Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

The Walking Dead – 6×06 Always Accountable

Por: em 18 de novembro de 2015

The Walking Dead – 6×06 Always Accountable

Por: em

Nesta semana voltamos novamente um pouco no tempo, para acompanhar Daryl, Sasha e Abraham na continuidade da operação megalomaníaca de realocação de zumbis iniciada lá na season premiere. Com um pouco mais de tensão e ação, Always Accountable apresentou novos personagens, dinâmicas e – é claro – novas perguntas à serem respondidas. Mas antes de qualquer coisa, uma obsevação:

Se você esperava saber sobre o destino de Glenn, mais uma vez ficou no vácuo. A melhor coisa que temos a fazer nesse quesito é aceitar que isso provavelmente só será elucidado no midseason finale. Soarei repetitiva, mas esse mistério criado em torno do futuro do coreano é bem chato. O suspense, quando não é bem trabalhado, ganha contornos artificiais e perde totalmente a credibilidade. Alguém ainda acha que o marido de Maggie não vai aparecer vivinho da silva em breve?

Voltando ao que interessa. Ao chegarem com a procissão de mortos ao que parece ser um vilarejo, Daryl, Abraham e Sasha deparam-se com atiradores que pareciam estar de tocaia ou vigilantes (e não eram os Wolves). Foi tiro para tudo quanto é lado e não nos foi mostrado quem os disparava, apenas que essas pessoas estavam embuídas em eliminar os nossos protagonistas. É claro que a emboscada faz com que eles se separem. Daryl se embrenha na mata, enquanto o brutamontes ruivo e a irmã de Tyresee buscam se abrigar contra os walkers e possíveis reforços para as pessoas que os atacaram. A partir desse momento, nós acompanhamos a história em duas frentes narrativas.

Então vamos falar do nosso motoqueiro amado. Sim, como a maioria dos fãs, ele também é o/um dos meus favoritos aqui – então um episódio com destaque para Daryl já basta para ser mais interessante do que os demais (levando em consideração os dois últimos) Nesse início, depois do ataque, vemos que o irmão de Merle está machucado, cansado e meio desenganado. Para mim parece que ele está sempre sofrendo com algo – as coisas nunca ficam mais fáceis para o Dixon mais novo. Agora ele se depara sozinho em um ambiente hostil, então mais uma vez ele pega a sua besta companheira e toma coragem para enfrentar o mundo mais uma vez.

É aí que ele é nocauteado por três novos rostos dessa temporada que, a princípio, estar querendo apenas continuar respirando. O gravame aqui é que eles estão fugindo do grupo ao qual eles pertenciam, o que faz de Daryl um potencial inimigo ao ser confundido com uma dessas pessoas. A prima face, nós e Daryl os vemos como “boas pessoas” (na medida do possível) ao passo que eles estão procurando por companheiros para juntarem-se à eles nessa fuga e não deram cabo no redneck. Aprendemos que essas pessoas causaram bastante estrago ao explodirem uma boa quantidade de combustível no intuito de resistência, mas todas as motivações ficaram bastante vagas.

Daryl, que ao contrário de Rick, foi ficando cada vez mais humano no decorrer do tempo, cria uma certa empatia para com aqueles sobreviventes. Ele nitidamente se identificou com a situação em que eles se encontravam e completamente travestido do espírito de um recrutador, os convida para Alexandria, inclusive realizando o questionário padrão do RH do Rick: “Quantos zumbis você matou?” “Quanta pessoas você matou”  e “Por que?”. Era óbvio que o trio em fuga ficaria desconfiado e não compraria a oferta de um oásis de segurança no meio do caos, pois como a maioria das pessoas no apocalipse zumbi, eles já tinham experimentado o pior do ser humano.

Então Daryl, em meio a distração dos seus captores, consegue escapar. Sua fuga seguiria sem maiores problemas se ele não tivesse visto aquela insulina dentro da bolsa. Era óbvio que ele não colocaria na conta dele a morte de uma jovem por causa de uma doença tão trivial. Depois de devolver o medicamento, mais uma vez ele poderia ter seguido seu rumo e mais uma vez o valor que ele dá ao próximo falou mais alto. Ao perceber a aproximação de um grupo de assalto, ele ajuda aquelas pessoas estranhas e vulneráveis à se protegerem.

Um homem chamado Wade parece estar no comando desse grupo e eles estão atrás dos captores de Daryl por uma suposta quebra de regras pela parte deles. Gostei de como a sequencia foi construída, focando apenas nas movimentação dos pés dessas pessoas, deixando-os mais ameaçadores. Sabe quando alguém se esconde debaixo da cama de algo ameaçador e a única coisa que se vê são os pés? Foi esse sentimento que eu tive aqui. Acho bom nos prepararmos, pois quando eles vierem de corpo inteiro, certo de que as coisas vão ficar bem complicadas.

