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The X Factor UK – 13×11 / 13×12 Judges’ Houses

Por: em 8 de outubro de 2016

The X Factor UK – 13×11 / 13×12 Judges’ Houses

Por: em

Hoje finalmente começam os Live Shows, a fase que torna o X Factor uma competição de fato de alto nível. Porém, para chegarmos lá, precisamos passar pelas Judges Houses’, a fase ostentação do programa, em que os candidatos viajam para lugares ridiculamente gourmet enquanto os jurados decidem o destino deles. Já era esperado que, nesse processo de decisão de destino, alguns candidatos fossem injustamente eliminados – o que é totalmente esperado numa fase que elimina mais da metade da categoria -, mas rolou uma sandice generalizada por parte dos jurados, que fizeram cacas homéricas quase que como um todo. Nas Judges’ Houses, é o momento em que as tensões entre talento, potencial de entretenimento televisivo e chance de dar certo no mercado entram em conflito, porque quem sair dali vai se apresentar ao vivo na televisão e a função do jurado é vender o peixe do artista de modo a garantir que entre no mercado fonográfico quando o programa acabar. Isso não tem dado certo nos últimos anos (no sentido do que os egressos do programa não fazem mais tanto sucesso como antigamente), então faz sentido que acts como Brattavio Honey G, cujas chances de vingar no mercado são quase nulas, sejam aprovados, como se fossem o personagem cômico de uma narrativa televisiva e não os candidatos de um programa de talentos.

Não estou tentando arrumar desculpas para as escolhas erradas dos jurados, mas sim arrumando uma forma de entender o que essas escolhas representam e o que elas implicam na continuidade do programa. Mas vamos parar com a filosofia e vamos get down to the bussiness, fazendo uma rápida análise do que foi a fase ostentação para cada uma das categorias. Shall we?

Groups

E já começamos o episódio de maneira totalmente insandecida, com Vossa Majestade Louis Walsh fazendo muita besteira na nossa cara. Sem a necessidade de criar nenhum novo grupo, porque houve muitos grupos pimpados nas primeiras fases e porque a galera eliminada não era lá essas coisas, Walsh chegou em Ibiza com 2 boybands, 2 girlband e 3 duplas. Num mundo em que as coisas são racionais, o ideal seria escolher um de cada, certo? Errado. Ainda que as potenciais disputas internas entre essas “subcategorias” sejam interessantes quando ocorrem (não foi o caso, aparentemente), às vezes é mais vantajoso levá-las para os live shows, correndo o risco de dividir votos, mas provocando momentos interessantes e dramas coesos (e aí mais uma vez, a tensão entre talento e narrativa de TV). O que importa é que, de todas as escolhas possíveis, Louis fez uma das piores.

A aprovação de 5AM era um imperativo para que eu não fosse lá e matasse Louis Walsh com as minhas próprias mãos. Ainda que a performance de She’s Got That Vibe tenha sido decepcionante, a passagem deles pelo programa mostra que eles têm material de sobra para serem interessantes no ao vivo. O que é exatamente o contrário de Yes Lad, o wildcard de Louis, que tinha uma passagem enfadonha mas conseguiu fazer alguma coisa minimamente interessante com Don’t Stop Til You Get Enough. Mas certamente não foi  o suficiente nem para chegar no dedinho do pé de qualquer performance anterior do 5AM, agora 5 After Midnight, então a escolha de Louis, nesse caso, foi acertada.

Entre as eliminações, a que mais doeu no meu coração foi a de Four Of Diamonds. Talvez seja o meu coração apaixonado por girlbands falando, mas fazia tempo que não aparecia nesse programa um grupo em que todas as garotas conseguissem se destacar individualmente sem haver grandes destaques. Aliás, a última vez que me lembro disso acontecendo foi com Little Mix, então a perda delas é muito dolorida para mim (ainda mais considerando para quem elas perderam a vaga). A atitude de Skarl3t também é material de valor, mas a própria abordagem da edição em relação a isso não vinha favorecendo as garotas, e a performance gospelizada de Hey Ya também não foi exatamente um acerto. Tom & Laura, a versão britânica e gordinha de Alex & Sierra, foi prejudicada de tantas maneiras que nem sei. A escolha da música, o jurado, os concorrentes… nada indicava que eles poderiam chegar aos Lives, mesmo estando no meio de uma linha ascendente de química e talento.

