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The X Factor UK 13×13 / 13×14 Live Shows 1

Por: em 10 de outubro de 2016

The X Factor UK 13×13 / 13×14 Live Shows 1

Por: em

Depois de muitos erros grotescos, finalmente chegamos à fase do X Factor em que os responsáveis por destruir as nossas vidas deixam de ser os jurados e passam a ser os espectadores britânicos, sempre ávidos por Honey G entretenimento e drama, às vezes em detrimento de talento e potencial de mercado. Não foi o caso desse primeiro live, em que o Bottom e a eliminação foram coerentes com o esperado (e com meu ranking), mas é bom não criar muitas expectativas porque eventualmente eles vão quebrar nossas pernas.

Agora, um elogio atípico: o tema do episódio. A ideia de introduzir os candidatos ao voto do público através de um tema como Express Yourself é muito boa porque consolida a imagem que a audiência tem desses candidatos a partir das fases anteriores além de evitar aquelas aberrações de primeira semana, quando os acts cantam uma música nada a ver só para encaixar com o tema. Nesse sentido, alguns acts que tinham sido pouco vistos nas fases anteriores conseguiram seu destaque, alguns reiteraram o pimp recebido e outros não conseguiram dar conta do recado. Não foi o melhor primeiro live da história (esse pra mim é o da 5ª temporada do X Factor Australia), mas foi interessante porque já mostrou os prováveis rumos da temporada e, principalmente, quem vai ter que trabalhar um pouquinho mais se quiser o contratinho com Simon.

Não sei se vocês perceberam, mas a Brooks Way, a dupla dos gêmeos, não se apresentou “devido a circunstâncias”. Para quem não sabe, essas circunstâncias na verdade são uma denúncia da ex-namorada de um deles, que afirma estar recebendo mensagens de ameaça durante o período dele no programa. As informações são poucas e confusas, mas para evitar qualquer tipo de retaliação a produção decidiu suspendê-los até que tudo se resolva. Eu espero que se resolva logo (e que se as denúncias forem confirmadas eles levem um belo chutão para bem longe).

Em relação a bancada, Nicole Scherzinger ao vivo é sempre um deleite. Todos os carões, os berros, as tiradas que ela faz durante a temporada se multiplicam cem vezes nos Lives, e é simplesmente maravilhoso. Simon parecia um pouco perdido – não o perdido de não saber a ordem das apresentações, isso é de praxe, mas perdido em fazer comentários pontuais e relevantes para os candidatos, o que é sempre sua marca e sua melhor área. Sharon Osbourne falou milhões de coisas que só ela entende, ainda que eventualmente tenha sido divertido, e Louis Walsh não tinha nem que estar aqui acabando com a melhor categoria desse programa. E é sempre bom lembrar e glorificar o nome de Dermot O’Leary, o rei supremo do reality ao vivo em todo este planeta. Que timing, que carisma, que presença. Quando eu crescer eu quero ser igual ele.

Vamos cortando o blá blá blá, botando nossa melhor roupa de gala e vamos achar o futuro das nossas playlists nesse rol de superestrelas (?) que o X Factor nos oferece. Shall we?

Performances

5 After MidnightCAN’T STOP THE FEELING!

Admito estar um pouco decepcionado com a primeira performance do agora renomeado melhor grupo da temporada. E um pouco temeroso que o escorregão das Judges’ Houses signifique uma nova fase, menos interessante, de 5 After Midnight. Considerando que eles têm pouquíssimo tempo juntos, o programa vai tentar modelá-los para atender uma demanda da audiência, e considerando que o principal responsável por esse processo é, em teoria, Louis Walsh, todos os sinais de alerta disparam. Mesmo assim, a performance de modo algum ruim. Saímos um pouco do protagonismo de Nathan, dando espaço e voz para os outros dois rapazes (devidamente apresentados no VT) e tivemos um uso muito interessante da coreografia – do corpo deles e da câmera – atrelada a um uso de todo o palco, que pode ser uma fórmula que funcione para as performances deles. A bancada já os aceitou como favoritos, e receberam o primeiro I didn’t like it, I loved it! da temporada. É só crescer daí (e bem longe de Louis Walsh) que esse favoritismo deve se concretizar.

Sam Lavery Impossible

Podem me criticar, mas eu acho a presença de Sam nesse top 12 um erro. Ela está longe de estar preparada para os Lives e uma carreira, e todo ano tem uma Girl ou um Boy desse tipo, que acaba flutuando na competição e sendo arrastado por um longo tempo. Sam ainda não se encontrou, por isso que o Express Yourself dela foi mais uma expressão do que Simon acha ou espera que ela represente. Sem contar os vocais bastante medianos, especialmente na parte grave da música; o que me intriga, já que os vocais dela nas Judges Houses já haviam sido gongados na região grave de Make It Rain. No último refrão, ela pode berrar o pulmão dela pra fora, e isso de alguma maneira convenceu bancada e audiência. Fica aquela pulguinha atrás da orelha para saber o que Caitlyn teria feito no lugar dela. Infelizmente, não adianta chorar sobre o leite derramado.

