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Vikings – 5×03 Homeland/5×04 The Plan

Por: em 16 de dezembro de 2017

Vikings – 5×03 Homeland/5×04 The Plan

Por: em

Causando mais impacto que os episódios de início, Vikings parece recuperar o fôlego para as batalhas, mas ainda deixa dúvidas sobre como será trabalhada a política na série.

Reprodução/History Channel

Lagertha sempre foi uma mulher que batalhou por tudo durante sua vida. Uma mulher que usou todas as suas forças para subir cada vez mais e merecidamente chegou a uma posição de liderança. Entretanto, tudo muda e a única certeza que temos é de que nada irá continuar igual por muito tempo. Nós mudamos constantemente e, desse modo, também mudamos o mundo a nossa volta. Mesmo passando por diversas fases, agora ela vive em um ambiente que espelha claramente a força e o desejo da nova geração. Mas será que ela será capaz de se adaptar nessa nova realidade? Após tanto tempo governando Kattegat, já era se esperar que oposicionistas começassem a surgir. Seja pela sede de um novo líder, pela necessidade de auto-afirmação ou apenas pelo fato de não concordar com uma mulher na liderança, isso já estava por vir e Margrethe não deve ser a primeira a levantar a voz. Ninguém consegue satisfazer a todos e isso ninguém pode mudar. Entretanto, isso acaba nos levantando uma questão delicada. Será mesmo que Lagertha continua apta a governar? Mesmo ignorando, fica claro seu erro com Harald e é difícil negar que isso demonstrou certa fraqueza. Só resta saber se isso realmente foi uma fraqueza ou apenas uma simples falha que pode ser corrigida futuramente.

Divisão sempre foi um tema recorrente na série. Tivemos uma divisão na família de Ragnar que levou todos a diversos problemas, assim como tivemos uma divisão entre ele e seu irmão que levou cada um dos personagens a um caminho longo, duro e sem volta. É fácil ter noção do que significa família, mas é completamente difícil entender o significado de união que família traz. Sempre haverá indiferenças e nem todos sabem lidar bem com elas. Com posições completamente opostas, vemos Ubbe se afastando dos irmãos e tomando um rumo que dificilmente resultará em coisas positivas. A verdade é que, daqui para frente, tudo que podemos esperar é vitórias e derrotas para todos os lados, com um ênfase maior nas derrotas. O desejo de vingança uniu todos eles, mas a vontade de continuar foi o que separou cada um. Sua aliança com Lagertha pode ser o necessário para que ela reafirme sua posição como líder e aumente sua força contra Harald, mas isso também acaba criando batalhas dentro de seu próprio lar. Não precisando apenas lidar com os inimigos que espreitam pelo caminho, ela também deverá lidar com aqueles que estão em sua volta, sentados em torno de sua própria mesa.

Hvitserk sempre demonstrou ser o mais indeciso de todos. Preso várias vezes entre as intrigas de seus irmãos, ele nunca conseguiu decidir o que queria de verdade. Mesmo não gostando de ser tratado como um cão doméstico, é impossível negar que, na maioria das vezes, ele agiu como tal. Porém, nem sempre podemos seguir sem rumo. Em algum momento temos que fazer uma escolha e a dele já foi feita. Mesmo duvidando de sua decisão em alguns momentos, essa escolha foi um claro ponto positivo para a construção do personagem. Não apenas por colocá-lo em uma posição delicada contra o próprio irmão com o qual sempre fez tudo junto, mas também por dar a oportunidade de vermos um maior desenvolvimento por suas escolhas. Ao lado de Ivar que naturalmente consegue inspirar liderança, será que ele conseguirá definir seu próprio caminho ou ficará para sempre encurralado nas ações de seus irmãos? Com todos os personagens tendo que lidar com os próprios impasses pessoais, acaba sendo difícil acreditar que eles terão tempo para resolver os problemas externos quando os internos fazem tanto barulho dentro de cada um deles.

Reprodução/History Channel

Provando ser o grande estrategista como um dia ficou conhecido na história, Ivar novamente acaba surpreendendo com suas decisões. Mesmo com uma atitude um tanto quanto estranha na batalha em York, suas habilidades de decisões continuam afiadas. Não é possível saber se isso realmente resultará em ganhos para seu lado, mas é possível perceber a bela jogada que está sendo feita. Tantas vezes enganados, Aethelwulf e Heahmund parecem subestimar cada vez mais os pagãos, mesmo com eles mostrando superioridade em diversos momentos. Em uma cena que definiu um grande suspense, temos um lugar abandonado onde algo não parece estar certo. Afinal, o que os ratos estão fazendo lá em cima? Será possível que eles subiram enquanto eles desceram? Ou é apenas o reflexo de um local abandonado enquanto eles se esgueiram por fora para atacar na melhor oportunidade? Algumas pessoas foram além e consideraram que a presença dos ratos possa ser um sinal da peste bubônica, doença até então desconhecida e com um grande caminho pela frente. Seja como for, é certo que Ivar preparou grandes coisas para nos surpreender ainda mais.

Por outro lado, Bjorn parece estar seguindo seu destino sem saber direito para que lugar ir, deixando que o acaso defina seu próximo passo. Sua estadia em Sicília não apenas foi responsável por apresentar ao público um novo local, como também foi responsável por apresentar ao próprio personagem mais conhecimento. E conhecimento é perigoso. Saber mais significa querer saber cada vez mais e foi isso que guiou seu pai até o ponto em que chegou. Sendo difícil imaginar onde sua jornada terminará e em que circunstâncias verá novamente sua mãe, nesse núcleo temos apenas o vasto desconhecido, pronto para ser descoberto. Claro, enquanto alguns se encontram perdidos em seus objetivos, Floki finalmente começa a retomar sua jornada, algo que ele já havia largado há muito tempo. Onde isso vai dar é difícil imaginar, mas é possível perceber que o personagem continua com uma força, mesmo que pequena, para encerrar sua história bravamente. Mesmo correndo o risco de tudo ser uma ilusão causada por uma infecção ou por outro fator externo ou interno, é importante ter um objetivo. É importante ter um lugar para ir. E ele achou o dele.

Reprodução/History Channel

Com um grande caminho pela frente, Vikings parece confiante de que conseguirá manter seu ritmo até o final da temporada. No geral, o quinto ano está sendo conduzido de uma maneira mais bem trabalhada que na temporada anterior e promete ser ainda melhor.

Observações:

Aethelwulf finalmente tomando coragem para defender sua posição.

Enquanto isso, Judith continua um tanto esquecido pela trama. E não vou nem falar do irmão do Alfred. O nome dele já tinha sido mencionado antes ou essa foi a primeira vez?

Convenhamos que a decisão do Ubbe com o Hvitserk não foi lá das melhores. Principalmente com poucas pessoas junto deles.

Antigamente a série colocava a mitologia nas entrelinhas. Agora largou mão disso e assumiu completamente esse lado.

 


E você? O que achou dos episódios? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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