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The Walking Dead – 7×16 The First Day of the Rest of Your Life (Season Finale)

Por: em 4 de abril de 2017

The Walking Dead – 7×16 The First Day of the Rest of Your Life (Season Finale)

Por: em

“The first day of the rest of your life” é um daqueles episódios que dá vontade de reassistir. Com uma direção impecável e um roteiro bem amarrado, o episódio final desta temporada de The Walking Dead  deixou a sensação de ter encerrado um ciclo. Não apenas porque, finalmente, as comunidades estão unidas contra um inimigo comum, mas porque nós começamos a temporada com a morte de Glenn e Abraham e terminamos prestando homenagem a estes dois personagens, lembrando ao público de quem foram e o que representaram para a série.

O desfecho de Sasha alternava entre uma canção de Donny Hathaway chamada “Someday we’ll all be free”, um flashback com Abraham, um delírio com Maggie e conversas com Eugene e Negan. Praticamente a partir do primeiro minuto do episódio somos levados a uma viagem emocional ao ver o que poderia ter sido o relacionamento de Abraham e Sasha. O flashback em questão mostrou uma conversa que aconteceu no dia em que Negan matou Glenn e Abraham e foi muito importante para dar sentido às atitudes de Sasha, que até agora pareciam uma sequência de escolhas ruins. Talvez ainda sejam, mas são escolhas que se encaixam com a personagem e com a conversa que ela teve com Abraham sobre sacrificar-se pelos outros. Em especial, por Maggie, porque ela está grávida e simboliza a próxima geração, o futuro. Muito parecido com o que Michonne e Rick conversaram na Van, no episódio 7×12 Say Yes: Ir à guerra contra os saviors não é mais sobre eles, mas sobre ter esperança no futuro, nas próximas gerações.

Enquanto Rick e Michonne se concentraram em levar essa ideologia para uma guerra onde Negan é apenas a ponta do iceberg, Sasha se concentrou em eliminar Negan, sacrificando-se pelo seu grupo e permanecendo fiel mesmo após a sua própria morte. Na época do Governador, vimos os walkers serem instrumentalizados para servirem como armas contra um inimigo, mas foi a primeira vez que o suicídio foi usado desta forma. Sasha não tinha uma arma, uma faca, nenhum objeto capaz de ajudá-la a matar Negan, então usou a própria morte como a tentativa final de matar Negan e, no fim, ofereceu a janela de oportunidade para o grupo conseguir se salvar. Sasha morreu como uma heroína, The Walking Dead fez justiça para essa personagem, despedindo-se dela com um respeito ímpar.

Em Alexandria, Daryl finalmente começou a fazer escolhas sensatas ao decidir não matar Dwight, ao menos não por enquanto. O relacionamento dos dois é muito interessante porque é cheio de nuances. A presença de Dwight lembra a Daryl que ao decidir salvá-lo ele condenou Denise. A presença de Daryl lembra a Dwight a pessoa que ele deveria ser, talvez por isso ele insista em usar a mesma arma, as mesmas roupas até a mesma moto que Daryl. Agora, que Negan não tem mais Sherry para usar contra Dwight, ele pode ser uma pessoa melhor, a começar por trair Negan e se juntar aos Alexandrinos, agindo como um espião infiltrado no Santuário.

Por falar em traição, a rasteira de Jadis era esperada por uma parte do público que nunca confiou de fato naquele grupo. As consequências foram devastadoras. Por muito pouco, Alexandria não foi tomada e Carl não foi morto. Os riscos da guerra contra os Saviors são altos. E, novamente, o ciclo se encerra para Rick. Se no primeiro episódio da temporada ele implora pela vida do filho. Agora, ele sabe que implorar não adiantaria. Em sua mente, ele acabara de perder Michonne, perderia o próprio filho e seria mutilado. Em vez de se render, Rick ameaça Negan. Não porque deixou de amar Carl, mas porque este é um Rick muito mais sábio que entrou numa guerra de olhos abertos, conhecendo os riscos, olhando para o quadro geral, para o futuro.

Enquanto algumas pessoas gostam de apontar as similaridades entre Negan e Rick, é preciso lembrar que as diferenças existem e são enormes. A começar pelas motivações dos personagens, que são diametralmente opostas. Rick disse para Jadis no início do episódio que ele luta pelas pessoas, não pelo lugar [Alexandria]. É uma mudança enorme do Rick Grimes que chegou em Alexandria tão traumatizado que enxergava como inimigos a todos que não eram parte do seu pequeno grupo, Rick é um lider muito mais compassivo e leal ao seu grupo. É isso que Negan não tem, ele não luta pelos outros, apenas por mais poder. Quando Rick afirma “Vocês todos [Negan e os saviors] já estão mortos”, não era apenas uma ameaça, Rick falava de como Negan não tem essa esperança na humanidade ou no futuro. Sem isso, existe vida? que significado tem uma vida assim? É como se ele já estivesse morto.

Felizmente, Ezekiel, Shiva e o regimento do Kingdom chegou a Alexandria a tempo de salvar Carl. Foi ótimo ver Carol e Morgan em ação novamente. Maggie finalmente tomou Hilltop na ausência de Gregory e também levou o seu grupo para Alexandria. Pela primeira vez na sétima temporada, talvez pela primeira vez para Negan, ele foi derrotado. Com certeza, isso não será digerido facilmente e as próximas batalhas serão ainda mais épicas.