Saara Alto Let It Go

Infelizmente, o caminho de Saara já estava traçado muito antes dela começar a cantar. A audiência do Reino Unido tem dificuldade para abraçar pessoas estrangeiras, com exceções que são sempre artistas muito carismáticos e geralmente tímidos, num sentido de submissão. Exemplos? 4th Impact, que mesmo assim não foram a final. Saara não é nada disso. Ela é proativa, desbocada, e, ainda que demonstre uma insegurança, não indica nenhum sinal de submissão ou qualquer coisa do tipo. O fato de isso ser mais decisivo do que a performance é uma pena, porque ela deu uma virada no jogo com a sua versão Rocky Horror de Let It Go. Numa espécie de antecipação da Fright Night, a versão gótica suave do hino infantil deu uma nova camada para a história de Saara, mas ninguém comprou esse folhetim. A grande crítica é o excesso de trejeitos do teatro musical, inclusive na voz, que afastam a possibilidade de uma empatia maior, mas é importante dizer que foi uma performance sólida e praticamente impecável, inclusive com AQUELA nota. O exagero performático pode ter sido uma questão também, mas a performance foi uma grata surpresa de onde se esperava apenas decepção.

Ryan LawriePerfect

Não se fica mais genérico do que One Direction. É a semana de se expressar, e eu ainda não faço a menor ideia do que Ryan representa. E os vocais não encaixaram e foram engolidos pela faixa e pelos backing vocals. A parte mais interessante da apresentação de Niall Horan Ryan foi o palco e a interação dele com a câmera, que deve ter consquistado muitos corações em terras de Rainha Elizabeth. No geral, foi uma apresentação genérica, fraca, e sem energia, o que deveria acender um fogo em minha amiga Nicole Scherzinger, para acordar esse garoto, porque ela não pode ficar dependente apenas de Matt para ganhar esse programa. E Ryan, na medida certa, pode sim se tornar um concorrente de peso. Só precisa acordar, porque potencial de Liam Payne fazer sucesso com as meninas ele tem. Tanto que a outra coisa interessante sobre a apresentação foi a forçação de barra para criar uma amizade colorida entre ele e Emily. Foi tão interessante que pareceu honesto, inclusive com ela espontaneamente indo abraçá-lo quando Dermot chamou seu nome no domingo. Vamos ver o que sai daí.

Gifty LouiseThat’s My Girl

Só tenho uma coisa a dizer: música errada. Mentira, tenho mais coisas, mas todas tem a ver com essa. A ideia de dar uma música atual (atual demais, já que nem foi lançada como single no UK) é muito boa, na teoria, mas a execução foi um tanto porca. A única parte da música vocalmente confortável para ela era a ponte e o refrão, onde ela fez um excelente trabalho, mas as estrofes ficaram um tanto trêmulas e sem muita confiança. Ela usou de algumas das melhores ferramentas que ela apresentou no programa até aqui, que é a performance, o carão e a coreô meio improvisada; nesse sentido, ela foi magistral. Por isso que, para que Gifty atinja todo seu potencial e de fato se transforme na sucessora natural de Fleur que ela nasceu para ser, é preciso que Simon escolha músicas mais adequadas para a voz dela, ou seja, que mostrem todo o potencial que ela tem. Semana que vem o assunto é o melhor possível, Motown, então que o caminho da 2016 diva comece de fato.

Relley CShackles

Se Gifty precisa subir o nível para atender às expectativas, Relley chegou com pouca ou nenhum expectativa e, posso falar? Sambou. Ok, não foram os melhores vocais dela, mas, considerando que a edição vinha deixando ela de lado, Relley conseguiu virar o jogo e botar o seu nominho na história da temporada. Nicole disse bem, foi uma church party! Muito antes dos vocais, ela trouxe uma tonelada de atitude que convence mais do que um refrão bem cantado. Considerando também o tema da semana que vem, Relley pode estar destinada ao título de black diva da temporada, ainda que haja muito a ser feito. Semana que vem não tem como, mas, nas próximas, seria legal se ela atualizasse um pouco o repertório e, se Sharon Osbourne permitir, mantivesse o argumento de que é atual e tem espaço no mercado. Seguindo isso, pode dar trabalho para candidatos com mais favoritismo.

