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A adolescência em Skins

Por: em 29 de outubro de 2016

A adolescência em Skins

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers leves,

nada que estrague a série ou a sua experiência.

A adolescência se constitui como um período único e, de certa forma, especial na vida de todos nós. Momento de descobertas, mudanças corpóreas e sociais, produção de muitos hormônios, humores a flor da pele, formação de amizades com uma provável longa data de duração, ou não, pode ser muito bem o contrário, enfim, esta é uma época que evoca saudades e nostalgia em alguns, enquanto que para outros é um simples alívio que estes inacabáveis dias finalmente tenham sido superados.

Uma infinidade de séries vão ao ar dispostas a discutir as questões referentes a esta fase inevitável das nossas vidas, retratando com realismo os onipresentes dramas e satisfações entre os mesmos adolescentes, paixões, amores, amizades, brigas, falsidades, confianças e desconfianças, assim como, aborda temas mais sérios que não deixam de fazer parte desta mesma classe, são, problemas familiares, sociais, econômicos, escolares, de convivência e desenvolvimento, enfim.

Quando eu penso em uma série televisiva que se passe neste ambiente supracitado muitas me vem a cabeça, mesmo que eu tenha acompanhado poucas de fato, um número respeitável mesmo assim, Skins é quem se sobressai neste universo; de maneira alguma a elejo como melhor do que as outras, somente aprecio o modo como a série britânica aborda a adolescência, de maneira realística e quebrando alguns tabus que outras do mesmo meio não ousaram mexer, com assuntos como, famílias disfuncionais, disfunções alimentares, sexualidade e gravidez, abuso de drogas lícitas e ilícitas, morte nua e crua, entre outras coisas. Dividida entre gerações, cada uma semelhante e diferente ao mesmo tempo (entenderam!?), assuntos polêmicos e histórias cativantes, a série se revela como um ótimo tópico de exemplo para a discussão sobre a melhor e pior fase das nossas vidas – a adolescência.

Primeira Geração

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”A primeira vez a gente nunca esquece”, este ditado serve para muitas situações cotidianas, mas neste caso específico me refiro a primeira geração de Skins que protagonizou as duas primeiras temporadas da série quando tudo ainda era meio que novidade e bastante chocante. A história se desenvolvia em cima de um clichê bastante reciclado nos setores joviais, um triângulo amoroso entre o pegador e babaca, a apaixonada e patricinha e o amigo estranho e desleixado dos dois, estes, inseridos em um grupo de amigos com personalidades e realidades bastante divergentes, tínhamos numa terminologia chula, o muçulmano que seguia a sua religião somente no meio familiar, o homossexual, a clarinetista, a anoréxica, o egoísta, o sonso, a sem auto estima e o abandonado pelos pais, tudo isso envolto em festas muito doidas e situações de veracidade bastante questionáveis. A primeira geração fez rir e emocionar, foi o começo de uma quebra de paradigmas vigentes.

Segunda Geração

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Surpreendentemente mais sombria que a geração anterior, a terceira e quarta temporada de Skins foi provavelmente a que teve mais conteúdo dramático. Protagonizada por uma personagem já conhecida pelo público, no desenvolvimento dos seus distúrbios familiares e mentais, assim como, a inserção de três amigos ”inseparáveis” que acabam quebrando pelo fascínio geral por uma mesma garota. Esta fase trouxe novidades e histórias mais reais que pendiam para o claro drama, retratados pela patricinha mandona, o autista, o estrangeiro, a ingênua, o inconsequente, o compreensível carente, a lésbica, a que ainda não tinha certeza da sua sexualidade, e a indecifrável. A segunda geração mostrou a clara maturidade que a série estava alcançando, com plots que despertavam a real empatia do público jovial.

Terceira Geração

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Complicada de digerir, a terceira e última geração foi faca na caveira, se a primeira pendia para o cômico e a segunda para o drama, a última caminhava por caminhos sombrios e fadados a tragédia, mesmo que neste âmbito tenha surgido a melhor história de amor de toda a série. O cast da quinta de sexta temporadas foi bastante diversificado e totalmente renovado numa áurea inicialmente mais escolar, tínhamos a bailarina, o metaleiro, o menino da fazenda, a que ninguém entendia as motivações, o bobalhão, o envolto em segredos, a mimada e a andrógina. A terceira geração surgiu para provar que já estava na hora de encerrar a parada mesmo, não que tenha sido de toda ruim, só tinha uma vibe diferente e meio estranha de se simpatizar.


É com um sentimento agridoce que me encontro recém saída desta fase marcante, considerando que nada demais se modificou comigo ou ao meu redor durante a minha adolescência, contudo, eu sou uma peculiaridade, levando em conta que eu já nasci com a alma de uma pessoa adulta e chata, assim, mesmo que eu sinta falta de algumas experiências que poderiam ter sido vividas, a verdade é que eu aprecio bastante que tudo tenha se mantido mais ou menos estável, sem grandes alterações em quase todos os aspectos.
Apesar de se constituir como um ótimo exemplo, as realidades abordadas em Skins soam como improváveis para mim, mas, como não sou todo mundo, a carapuça pode servir para alguns de maneira bastante positiva! É sempre acolhedor ver alguma situação que você viva/viveu ou tenha testemunhado sendo retratados e discutidos em rede abrangente, espelhado em personagens que despertam a empatia e nos fazem vibrar.

 

E você caro leitor, que outra série você acha que retrata muito bem o período da adolescência?

É fã de Skins também? Vamos trocar figurinhas!


Ana Rebeca Tamandaré

Jovem bahiana simpática e gente boa que curte um bom número de séries e por este motivo tem a audácia de escrever suas opiniões positivas e negativas sobre elas.

Itamaraju/BA

Série Favorita: How i Met Your Mother/Friends

Não assiste de jeito nenhum: The Vampire Diaries

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