Eu tenho questões com as duas duplas aprovadas. The Brooks, agora Brooks Way, tem química de sobra e são o suprassumo do que é ser bonitinho, mas isso não é o suficiente se os vocais não forem pelo menos encaixados. Agora, Brattavio é realmente um ultraje. Não que a performance de Candyman tenha sido ruim – foi o melhor dos vocais deles até aqui, levando em conta que não são exatamente cantores -, mas nem só de performance viverás o X Factor, né. Considerando que tivemos que deixar Tom & Laura e Four of Diamonds de fora para eles entrarem, temos todos os motivos para ficar bastante irritados. Agora é ver como vão se comportar nos Shows Ao Vivo, e, principalmente, qual vai ser a reação da audiência. A conclusão que fica é: Louis Walsh é um bobão que não devia nem estar aqui.

Girls

Semana passada eu tinha dito que as Girls iriam começar as Judges’ Houses alguns passos atrás. De fato começaram, mas considerando todas as besteiras que os outros jurados fizeram, a categoria de Simon Cowell foi um sopro de ar fresco. De todas eliminações, só discordo de uma, e ainda assim é algo totalmente questionável considerando o nível das apresentações e do drama.

Olivia Garcia conseguiu entregar uma performance extremamente emocionante só que, mesmo tendo escolhido a música certa, tremeu muito vocalmente, sem contar com o card da imaturidade que Simon jogou só para justificar a eliminação mesmo (até porque Samantha não se mostrou a pessoa mais segura do mundo e tá lá toda pimposa nos Lives). Soheila sofreu do mal de ter sido extremamente caricaturizada pela edição, e sair do estigma da sexy ambitious girl não seria tarefa fácil. Não que a caricatura não funcione narrativamente, mas afasta dela uma parte conservadora do público que não simpatiza com candidatos muito para a frente. Sem contar que a performance de Genie In a Bottle foi vocalmente incoesa, ainda que em termos de atitude ela tenha sido a mais interessante, correndo ali junto com Gifty. Já Kaleigh, mesmo cantando Who You Are, não conseguiu sair daquele formato musicalesco que ela vem trazendo desde a audição, e considerando que o histórico do público britânico é de eliminar candidatos que “atuam demais” cedo (só lembrar de Sean Miley Moore ano passado, e de Melanie Masson na 9ª temporada), Simon fez certo em deixá-la, ainda que seja vocalmente muito interessante.

Da galera aprovada, a única que me incomodou foi Sam LaveryWildcard de Louis, a menina está tão ou mais despreparada do que Olivia, e a performance de Make It Rain me incomodou muito, principalmente porque é uma canção que fica basicamente na região grave da voz dela – que certamente não é o forte. Não sei o que levou Simon a tomar essa decisão, mas eu a trocaria de olhos fechados por Caitlyn, que vem consistentemente entregando performances fortes e tem uma gostabilidade muito maior. Sim, ela se perdeu na performance e errou a letra, mas não acho que isso deveria ter sido fator de decisão.

Em relação às outras duas aprovações, estou muito contente. Gifty Louise trouxe uma vibe Fleur East que esse programa precisa com urgência, principalmente na ideia de ter uma mulher negra, excelente vocalista e excelente performer nos Lives. E Emily Middlemas também não faz mal a ninguém, já que essa mistura de Melanie Martinez com Ella Henderson e Emile Sandé não tem como dar errado. E Ex and Oh’s foi a música PERFEITA pra ela, e que deve ser repetida nos Live Shows assim que o tema permitir.