Matt Terry You Don’t Own Me

Falando em favoritismos, esse aqui tá se agarrando ao dele como se sua vida dependesse disso. E, vamos ser sinceros? Depende. Nicole e a equipe parecem ter encontrado uma fórmula do sucesso para Matt: excesso de emoção, falsete e notas altas voando e uma boa dose de sensualidade. Funcionou perfeitamente. A escolha da música foi perfeita, e ele conseguiu entregar uma performance vocal bastante sólida, ainda que só brilhasse de fato nas notas altas e no falsete. Só que isso já é mais do que o suficiente nessa temporada. Sobra atitude, sobra performance, falta segurança e confiança, mas nada que não possa ser trabalhado. Se Matt continuar assim, já temos um finalista.

Freddy Parker Killing Me Softly With His Song

Se Nicole parece ter encontrado uma fórmula para Matt, está em dívida com Freddy. Que, para começo de conversa, não deveria nem estar aqui. Saudades Nate, saudades James, saudades Christian. Se a intenção em colocá-lo no piano e depois levantá-lo era criar uma performance dinâmica, a equipe falhou. A música escolhida não foi de todo ruim, mas o começo da performance urgia que Freddy saísse do maldito piano, de modo a provar que ele não se esconde atrás do piano na presença de uma plateia, com a qual ele deveria interagir. Agora, quando estávamos acostumados com o fato de que ele ficaria sentado até o final, ele me levanta e me canta umas vogais mais ou menos que não foram para lugar nenhum. Freddy precisa quebrar a casaca, se tornar um pouco mais presente. Se ele só funciona atrás do piano, é um problema, porque estamos num programa de televisão que exige interação com câmera e plateia. O Bottom foi um aviso: Freddy precisa crescer! Motown parece um excelente tema para isso.

BratavioBoom Boom Boom Boom / Barbie Girl

A performance de Bratavio foi um visionamento de um dos sonhos mais loucos de Louis Walsh. Era tanta informação naquele palco que parecia que a ideia era vencer o público pelo cansaço visual. Só que cansaço não leva ninguém a pegar o telefone para nada, então ficamos só na exaustão. A ideia não era ruim, e a execução foi melhor do que o esperado, mas gente… não tem condição de levar isso minimamente a sério. Eles erraram a letra! De uma música cujo refrão é boom boom boom boom! Enfim, acompanhar Bratavio foi uma diversão que deveria ter sido encerrada nas Judges’ Houses. Vocês conseguem imaginar Four of Diamonds cantando algum hit da Rihanna nesse palco? Pois foi só o que eu pensava enquanto esse inferno de Dante acontecia na minha tela.

Emily Middlemas Closer

Outra música errada. Que sonho, hein cats? Emily não tem a atitude para segurar uma música desse tamanho, principalmente na parte depois do “drop”. Vocalmente foi interessante, ainda que só tenha engatado lá no final, mas foi uma performance esquecível, provando que as maluquices de Simon nem sempre estão certas. Emily é muito gostável, tem talento de sobra, e vocalmente pode surpreender ainda mais, mas se quiser se destacar de fato precisa brilhar um pouco mais. Hoje ela fica pelo meio.

Honey GCalifornia Love

Adivinha quem ganhou o pimp spot da semana? I say Honey, you say G! A própria reencarnação de Tupac subiu ao palco do X Factor e entregou uma performance… boa? Sério, não sei o que está acontecendo comigo, mas eu honestamente me diverti muito durante a performance de Honey, que não ultrapassou os limites do ridículo ainda que não seja nem de perto uma presentação de nível Live Shows do maior programa de talentos do mundo. Acho que foi esse espírito de diversão que convenceu a parte do público que votou pela permanência da maior rapper da história que você respeita. Eu imagino que ela ainda vai durar algumas semanas na competição, mas duvido que chegue à final, já que não é nenhuma Reggie & Bollie.

Resultados

Chega domingo, chega Domingão do Faustão o Results Show do X Factor. Primeiro vamos comentar a performance em grupo dos 11 finalistas, que foi Sax, da nossa grande amiga Fleur East. Sempre bom divulgar e enaltecer o trabalho desse ser humano maravilhoso, principalmente quando nós temos Relley e Gifty juntinhas servindo black music realness no palco desse programa. Aperta o play e dança comigo:

Depois, divulgamos e enaltecemos o trabalho de James Arthur, o Scherzy Boy mais amado-odiado da história desse programa. James apresentou seu novo single, Say You Won’t Let Go, que se tornou, no domingo o 41º single de um ex-X Factor a atingir o topo das paradas britânicas. Feliz por James, principalmente depois de toda a confusão durante a divulgação do primeiro álbum, mas triste porque a perspectiva para qualquer um desses 11 finalistas não parece a melhor de todas, e o X Factor pode pegar uma síndrome de Idol e ficar vivendo de glórias do passado. Que os deuses não permitam.

