“You told me there were things I could do, insinuating that I could have fixed myself any time I wanted, and that is negating my story.”
Quando a segunda temporada de You’re the Worst chegou ao fim, em dezembro do ano passado, encontrei um texto na internet que relacionava a representação da depressão na série com experiências pessoais. O autor conta, ao longo da matéria, sobre o relacionamento com sua esposa portadora de depressão e como finalmente havia um seriado que entendia o relacionamento entre os dois, visto que a dramédia do FXX está longe de romantizar a doença ou apresentar uma cura utópica para ela: “You’re the Worst não sugere que a depressão possa ser derrotada, ao invés disso mostra como é possível viver com essa condição”. Caso queira, você pode ler o texto completo aqui (em inglês).
Após o 3×02 Fix Me, Dummy, não havia forma melhor de começar essa review. O episódio foi a confirmação de que ao longo do terceiro ano acompanharemos a luta da Gretchen aprendendo a conviver com seu problema após o colapso. É um ponto muito positivo a forma como a série decidiu continuar explorando esse tema, independente da carga dramática que possa vir junto. Provavelmente não teremos momentos tão pesados como na segunda temporada, mas era fácil escolher deixar isso “de lado” e voltar a ser uma simples comédia romântica moderna. Entretanto, como a própria Gretchen disse, isso seria negar a própria história – coisa que You’re the Worst não fez.
Quem estará presente nesse processo será Justina, nova personagem interpretada pela queridíssima Samira Wiley (Orange Is The New Black). Ela já foi anunciada como personagem regular, então já podemos esperar uma participação frequente da mesma – e, quem sabe, talvez ela até tenha uma história pessoal para desenvolver ao longo do tempo. De qualquer forma, aqui presenciamos o início da relação da Gretchen com a nova terapeuta e era óbvio que o começo não seria o mais fácil possível. Foi muito bacana vê-la finalmente se abrindo na cena do carro, deixando em aberto uma trajetória que permitirá explorar toda a bagagem que a protagonista traz consigo mesma.
“Being vulnerable makes me angry!”
Os “casais paralelos” continuaram com as tramas apresentadas semana passada. Lindsay encontra-se, de certa forma, tentando mentir para si mesma que errou ao voltar com Paul e isso acaba deixando-a cada vez mais sufocada. Esse vai e vem entre os dois está ficando repetitivo, porém tenho impressão de que dessa vez veremos um lado diferente da Lindsay, um lado mais vulnerável, diferente de tudo mostrado anteriormente.
Edgar, por sua vez, continua progredindo na sua relação com a Dorothy. Entretanto, o mais interessante é saber que aos poucos ele não será o mesmo por não tomar os remédios. É difícil não sentir pena do Edgar, principalmente quando o seu círculo de amigos basicamente ignora a sua existência ou trata-o com estupidez. Isso definitivamente trará consequências no seu inevitável surto e, talvez, dessa maneira começarão a respeitá-lo.
Por fim, quando tudo parecia se ajeitar para o Jimmy, recebemos a notícia da morte do seu pai. A relação entre os dois era bastante complicada, mas um baque emocional é inevitável. A informação ficou nas mãos da Gretchen, contudo sua reação demonstra que não será nada fácil entregar a notícia para o namorado. Ansiosos para semana que vem?
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Observação:
– A música do final: Grace, da Lina Tullgren. Ouça aqui.