Depois de toda essa ajuda, que não evitou a morte da menina diabética – sério, ela achou mesmo que aqueles dois plastificados estavam mortos? O prêmio de idiota da semana vai para Tina – Daryl caiu na bobeira de dar as costas para os dois, que em nenhum momento tiveram seus nomes revelados, algo que ele nunca faria se compararmos com quem ele era há um tempo. Daryl voltou a ter esperança nas pessoas e sorte dele que aqueles dois não eram tão degenerados a ponto de matar alguém que os ajudou. Ele passou por cima das advertências de Rick sobre isso, abrindo espaço para esses estranhos e (quase) levou uma facada (tiro) nas costas.

Mais uma vez sozinho, sem armas e moto, Daryl dá o que eu classificaria de sorte de personagem favorito. Não sei de onde ele tirou aquele insight, mas do nada ele realizou que debaixo de algum arbusto deveria haver algum caminhão cheio de combustível funcionando perfeitamente para tirá-lo dali e encontrar Abraham e Sasha, que tinha certeza de que o amigo voltaria para eles.

Vamos agora falar sobre esses dois. Abraham e Sasha, depois de tudo que aconteceu na temporada passada, pareciam estar naquela máxima YOLO (só se vive uma vez). Confesso que foi bem chato ver a irmã de Tyressee sendo um contraponto às outras personagens femininas de The Walking Dead. Diferente delas, que a cada vez mais se fortaleciam em meio as adversidades, Sasha foi perdendo o juízo, chegando ao fundo do poço, perdendo completamente a vontade de viver. Acho que foi toda essa falta de perspectiva que a fez querer começar a mudar.

Enquanto isso, Abraham perdeu completamente o foco depois de descobrir a farsa de Eugene. O militar, introduzido na série como um homem obstinado, se perdeu dentro do desmoronamento da esperança de que as coisas poderam voltar à ser como eram. Ele deu tudo de si por uma mentira, então porque continuar tentando? A série pareceu querer trabalhar exatamente isso ao colocá-los juntos dentro daquele carro – os dois personagens que em tese não tinham mais nenhum motivo para viver em uma missão suicida.

Mas Sasha mudou. Ela percebeu que Alexandria é a esperança de um futuro, de uma vida e, por isso, decidiu que valia a pena lutar por ela. Tal posicionamento é quase uma afronta ao ruivo, que escolheu entrar naquele carro para representar o controle junto à uma pessoa que à princípio estava instável. Acontece que o jogo virou, e Sasha foi o ponto de ignição para Abraham aceitar que era ele que precisava de um pilar de sustentação, não ela.

Com isso, tivemos a oportunidade de entrar na cabeça de Abraham e ver que ele está lutando em aceitar que não há como reverter a realidade em que eles não vivem agora – que é possível ter perspectivas dentro de um mundo onde parece que tudo está resumido em matar ou morrer. Isso tudo ficou bem claro quando, sozinho, ele arrisca a sua vida para pegar um lançador de morteiro de um zumbi empalado. Foi uma sequência intensa e o ator Michael Cudlitz conseguiu transparecer todo o conflito dentro da cabeça do personagem. Abraham se colocou em perigo pois ele precisava daquele conflito intrínseco, é aí que a razão bate e ele dá um passo para trás e observa o problema se resolver sozinho (com uma ajuda da gravidade).

Com a epifania, Abraham retorna para Sasha e ao que parece nós vimos o início de uma história de amor (???). Eu não esperava pela declaração, pois acha que a coisa era realmente séria entre ele e Rosita, mas quem sabe isso não dá certo. Os dois reencontraram a esperança, algo que se confirmou com Daryl confirmando a espectativa de Sasha ao voltar para buscá-los. Nem tudo está perdido.

Então um novo mistério aparece para martelar em nossas cabeças pelos próximos dias. Nós vimos Rick tentar contato com os amigos sem resposta e vice versa, deixando todo o indício de as coisas estavam muito erradas. Quando alguém finalmente responde à tentativa final de comunicação de Daryl em Always Accountable, somos atingidos com um emblemático pedido de ajuda. De quem era aquela voz? Algumas pessoas sedentas por uma fagulha de certeza querem que seja Glenn, outras falam em Rick, o que indicaria um iminente colapso de Alexandria. Ao que tudo indica, o caminhão cheio de combustível chegará à tempo de ajudar algum deles…

Fique agora com a promo de Heads Up, que vai ao ar dia 22 de novembro:

Curtiu o episódio? Alguma idéia de quem são Wade e seu grupo? Será que Abraham e Sasha vão ter um romance? Teorias de quem era a voz no rádio? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha!

Observações:

– Wade não existe nos quadrinhos, mas ele pode pertencer ao grupo de Negan – Os Salvadores. Apesar dele não ser o Negan, pode ser que tenhamos ouvido a primeira referência ao próximo grande vilão da série. Depois de cortar o braço do homem atacado pelo Walker, Wade se comunica com seu grupo, ordenando a retirada, referindo-se à alguém no comando – “Ele só queria levar isso até certo ponto.”… Mas tudo poderia não passar de um filler também.

– Quem acha que o Abraham vai disparar os morteiros em breve?

– Eu tomei um baita susto com o zumbi dentro do escritório onde Abraham e Sasha se esconderam.

– Será que o Daryl vai conseguir sua besta de volta? Se sim, o reencontro será emocionante.

– Só temos mais dois episódios de The Walking Dead em 2015. Morri!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

×