Overs

No segundo episódio, já começamos sofrendo com Sharon Osbourne e o sempre presente Robbie Williams fazendo besteirinha com os Overs. A categoria já vinha desfalcada porque a candidata favorita, Ivy Grace, não pode ir aos Judges Houses’, em Los Angeles, e foi substituída pela também sempre presente Honey G. E essa informação foi o começo de um episódio de muita dor e sofrimento.

Sharon chegou em Los Angeles com apenas dois homens de sete classificados. Nenhum dos dois conseguiu passar de fase, e até aqui em concordo com ela. Christopher, ainda que seja excelente cantor, se esforça muito corporalmente para conseguir o resultado vocal, e vamos combinar que a pessoa se matando de se esforçar numa performance não é exatamente interessante em termos de televisão ao vivo. James Wilson não conseguiu vencer o transtorno e os nervos tomaram conta, tornando a apresentação muito travada em todos os aspectos; é uma pena, porque ele é vocalmente interessante, tem um background bom e é bonitão, o que conta bastante pontos, mas não o suficiente para colocá-lo no top 3.

Agora é que vem o problema. Das 3 aprovações, a única que concordo sem nenhum tipo de ressalva é a de Relley Cque vai botar para quebrar com esse vozeirão e representar as verdadeiras rainhas dessa categoria, Anelisa e Ivy. Meu único receio é o fato de que sua mentora é Sharon Osbourne, que pode rapidamente transformá-la em uma pseudodiva engessada se ninguém impedir. Agora, alguém me diz o que essa mulher tinha na cabeça quando decidiu trocar Samantha por Honey e Saara? A performance de Sam provou que ela pode ser atual, que pode entregar vocais incríveis, que pode chamar a atenção pelo talento e não por fatores externos (oi Ché Chesterman finalista do ano passado), mas é claro que Sharon resolveu trocá-la pela forçação de barra erudita de Saara, com aquele berro infinito de The Winner Takes It All. E é claro que a narrativa comicizada de Honey é mais interessante que o talento de Sam, é claro. Cristalino. Droga de programa.

Fica aqui a menção a Janet, que também poderia ter garantido uma vaguinha nesse Live mas não conseguiu convencer, nem a Sharon nem a mim, de que daria conta.

Boys

Encerramos essas Judges’ Houses em grande estilo… pero no mucho. Como previsto, os Boys chegaram aqui sendo a categoria mais forte, mas uma mistura de sandice de Nicole com circunstâncias não favoráveis pode tê-los colocado numa situação um pouco menos confortável.

Niall Sexton foi a eliminação mais fácil de engolir, porque estava simplesmente faltando alguma coisa que o tornasse diferente do resto. Não rolou para Niall, e a gente pode lidar com isso. Entre as um tantinho mais díficeis de tolerar, mas que também tá tudo certo, está a de Nate Simpson que vinha passando batido na temporada e, ainda que tenha ido muito bem em Summertime, não conseguiu brilhar muito e nem provar que tem algo de diferente que valha a pena investir. As que PELO AMOR DE DEUS NICOLE são a de Christian, que, por mais que não tenha tido seu melhor momento nessa fase e nem tenha vocais espetaculares, foi ridiculamente muito bem no Six-Chair (uma fase muito mais próxima semanticamente aos Live Shows do que as Judges’ Houses) e tem a história do irmão, que estava rendendo muito e poderia render muito mais. E a última, que me levou totalmente às lágrimas, foi a de James Hughes, a única male diva da temporada, que foi engolido por Ain’t No Mountain High Enough e não recebeu perdão de titia Nic.

A eliminação de James me deixa triste principalmente por olhar para os que foram aprovados. Se tivesse sido trocado por Christian era uma coisa, mas ele foi eliminado em detrimento do garoto de uma música só e o Shawn Mendes ruim, que já tinha sido tirado dos planos. Estou falando de Freddy Parker, que AINDA não conseguiu provar que consegue ser versátil, já que sua performance de Love Me Like You Do tinha exatamente a mesma vibe da música que ele vem cantando em todas as oportunidades possíveis; e de Ryan Lawrie, que é o próprio Shawn Mendes que é tão genérico que chega a doer. A única aprovação não questionável de Nicole é a de Matt, que, depois de um Six Chair meia boca, voltou a sua forma original, e agora com doses cavalares de emoção para deixar Calvin Harris bem emocionado (e deixar Nicole pronta pro carão). Espero que a aprovação de Ryan e Freddy tenha algum embasamento narrativo ou faça parte de alguma estratégia muito inteligente demais para eu entender, porque para mim elas fazem pouco ou nenhum sentido.