A sétima temporada foi difícil de assistir, provavelmente a maior parte das pessoas apontará o ritmo e eu concordo com as críticas. Muitos gostariam que este episódio fosse o final da primeira metade e não o final da temporada. Com certeza houve enrolação, mas isso não é algo novo em The Walking Dead, com exceção da sexta temporada, é algo recorrente. É parte de como eles contam a história: Devagar, parando de tempos em tempos para respirar, desviando a atenção dos eventos principais para contar um pequeno conto que só terá utilidade muito à frente. Por que isso é pior agora do que antes? Talvez porque agora estávamos muito frustrados em ver os personagens abatidos, rendidos e incapazes de se levantar contra a ameaça dos Saviors.

Com autora, fui criticada por gostar de um episódio em particular que, em parte, se desviava da história principal. Para mim, isso já faz parte da experiência de assistir The Walking Dead. É diferente, por exemplo, de quando há momentos fracos e texto ruim dentro de um episódio que poderiam ser cortados para acelerar a trama (e houveram muitos desses na sétima temporada). Quando eu olho para o conjunto de episódios da sétima temporada, eu vejo poucos episódios ruins, muitos medianos e alguns excelentes. Apenas espero que a oitava temporada possa diminuir as frustrações do público, agora que a guerra finalmente teve início e todos escolheram um lado.

Notas Finais

– Acho que nunca ri tanto em The Walking Dead quanto eu ri da cara do Rick quando a Jadis esquisitona perguntou para Michonne se ela se importaria se ela transasse com o Rick. A Milla Jovovich falsificada não tem respeito pela própria vida, não é?
– Michonne é tão foda. Sem arma, lutando contra uma mulher bem maior e mais forte que ela, depois de apanhar muito, ainda foi capaz de jogar a oponente do telhado. Como não amar a Michonne, gente?


– Quando a Shiva atacou aquele savior eu fiquei ao mesmo tempo animada e decepcionada pensando “Shiva, querida, você errou o alvo… era para ser o Negan…”
– Aliás, a verba dos efeitos especiais deve ter sido quase toda usada neste episódio, porque a CG da Shiva estava excelente.
– Embora todos vejam Eugene como um traidor eu ainda acho que convencer os Alexandrinos a se renderem foi a forma que ele encontrou de tentar salvá-los. Vamos ver como as coisas se desenrolarão na próxima temporada, até agora Eugene não fez nada que efetivamente prejudicasse alguém de Alexandria.
– Pequenos momentos que me fizeram sorrir:
Carol e Ezekiel sendo badasses.
Carol e Morgan voltando a matar.


Carol sentando-se ao lado de Morgan no fim, os dois se entreolhando e entendendo perfeitamente o que o outro estava sentindo.
Carol. Carol. Carol. Senti falta dela.
Rick e Carl reencontrando Michonne depois de pensar que ela estaria morta.
Rick e Michonne, Tara e Rosita na enfermaria.
Aaron oferecendo uma maçã para Jerry.
Negan com medo de Shiva
Negan descobrindo que Maggie estava viva.
Negan caindo do caminhão com Sasha em cima dele.
Os três líderes discursando juntos.
Maggie segurando o relógio de Hershel/Glenn

– Coisas que quero ver na próxima temporada

Rick e Michonne trocando “Eu te amo”.
Negan apanhando. Alguém, por favor, tire o sorriso irônico daquele rosto.
Dwight se redimindo e talvez sendo aceito em alguma das comunidades
Eugene sabotando Negan
Oceanside se juntando ao grupo de Rick na guerra contra os Saviors.
Onde está Heath!?
Onde está Gregory!?

Especulação para a próxima temporada (Possíveis spoilers com base na HQ original)

Uma coisa me chamou a atenção neste episódio. Eu sempre achei Jadis e seu grupo muito esquisitos, mas este episódio me mostrou que é muito pior que isso. Há um lado completamente obscuro neste grupo novo. Negan e Jadis negociaram pessoas, como se fossem dois mercadores de escravos.

Em primeiro lugar, quais pessoas eles estavam negociando? Eu duvido que Negan estivesse se referindo aos Saviors. Seriam os Alexandrinos? Faz sentido por causa da cantada de Jadis para Rick no início do episódio. Ou será que eles estavam negociando as mulheres de Oceanside, já que Negan sabe sobre elas e provavelmente vai tentar puní-las pela fuga na oitava temporada? Essa negociação me lembrou que eles sequestraram o padre Gabriel e Jadis nunca respondeu a pergunta de Rick sobre o que pretendiam fazer com o pároco.

Em segundo lugar, será que o grupo de Jadis foi realmente um grupo originalmente criado para a TV? Será que não estamos vendo a versão televisiva do que, no futuro, se tornará o novo inimigo do grupo do Rick? Quem leu a HQ sabe quem são os Whisperers. Nos quadrinhos o grupo é quase como uma seita e seus integrantes sofrem uma verdadeira lavagem cerebral. Isso justificaria porque o grupo de Jadis é tão esquisito.


E você, leitor? O que achou do episódio final desta temporada? O que você espera ver na oitava temporada? Que perguntas querem ver respondidas?


Gizelli Sousa

Arquiteta, feminista, prefere uma noite de maratona de séries do que sair para a balada.

Brasília/DF

Série Favorita: The Walking Dead

Não assiste de jeito nenhum: Gilmore Girls, The O.C., One Tree Hill, Girls, Love

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