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The Walking Dead – 7×10 New Best Friends

Por: em 20 de fevereiro de 2017

The Walking Dead – 7×10 New Best Friends

Por: em

As peças que foram colocadas no tabuleiro na primeira metade da temporada finalmente estão começando a fazer sentido. “New Best Friends”, o mais recente episódio de The Walking Dead, colocou algumas peças em movimento. O episódio se dividiu em duas narrativas. A primeira delas, trata do reencontro entre Daryl e Carol, enquanto a segunda, responde à pergunta do episódio anterior: O que aconteceu com Padre Gabriel? Desta vez, as duas histórias formaram um episódio muito interessante que levou a história adiante.

O episódio se inicia com mais um dos encontros dos habitantes do Kingdom com os Saviors que não sai exatamente com o planejado. Mesmo assim, Ezekiel não mudou a sua opinião à respeito de formar uma Aliança contra Negan. Será preciso uma perda grande para fazê-lo aceitar o acordo proposto por Rick. É exatamente essa a conclusão de Richard, o braço direito de Ezekiel. Por isso, ele bota em prática o plano mais estúpido que alguém já desenvolveu em The Walking Dead: Tentar fazer Daryl sacrificar ou pelo menos colocar Carol em risco. Talvez o exterior endurecido de Daryl e a raiva que ele tem pelos Saviors tenha feito com que Richard achasse que Daryl, assim como ele próprio, já não se importa mais e só queira vingança. Ele subestimou o elo familiar que une o grupo de Rick. Errou feio, errou rude.

Um dos momentos mais aguardados desde a sexta temporada é o reencontro de Carol e Daryl, dois dos personagem mais populares da série, que compartilham uma conexão muito profunda. Foi bastante parecido com o que todos esperavam. Foi um reencontro emocional, doloroso, mas também muito doce. Muitas pessoas têm falado mal da Carol, como se ela não se importasse mais com a própria família. Teoria que cai por terra quando ela vê Daryl. Depois de se recusar a receber qualquer pessoa em sua casa, Carol abraça Daryl imediatamente, ele entra, eles conversam, ela cozinha para ele. Alguns acreditam que a relação deles é romântica, outros acreditam que é apenas uma amizade profunda, independentemente, é inegável que há algo intangível entre esses dois personagens.

Foi desolador ver Daryl finalmente entender a extensão do problema que Carol vem passando. Ele toma a decisão de mentir para protegê-la. Eu sei que muitos fãs gostariam que Daryl contasse à Carol sobre o que realmente está acontecendo, mas não contar a verdade adiciona camadas ao personagem. Já tinha muito tempo que eu não via Daryl ter tantas linhas de diálogo em vez de apenas rosnar algumas palavras. Não apenas isso, mas ter diálogos cortantes com Richard, Carol e Morgan.

De outro lado, temos o encontro de Rick com o grupo do Ferro-Velho. Ou, como eles foram chamados no Talking Dead, Scavengers (algo como “Vasculhadores”). É um grupo criado exclusivamente para a série de TV, não há nada sequer parecido nos quadrinhos. A dinâmica do grupo é muito interessante, eles parecem muito treinados para lidar com invasores e testar aliados. O lema deles é “We take, we don’t bother” (depois de analisar o contexto eu diria que é algo como “Nós tomamos, mas não nos damos o trabalho). Significando que eles não colocam suas vidas em risco para conseguir algo. Porém, a líder do grupo, Jadis, também disse que os tempos estão mudando, os suprimentos estão ficando escassos e talvez eles também precisem mudar. Ou seja, ela praticamente disse que para conseguir sobreviver eles precisam assumir mais riscos.

Entretanto, para aceitar o trato, eles decidem testar Rick, fazendo-o lutar como um gladiador contra um dos walkers mais incríveis da série, o Winslow (Algumas pessoas o apelidaram de Demogórgon Walker, Spike Walker ou o meu preferido, Thunderdome walker). Eu já consigo imaginar o Winslow virando peça de colecionador de action figure. Enfim, embora tenha machucado a mão e a perna no processo, Rick consegue vencê-lo e firma um acordo com o grupo do Ferro-Velho. O primeiro acordo fechado de fato na guerra contra os Saviors.
Tecnicamente, o episódio tem alguns problemas. Os efeitos especiais caíram de qualidade, a tela verde por trás de Rick na vista aérea do Ferro-Velho ficou muito evidente e a Shiva também está um pouco menos realista do que nos episódios anteriores. Entretanto, o meu maior problema com o episódio é a forma artificial como a líder do novo grupo fala, pausando demais as frases, com um sorrisinho no canto dos lábios o tempo todo. Eu também não entendi porque as pessoas do grupo parecem todas tão jovens. Os mais velhos não lutam?

No final do episódio, novamente, vemos Rick sorrir. Não apenas isso, mas brincar, flertar com Michonne. Ele começa a vislumbrar um futuro, uma forma de sair dessa situação. Episódios como este nos fazem lembrar que a força da série não está apenas na violência, em derrotar inimigos ou matar walkers, embora tudo isso seja muito divertido de assistir. Também existe força nos diálogos calmos de Carol e Daryl ou na esperança renovada de Rick e Michonne.


  • Gente, meu coração derreteu quando o Rick entregou aquela escultura ridícula de gato para a Michonne! Eu não sei se vocês sabem, mas o episódio 3×12 “Clear”, em que Rick, Michonne e Carl vão à Kings County à procura de armas (e onde ela encontra a primeira escultura, de gato multicolorido) é o episódio que é considerado oficialmente “o início” do ship Richonne. Então é quase como se os roteiristas estivessem colocando um easter egg para os shippers fazendo uma referência direta àquele episódio.

  • Eu gosto da Rosita desaforada quando ela não está deixando a raiva levá-la a fazer algo estúpido. No entanto, parece que os roteiristas estão levando a personagem por um caminho perigoso. A impressão que dá é que ela não se sente mais parte da família.
  • Alguém precisa levar a Enid para dar um jeito no cabelo da Jadis. Será que não sobrou um cabeleireiro no apocalipse?
  • O que o pessoal do Ferro-Velho queria fazer com o Padre Gabriel afinal de contas!?
  • Eu não sei se concordo com a decisão de Daryl de deixar o Kingdom. Ele poderia se desenvolver mais como personagem se aos poucos ele se tornasse um dos homens de confiança de Ezekiel e o ajudasse a tomar a decisão de participar da guerra contra os Saviors.
  • Tivemos uma pequena menção a Oceanside, espero que a Tara conte logo o segredo para o grupo.
  • E você, leitor, o que achou do episódio desta semana?

Gizelli Sousa

Arquiteta, feminista, prefere uma noite de maratona de séries do que sair para a balada.

Brasília/DF

Série Favorita: The Walking Dead

Não assiste de jeito nenhum: Gilmore Girls, The O.C., One Tree Hill, Girls, Love

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