Há muito se fala sobre a queda de qualidade de Arrow. Algumas blasfêmias, outras críticas mais embasadas – também pudera depois de um terceiro ano tão controverso como o que tivemos. E se o tema do episódio dessa semana foi Redenção, ele cai como uma luva para o momento atual que a série vem vivendo. Episódios coesos, com tramas interessantes e desenvolvimentos pertinentes. O sentimento agora é de que sabemos para onde estamos indo, apesar de não sabermos como vamos chegar lá – nos cabendo aproveitar do que há de mais belo, a trajetória.

Lance esteve no centro desse episódio e já era o momento para isso acontecer. Sempre o primeiro a apontar o defeito de tudo e todos, se colocando como exemplo a ser seguido, sua aliança com Damien pareceu estranha desde o princípio. Interessante foi ver a desconstrução do personagem acontecer ao longo dos 40 minutos. Para nós, que já sabíamos de tudo, era só uma questão de tempo, mas ver a decepção de Oliver Queen com a descoberta do envolvimento do detetive com o grande vilão foi um balde de água fria. E aos que criticam Stephen Amell, uma surpresa aconteceu na cena em que Lance é desmascarado. Num surto que começa contido e termina em explosão, Oliver joga na cara tudo que guardou por anos, inclusive revelando que o seu melhor lado foi impulsionado por uma pessoa que o desprezava completamente.

Interessante ver como o jogo muda de figura agora que o detetive passa a ser usado como informante. Seu poder foi completamente desconfigurado, seu papel de pai é praticamente inútil e nem sua moral sobreviveu. A queda de Starling City acabou levando algumas pessoas para o fundo do poço e Lance foi um deles. Aqui vale também citar o quanto falta de carisma no personagem, quando o comparamos com Joe (The Flash). Apesar dos papeis parecidos, são construções bem diferentes. Lance caminhou para o seu lado mais sombrio com o afastamento da mulher, se jogando no álcool, enquanto Joe se dedicou aos filhos por completo. Não sei, mas falta alguma coisa. O momento em que ele reencontra Sara passa pouquíssima emoção, para não falar nenhuma.

Já que entramos no assunto Sara, a bicha ainda tá raivosa, o que era de se esperar depois de tanto tempo ‘morta’. Esse momento não deve passar até encontrarmos John Constantine (já no próximo episódio), que deve exorcizar a moça em busca da sua alma perdida. Tudo com um cuidado para tornar a formação da equipe de Legends of Tomorrow ainda mais certeira – podem ver que o lance do celular de Felicity tinha mesmo relação com Ray Palmer, apesar da série estar pisando no freio para ainda não contar essa história.

Dois pontos chamam muita atenção quando falamos de Sara: primeiro, sua fuga no final do episódio, que provavelmente culminará na revelação para todos do que Laurel fez; segundo, a conversa entre Damien e Lance – vocês repararam que o vilão fala algo como “um conselho de pai para pai”, o que significa que o demônio tem um filho (muita gente, mas muita mesmo, achou que ele era pai de Felicity, o que Wendy Miracle já negou publicamente – então quem será o elo fraterno que ele tem na série?). Com isso, aumentam ainda mais as especulações sobre o que pode estar no nosso caminho para a temporada – e que me anima bastante só de pensar.

Queria destacar também como o time vem se tornando mais coeso com o passar do episódio, fazendo das cenas de ação, mesmo que poucas, muito interessantes – particularmente gostei muito da parceria entre Canário e Arqueiro, o que precisamos ver mais vezes! O episódio trouxe a participação de Rutina Wesley na série, em um papel nada ‘do bem’ e que serviu como uma alegoria clara para a situação de Lance diante do que pregava e do seu papel perante a sociedade de Star City. Também não podemos deixar de lado a inserção de um novo e importante cenário: a nova Arrowcave. Que negócio sensacional! Dei uma pequena surtada quando tudo foi apresentado e gosto muito da maneira que Cisco, Star Labs e Barry se fazem presentes no universo.

E enquanto nos flashbacks, Oliver não ganha o título de homem mais popular do momento – agora que o barbudo-que-não-abre-a-boca-para-falar descobriu que ele está infiltrado, as coisas devem dar uma andada maior -, no presente sua candidatura a prefeito ganha seguidores importantes e dá início a uma fase nova para o personagem, assumindo-se como figura pública e determinante nos rumos da cidade, tanto de dia, quanto de noite. Espere muito problema vindo desse anúncio – por sinal, como não gostar daquele discurso, não é mesmo? -, já que nada nessa cidade acaba como o esperado.

Algumas outras informações importantes:

• Thea deu a entender que Oliver ia fazer o pedido de casamento e, por isso, perguntou porque Felicity não estava usando algo específico, certo? Ou dei uma viajada?
• “You have failed this city!” – eike saudade que eu tava dessa frase!
•  Não sei lidar com o grito da Canário. Toda vez que ela usa aquilo, fico completamente alucinado.
• Será que Damien tem alguma relação com aquela mulher dos flashbacks? Porque ainda não entendi qual o papel dela nisso tudo para ter tanto enfoque.
• Ri demais do Curtis tentando adivinhar quem era o Arqueiro.
• Não que eu precise falar, mas quase que todo o discurso do Oliver como candidato foi tirado de introduções do show até aqui – se você não falou junto umas partes, tá fazendo isso muito errado!

Agora é só aguardar, John Constantine já vai chegar. Para se preparar para o episódio da semana que vem, você poder dar uma lida no nosso especial sobre tudo que você precisa saber de Constantine. Depois você dá uma conferida no vídeo promocional e comenta comigo as implicações de “Beyond Redemption“.