma garota de 16 anos.

Mas tudo isso porque Christina se empenhou em transformar a garota no sucesso que foi – e o momento das duas juntas em We Remain veio para ilustrar na final. Todos os trechos de ensaio que vimos demonstravam o quanto a ligação das duas cresciam e como Aguilera realmente se importava de passar coisas fundamentais para fazer a pequena se transformar em um monstro da competição. Apesar de ser algo pessoal, acredito que apesar da incrível voz de Tessane, será Jacquie o grande nome dessa temporada de The Voice, assim como os perdedores One Direction foram com X-Factor UK que participaram. A final em si foi um show incrível, com inúmeras participações que serão esquecidas porque só se fala de uma coisa: Aguilera e Gaga juntas pela primeira vez. E que performance foi aquela? Estava tudo no ar, foi realmente incrível. Mas tivemos nomes como Paramore, Celine Dion, NeYo e alguns outros presentes.

O fato é que, depois dessa excelente temporada, The Voice volta ao destaque que merece dentre a classe que pertence. Foi a primeira vez, tirando a primeira temporada, que tivemos uma final onde qualquer um dos candidatos poderia vencer e nós teríamos que aceitar que fora por mérito. Shakira e Usher terão um trabalho adoidado para conseguir bons competidores para seus times da sexta temporada do show agora que Adam conseguiu emplacar mais uma vitória. E com a voz em destaque mais uma vez, que o show continue nos trazendo excelentes cantores daqui para a frente.

 

P.S.: Vídeos das apresentações não foram inclusos porque a NBC não os libera para outros países.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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