Se tem alguém aí que achava que a cota de mistérios em Westworld estava esgotada, está na hora de repensar sua existência. A série, que chega ao seu quinto episódio essa semana e portanto, à metade da temporada, não só não solucionou nem metade dos enigmas que colocou no ar, como também inseriu novas perguntas sem respostas em “Contrapasso”. Ok, concordo que a gente já merecia pelo menos algumas pistas contundentes para questões mais antigas, mas confesso que a cada episódio que passa, a série vem conseguindo despertar mais meu interesse, tamanho o quebra-cabeças que vem sendo criado.

A dúvida da vida nesse episódio é: teria Westworld duas linhas do tempo? O aparecimento de El Lazo depois de tudo que acompanhamos nos leva a pensar que os roteiristas realmente estão trabalhando em dois tempos diferentes. E, caso isso seja mesmo verdade, qual dessas duas linhas do tempo simboliza o passado? Pelo comportamento bem controverso ao histórico que conhecemos até então, aliado a suas visões cada vez mais enigmáticas, Dolores é a pista que nos leva a crer que quem está no passado é William. Por outro lado, Logan conhece toda a história do parque, desde a sua criação, sabe das desavenças entre os sócios e inclusive do suicídio do Arnold. Sempre refere-se a essa história no passado. E isso nos leva a acreditar que eles estão no… presente!?! O resumo de tudo é que: de concreto, até o momento, temos apenas nossa curiosidade. O resto, não passa de especulação.

William continua sua aventura ao lado de Logan e Dolores, inserindo cada vez mais perigos reais a essa jornada, especialmente ao chegar a Pariah, em busca de El Lazo. Nessa altura do campeonato, já percebemos que o espírito do parque afetou não somente William, como também a nossa doce robô, Dolores Abernathy. Ambos os personagens foram desafiados a deixar sua inércia de lado e colocar coragem e frieza na frente, para salvar quem eles têm de mais precioso. E, mesmo muito confuso acerca da veracidade do que está vivendo, William acaba embarcando de corpo, alma e coração nessa jornada. O destino? Um doce para quem pensou no labirinto.

Essa jornada, que incluía Logan, parece que terá que ser completada apenas pelo casal, né? Em um desses momentos tensos do destino, William opta por romper com seu cunhado, num final previsível para uma relação cada vez mais desgastada e que expunha, a cada cena, a profundidade das diferenças entre eles. O gatilho que despertou William para o mundo real foi a decepção de se descobrir um protegido na empresa em que trabalha, considerado alguém que não oferece perigo, um carta branca que, justamente por isso, chegou onde chegou. Essa descoberta o faz cortar laços não só com Logan, como também com seu passado e sua antiga vida. Foi esse mesmo combustível que acendeu de vez sua vontade de se jogar de cabeça no que estava vivendo ali dentro, já que depois de tudo que Logan disse, ele acabou por sentir-se um personagem no que considerava sua vida real.

Outro grande mistério desse episódio diz respeito à participação de Dolores em todo o processo que levou Arnold a supostamente se matar. Em uma conversa com Ford, ela revela que sua missão era ajudar seu antigo sócio a (choquem!) destruir o parque! Sim, Arnold o grande idealizador e entusiasta daquele lugar já quis mandar tudo pelos ares. Mesmo com tudo que tenta arrancar dela, inclusive no modo análise, Ford não consegue acessar o histórico da última conversa entre a robô e seu ex-sócio. E o mais curioso de tudo é perceber que Dolores se negou a revelar algo que sabe … conscientemente. Paralelo a isso, suas visões/memórias estão cada vez mais perturbadoras, chegando ao ponto de levá-la a interagir consigo mesma, num mix confuso de passado/presente.

Ainda na ala dos cientistas, nossa incansável Hughes tanto fez que finalmente conseguiu uma pista concreta que indica que alguns anfitriões estão sendo sabotados. Resta saber o que o Bernard vai inventar dessa vez para barrar sua colega. Porque se não é ele mesmo o sabotador dos anfitriões, minhas suspeitas recaem sobre o Homem de Preto, que, a cada episódio, só comprova o tamanho da sua moral naquele parque. O cara pode tudo, desafia tudo, intromete-se em tudo e tem total conivência (ou seria incentivo?) do Ford. No diálogo da dupla ficou claro que o diretor não sabe de 100% do que acontece ali dentro, não. E isso inclui a localização do labirinto.

E, assim como no episódio anterior, “Contrapasso” foi encerrado com uma cena da Maeve, que agora, 100% consciente, foi em busca de explicações para as perguntas que ela não consegue saber as respostas. E procurou no lugar certo! Será que Felix vai contar a verdade a ela?

“Contrapasso” terminou com milhões de teorias bombando na internet, mais uma vez.

• Seriam William e Logan, os respectivos Arnold e Ford na juventude? Acho essa teoria meio falha porque Ford tem olhos claros e Logan, não.
• E se as linhas do tempo não estiverem no passado e presente e sim, numa realidade paralela?
• Seriam alguns dos cientistas também anfitriões? Especialmente os mais próximos ao Ford, como o Bernard, por exemplo?
• E o Homem de Preto? Seria ele um anfitrião ultra desenvolvido, criado justamente para trazer mais movimento pro parque?
• Sempre foi dito que quanto mais longe se chega no parque, mais perigoso fica. Seria Pariah um vislumbre de mundo real? Logan vai ser preso mesmo? Ele apanhou e não foi pouco. Tensão com essa falta de garantias/segurança.

E você, concorda com alguma dessas teorias? Tem outra ideia? Conta pra gente!

Imagens: Divulgação HBO