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Aftermath – 1×03 In Our Empty Rooms

Por: em 13 de outubro de 2016

Aftermath – 1×03 In Our Empty Rooms

Por: em

Aftermath ainda está começando a dar frutos, mas é possível enxergar a relutância do roteiro em dar respostas às diversas coisas apresentadas nos últimos episódios. Em um episódio cheio de ação e reviravoltas, a história novamente falha em convencer o telespectador a continuar e começa a trilhar seu caminho para o cancelamento.

Levi Meaden - Aftermath

Brianna, que é de longe a melhor personagem apresentada, continua sua jornada para achar seus pais. E, surpreendentemente, esse foi o primeiro episódio em que essa jornada gerou frutos. A separação que tinha o intuito de nos apresentar o mundo através dos olhos dela finalmente funcionou. Nos episódios passados, o roteiro pecava em não saber aonde levar a personagem, o que acabou deixando a experiência deste episódio não tão boa quanto se esperava, mas sabendo relevar isso, podemos tirar bons momentos da história.

A comunidade religiosa apresentada poderia ser um dos focos principais do episódio, mas acabou servindo apenas de pano de fundo para mostrar mais do misticismo que a série pretende abordar. O fato de ver um dragão voando sem nenhuma explicação, pista ou teoria acaba enjoando e, se antes o elemento poderia ser usado para surpreender o público mais ao final da temporada, agora corre o risco de se desgastar por ter sido apresentado cedo demais.

Mas, apesar dos problemas no núcleo, a comunidade ainda promete ser um dos pontos fortes da temporada. Toda a visão religiosa do apocalipse aparenta ser promissora e, vindo de uma cultura um pouco mais fanática, podemos esperar momentos interessantes, principalmente agora com o retorno do Reverendo. O líder tantas vezes mencionado já agrada logo de cara e se mostra um personagem forte.

Já a relação de Brianna com Devyn (Mitchell Kummem) fica cada vez melhor. Logo de início já é possível simpatizar com o personagem e, em tempos como esse, é impossível não sentir uma ligação amorosa entre ele e a garota. E mesmo podendo soar improvável, não seria interessante ele sair com ela e explorar o resto do mundo? Um elemento que a série poderia aproveitar é mostrar como pessoas de diferentes culturas e religiões veem o apocalipse, podendo ainda mostrar a dificuldade em mudar a própria crença.

Mitchell Kummem - Aftermath

O resto da família, por sua vez, encontra mais problemas ao longo da estrada. A personalidade deles continua a mesma, então já é algo a ser ignorado. Aparentemente existe muito mais por trás das possessões e isso sim é algo para se focar. O desaparecimento da população em algumas cidades é algo bem interessante para ser trabalhado, e pode acabar salvando a história do clichê.

Claro, a história poderia se revelar mais interessante se os personagens tivessem tempo de se desenvolverem. É um acontecimento em seguida do outro, impedindo que a história ande. E o mais engraçado é que, mesmo em um apocalipse, é impossível sentir medo pelos personagens. A impressão de que nada irá acontecer com eles por serem os protagonistas é grande, e acaba sendo um dos vários pontos negativos da série.

Toda a cena do supermercado, apesar de emocionante, não acrescentou nada de novo. Desde o princípio já era possível saber como tudo aquilo iria terminar. Outro problema são os detalhes. Antes das pessoas desaparecerem, o mundo já estava indo de mal a pior. E, levando em conta o que sabemos da humanidade, será mesmo que hospitais e supermercados estariam lotados de produtos? Se aprendemos algo com séries e filmes apocalípticos, é que estocar suprimentos é uma das coisas mais importantes a se fazer, e isso muitas vezes acaba em violência. Entretanto, não é possível notar nenhuma marca de briga ou mancha de sangue. Tudo parece continuar normal.

James Tupper e Anne Heche - Aftermath

Mas tentando ignorar esses fatos, nos deparamos novamente com o roteiro bagunçado. Temos desastres naturais, doenças, possessões demoníacas, desaparecimento em massa, dragões… e agora temos Goblins do Mar. Se fosse uma série procedural, o elemento até poderia ser atrativo, mas levando em conta que é uma série contínua, é difícil engolir toda essa mistura. Ora, o material apresentado no piloto era suficiente para levar algumas temporadas nas costas. Será que é realmente necessário acrescentar mais alguma coisa?

Seja como for, Matt parece correr um grande perigo. O encontro dele com Ala (Doona Benedicto), uma Ponaturi, pode mudar todo o destino dele. Afinal, ele quer encontrar a irmã mais que tudo, e como essa família praticamente atrai o perigo, provavelmente irá precisar de uma ajuda extra, e a oferta feita pela criatura pode ser essencial quando esse momento chegar.

O que acaba estranhando é essa devoção pela irmã que, aparentemente, veio do nada. Ele era sempre o primeiro a achar que ela estava morta e o roteiro nunca deu indícios de que eles tivessem uma boa relação. Mas, mesmo assim, é bom ver que os personagens estão começando a se preocupar mais e agindo menos como se soubessem de tudo.

Doona Benedicto - Aftermath

No geral, Aftermath ainda não conseguiu agradar. Com um furo atrás do outro, é difícil imaginar a série sendo renovada. Mas, apesar de tudo, ainda existe esperança de que a história possa a vir melhorar e, quem sabe, garantir um segundo ano.

Observações:

Dana claramente nasceu para ferrar as pessoas.

Eles chegam à casa e, ao invés de vasculhar, vão plantar?

Não comentei sobre a cura mencionada pelo Doutor por ainda ser cedo demais para teorizar sobre…

…Fora que nem os personagens deram a mínima para isso.

Shippo Devyanna sim e vou protegê-los!

Não acredito que aqueles caras foram tão burros para beber o Uísque. Sério. Muito forçado.

Bri, se no dia-a-dia já é perigoso chegar sozinha em um grupo de homens em um local afastado, imagina no meio do Apocalipse!

Matt muitas vezes é insuportável, mas se algo acontecer com ele eu não respondo por mim.

Curioso para saber mais sobre o avô dos garotos. Ele parece ser bem interessante.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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