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Jessica Jones

Por: em 20 de novembro de 2015

Jessica Jones

Por: em

Ela está entre nós!

Depois de passarmos a semana inteira ouvindo o famoso meme do Já acabou, Jéssica?, podemos agora brincar e dizer que não, ela está só começando. Segunda parceria da Marvel com a Netflix, Jessica Jones teve sua primeira temporada divulgada pela plataforma de streaming nessa sexta feira e estreia com o peso da expectativa de ser tão boa quanto – ou superar – sua predecessora de gênero, Demolidor. Pelo primeiro episódio, o que podemos dizer é que sim, Jessica Jones mantém a qualidade da série do Homem Sem Medo e Matt Murdock que se cuide: Ela tem tudo para superá-lo.

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Mantendo o mesmo clima dark, mas com um delicioso charme a mais, a nova série conta a história de Jessica Jones, uma detetive particular que, no passado, tentou ser uma heroína. Alguma coisa deu errado e devemos saber mais sobre isso a medida que a série se desenrolar, mas não é preciso ir muito além deste piloto para deduzir que Jessica simplesmente não se encaixou àquele mundo e os motivos saltam aos olhos. Interpretada com maestria por Krysten Ritter, Jessica possui habilidade, mas isso não a transforma em uma heroína. E por que o deveria? O primeiro ato do episódio é dedicado a nos mostrar isso.

Enquanto o texto se preocupa em transmitir o humor ácido de sua protagonista, somos convidados a mergulhar no mundo particular de Jessica. Seu trabalho, sua rotina, seus amigos (ou conhecidos, melhor dizendo) e, principalmente, seus traumas. Danificada, Jessica aparenta ser o tipo de pessoa que passou por muita coisa para chegar até onde está e não é difícil deduzir que foram esses traumas que a levaram a esse tipo de “exílio pessoal” que nos foi apresentado nesse episódio de estreia. As relações apresentadas com Trish (melhor amiga e apresentadora de talk show), Jeryn (advogada que contrata seus serviços eventualmente ) e Luke Cage (sim, ele mesmo. O que também vai ganhar uma série) são estabelecidas sempre de maneira arisca, como se Jessica estivesse com um ou dois pés atrás. E, claro, isso joga o potencial de desenvolvimento lá nas alturas.

Os motivos para a personalidade da personagem não são explicados, mas sabemos que existe uma relação direta com Kilgrave/Homem-Púrpura. O episódio acerta principalmente por, assim como Demolidor, não entregar seu vilão de cara. Mas se lá na série de Matt, mal ouvimos falar do Rei do Crime no começo, as coisas aqui são diferentes: O cenário de medo e tensão construído em cima de Kilgrave é incrível. O personagem de David Tennant não deu as caras, mas já foi firmado como alguém aterrorizante, sombrio e que promete ser o verdadeiro inferno de Hell’s Kitchen (com o perdão do trocadilho ruim).

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Tecnicamente, o episódio é perfeito. A fotografia escura, quase sem vida, transmite perfeitamente o clima de claustrofobia que Jessica parece carregar consigo e alguns detalhes específicos, como o tom púrpura que aparecia nos momentos em que Kilgrave era citado, fizeram a diferença. A abertura é ainda melhor que a de Demolidor e a trilha sonora quase inexistente no episódio ajuda a construir o clima de tensão que ele pede.

Há um plot twist no fim do episódio (que não vou entrar em detalhes pra não estragar a experiência de quem ainda não assistiu) que torna o caso que Jessica investigava bem interessante e abre caminhos promissores para os 12 episódios restantes. E, nesse momento em específico, é que Kristen Ritter prova ser a escolha ideal para o papel. 

De uma maneira geral, foi um excelente ponto de partida. A série tem criação e roteiro de Melissa Rosenberg. (que colaborou em Dexter e The O.C) Embarca nessa maratona com a gente.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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