Previsões

Depois de termos exaustivamente xingado esses jurados ridículos analisado todos os 12 aprovados nesse programa bagunçado, é chegada a hora de fazermos a Mãe Dinah e chutarmos quem serão os primeiros eliminados do programa no nosso primeiro RANKING DA SEASON 13!!!!! Então bota o look de Nicole Scherzinger passando férias na Riviera Francesa e vem comigo!

12º Saara Alto: A nossa amiga finlandesa não tem um histórico bom de conquistar a audiência – oi Six Chair – e não fez absolutamente nada que pareça conquistar qualquer fatia da audiência que seja. Ou vira essa jogo hoje mesmo ou é tchau.

11º Brattavio: Primeiro lugar: que nome horrível é esse? Segundo, já falei, eles não são nenhum Blonde Electra em termos de performance e os vocais são ruins, além de não serem as pessoas mais agradáveis da competição. Não vejo como eles avançarem mais do que 2 ou 3 semanas, a não ser que a Inglaterra esteja interessada em passar um golpe na gente.

10º Honey G: Só não tá na última colocação porque nos últimos anos a audiência tem levado alguns joke acts longe demais. Só espero que ela cante Jay-Z antes de ser eliminada.

9º Freddy Parker: É um risco para minha reputação de reviewer colocar um Boy bonitinho e talentoso numa posição tão baixa, mas é também uma questão de princípios, já que ele não devia nem estar aqui.

8º Brooks Way: Simpatizo muito com esses garotos, mas tenho clareza de que eles precisam ir um pouco mais além se quiserem conquistar a audiência, que certamente vai estar dando a atenção que era para eles para candidatos como Ryan e Matt.

7º Sam Lavery: A mesma coisa dos meninos: precisa atingir novos espaços se não quiser ser engolida por todas as acts femininas da temporada, que estão vindo com tudo.

6º Ryan Lawrie: Nunca subestime um cosplay de cantor pop genérico.

5º Relley C: Relley teve pouco destaque na temporada, mas sempre que teve, se provou extremamente talentosa e muito carismática, então fica na parte de cima da tabela por enquanto.

4º 5 After Midnight: Só não estão numa posição melhor porque a Inglaterra tem critérios bizarros para julgar os Grupos, além de outras questões que vale a pena discutir melhor mais para a frente. Porém, em termos de talento e de potencial, são #1 disparado.

3º Emily Middlemas: Abrimos o nosso top 3 com a Girl que não se esconde atrás do violão. Se não houver imprevistos e ela cair num Bottom inesperado, tipo Ella Henderson e James Arthur na season 9, deve ir longe na temporada.

2º Gifty Louise: Essa menina vai botar fogo nesse palco e eu só vou ficar no camarote assistindo. Pode entrar rainha!

1º Matt Terry: Que fique claro que esse é um topo provisório, mas eu andei lendo uns comentários da imprensa britânica que diziam que Matt era uma mistura de James Arthur com Olly Murs. Tá bom ou quer mais?

Por enquanto é isso, desejo a todos um excelente primeiro Live Show, e que Cheryl deus nos acompanhe!

The Xtra Factor 1: Um minuto de silêncio pelo ser humano maravilhoso que é a menina Fleur. You better play that sax!

The Xtra Factor 2: Eu sempre me divirto com as reações forçadas dos candidatos na hora de descobrir para onde eles vão viajar.

The Xtra Factor 3: Também é bom lembrar de Mel B e Emma Bunton, seres humanos também muito maravilhosos.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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