Depois de tudo isso, tivemos finalmente a divulgação do Bottom, agora 3, acompanhado de um pequeno plot twist: o público poderia salvar um dos três menos votados durante o intervalo comercial. É um twist interessante, que lembra coisas já usadas no The Voice mas que ficou com aquela carinha dramática de X Factor. Sobre o Bottom, tudo dentro da previsão. Freddy conseguiu se salvar, mas o alerta foi dado: é hora de virar o jogo, se não o Team Scherzy vai ser desfalcado logo.

Entre os dois restantes, não tinha nem o que discutir. Saara podia cantar Parabéns Pra Você em finlandês no sing-off e ainda assim seria salva. Como não é suficiente, ela arrasou em Sia, cantou Alive, aquela que pode ser a nova música favorita dos realities ao redor do mundo. E pode falar? TOMBOU. Lógico, rolou aquela gritaria, mas ela estava tão direcionada emocionalmente, que não dava para não entrar no jogo da canção, a não ser que você tenha um coraçãozinho de pedra (ou o meu que é muito mole?). Depois disso, Bratavio podia incorporar a própria Christina Aguilera que não ia dar. Por incrível que pareça, a apresentação deles não foi ruim, mas não dava né galera. O que fica é asensação de que Saara pode ter começado uma narrativa de redenção com essa performance, que provavelmente vai ser utilizado na edição algumas vezes. O que importa é que ela – e Sharon e equipe – usem esse vento a favor e conquistem a audiência de casa com a voz, a história, e a personalidade de Saara, porque é nisso que ela está devendo.

Agora, fiquem com um rankingzinho atualizado com os meus pitacos para as próximas semanas.

10º Freddy Parker: Tia Nic vai precisar tirar coelho da cartola para transformar Freddy no queridinho das terras de Vovó Liz, principalmente com a competição de Matt e Ryan para tirar bastante votos dele.

9º Saara Alto: Alive pode ter sido o começo de uma outra competição para Saara, mas esse começo precisa de uma continuação muito bem feita, se não pode não ter efeito algum. Isso me parece um pouco difícil.

8º Ryan Lawrie: O mundo não precisa de mais um ex-One Direction. Inclusive aposto que o mundo não QUER mais um ex-One Direction.

7º Honey G: Se Honey continuar divertindo no palco como divertiu agora, deve garantir sua passagem pelo programa graças ao voto das pessoas mais adultas por mais algum tempo.

6º Sam Lavery: Tá faltando muito para Sam conquistar uma voz e um espaço no programa, mas ela já tem o combo garota simples + voz singular, então em situação iminente de perigo ela não está.

5º Emily Middlemas: É muito fofa, muito carismática e muito talentosa, mas também precisa de um breakthrough para se manter na parte mais alta desse ranking.

4º 5 After Midnight: CAN’T STOP THE FEELING!, ainda que muito aclamada por bancada e imprensa, me soa como um ponto fora da curva. Conhecendo, no entanto, o potencial dos garotos, eu aposto em performances estelares daqui para frente. Só não estão mais em cima porque essa “estelaridade” não chegou ainda nos Lives.

3º Gifty Louise: Mesmo com uma música errada, Gifty conseguiu provar do que é feita. E esse material é de muita riqueza para o programa, e audiência deve saber disso.

2º Relley C: A melhor Over dos Lives tem uma história underdog muito interessante, então, a não ser que esteja dividindo votos com Gifty e se continuar arrasando no palco, deve também ir muito longe.

1º Matt Terry: Esse primeiro lugar cada vez menos deixa de ser provisório e passa a ser uma questão sólida. Matt tem a fórmula; é só aplicar e inovar quando possível, e BAM temos um vencedor.

The Xtra Factor 1: Adorei a homenagem que Nicole fez para a Xena com o look de Sábado.

The Xtra Factor 2: Falando em Nicole, ela TEM que cantar e chamar atenção para si na bancada, né? Que mulher incrível.

BREAKING NEWS: Logo antes de subir esse post, chegou ao meu conhecimento (falando como se não estivesse na imprensa britânica todinha, rs) a notícia de que Brooks Way está definitivamente fora do programa e que eles seriam substituídos por Four of Diamonds (!!!!!), a partir de semana que vem. É aquele ditado, a deusa escreve certo por linhas tortas. E ela pôs a mão. Louis Walsh nasceu com a bunda para lua, porque faz merda e ainda sai por cima.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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