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Feud: Bette and Joan – 1×05 And the Winner is… (The Oscars of 1963)

Por: em 5 de abril de 2017

Feud: Bette and Joan – 1×05 And the Winner is… (The Oscars of 1963)

Por: em

E o evento mais esperados pelos fãs de Feud: Bette and Joan chegou: a noite da entrega do Oscar. Após a letargia de Joan na semana passada, é hora de acompanharmos seu plano de vingança em ação e, devo dizer, a execução da tarefa foi sublime! Joan merecia um prêmio por tramoia e mesquinhez. Vamos rever o que aconteceu em And the Winner is… (The Oscars of 1963).

Sente-se, jovem, pois a história que irei lhe contar é longa e cheia de intrigas.

O episódio é quase todo mostrado pela visão de Olivia de Havilland (Catherine Zeta-Jones), amiga pessoal de Bette, que se mostrou muito lúcida ao analisar os fatos por ambos os lados, expondo não apenas a falha de caráter de Joan, mas como a fraqueza de Bette pode ter piorado a situação . Esse ângulo é importante para que não nos deixemos levar apenas pela primeira impressão de que Joan é um monstro que não se importa com mais nada que não seja se sentir superior à inimiga. Há vários momentos em que somos relembrados quais seriam as motivações psicológicas de Joan para essa reação tão extrema e devemos refletir se esse tipo de ressentimento criado pela mídia apenas para vender ingressos ainda é algo que devemos alimentar (o mais recente caso é a situação Vin Diesel x The Rock na divulgação de Fast & Furious 8).

Eu gostei muito da atuação de Catherine Zeta-Jones. Sua Olivia nos passa uma melancolia inerente a qualquer atriz de Hollywood da época, mas com uma atitude mais resignada do que nossas protagonistas, o que gera um contraste interessante. E após tanto tempo sozinha, Bette precisava de uma companhia que não fosse sua filha falsiane. Mais uma vez eu senti a diferença entre os pares. Enquanto Olivia consola a amiga e lhe dá apoio moral, Hedda coloca em moção um plano para que Joan consiga sua vingança. É clara a disposição dos papeis de heroína e vilã entre Bette e Joan. Mesmo com as constantes explicações para suas ações vilanescas, não consigo simpatizar com sua dor – compreendo, mas não aceito.

Um brinde à nossa maldade!

A campanha contra Bette realmente aconteceu (segundo fontes) e essa montagem estilo Meninas Malvadas foi uma delícia de acompanhar, só faltou a Regina George aparecer na outra linha para ajudar. Mas o ponto alto foram as ligações para as atrizes perguntando se poderia receber o prêmio no lugar delas caso ganhassem. Que dizer, perguntar deveria ser usado entre aspas, como no caso de Geraldine Page. Ótima interpretação de Sarah Paulson (de American Horror Story e American Crime Story), mostrando a evidente confusão sobre as acusações veladas de plágio, a realização do significado da ligação e resignação ao aceitar ser representada por Joan. Eu não sei se Geraldine voltará a aparecer, mas gostaria de ver como ela reagirá em um futuro encontro com Joan.

Em compensação, a compreensão de Anne Bancroft (Serinda Swan, de Graceland) foi tocante. Tenho certeza que, para Joan, o reconhecimento pela sua atuação por uma atriz de seu calibre foi muito mais importante do que a participação em seu plano. A atuação de Serinda Swan foi curta e sem muitos floreios, mas estava no ponto certo para nos passar de forma crível o profissionalismo da atriz que preferia deixar de receber o maior prêmio da indústria para não desapontar os fãs da peça que fazia parte, assim como seu respeito e apoio a Joan.

Não! Menina feia! Não faz isso!! Feio!

Não se consegue chegar mais próximo a um filme de guerra do que a montagem de Bette e Joan se arrumando para o Oscar. Enquanto Bette é modesta e recebe cartas de admiração até mesmo do Presidente dos Estados Unidos, Joan está se montando para entrar no campo de batalha, eu só fiquei esperando o momento em que ela iria acionar um relógio no pulso e se transformar no Homem de Ferro. Porém, mesmo com toda sua resolução, seu coração ainda está em frangalhos, como sua conversa com o amigo e diretor George Cukor (John Rubinstein, de When We Rise e Desperate Housewives) deixa claro.

A entrega do Oscar é espetacular. Desde os close-ups à ótima cena em que Joan caminha pelos bastidores do palco em tomada contínua não poderiam ser mais bem produzidas. A forma como construíram a tensão até a revelação da vencedora também foi perfeita. O pequeno confronto com Bette antes da entrega do prêmio era necessário para que as intenções de Joan ficassem claras. Mas é a lenta caminhada de Joan atrás do palco que desacelera a velocidade até o baque quase silencioso da derrota de Bette que mais me agradou. Susan Sarandon não poderia estar mais perfeita no momento do retor de Joan à coxia. A mistura de orgulho e descrença estava perfeita e foi difícil não marejar os olhos com Bette.

Assim como no episódio anterior, terminamos em clima de tristeza. Bette e seus amigos estão lívidos em sua casa, mas foi bom vermos que, mesmo na derrota, Bette estava sozinha. Sua explosão com Olívia é totalmente compreensível, afinal, aquela era sua última chance de um retorno à indústria e lhe foi roubado descaradamente. Entretanto, Joan não sai vitoriosa. Ela pode ter sucedido em seu plano, mas, não importa o resultado, ela sempre será inferior a Bette sob os olhos da Academia. E sua solidão auto infringida é um claro sinal de que ela nunca se sentirá completa em Hollywood.

Me conte, Joan: adiantou mesmo fazer todas essas tramoias?

Finalmente aumentaram a quantidade de ótimas músicas por episódio. Deveriam estar guardando o orçamento de soundtrack para gastarem aqui. Segue a lista:

FEUD X AUDIÊNCIA:

Como o canal FX não é público, fica bem difícil acompanhar os números de audiência, que demoram mais para serem divulgados e geralmente mudam devido a quantidade de reprises que um episódio pode ter nos três dias após a exibição inicial. A audiência atualizada do piloto subiu de 2,26 para 5,17 milhões, ultrapassando o piloto de The People v. O. J. Simpson, com 5,1 milhões.

Os números iniciais de exibição dos episódios seguintes diminuíram consideravelmente, até chegar ao mais baixo de 1,08 milhões do terceiro episódio, mas já temos uma recuperação interessante. A audiência de And the Winner is… (The Oscars of 1963) é, até o momento, a segunda maior da temporada, com 1,36 milhões. Eu imagino que o tema do episódio tenha atraído muita curiosidade, já que é o ponto alto da disputa entre as atrizes. Teremos que acompanhar os últimos episódios para ver se conseguirão prender a atenção do público que não tem ideia de quais eventos serão mostrados.

Adorei o episódio e estou muito curioso para ver quais serão os rumos de agora em diante. De acordo com o trailer, focaremos no próximo filme de Robert Aldrich, que tentará contratar Bette e Joan para co-estrelarem novamente. Com tão poucos episódios restando, até onde irão na história delas?


O que você achou do quinto episódio de Feud: Bette and Joan? Deixe suas opiniões nos comentários!


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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