Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

MacGyver – 1×12 Screwdriver

Por: em 15 de janeiro de 2017

MacGyver – 1×12 Screwdriver

Por: em

Depois de uma pequena pausa, MacGyver retornou e nos presenteou com um episódio inacreditável. Se antes o roteiro procurava os caminhos mais calmos para seguir, agora ele resolveu abrir seu próprio horizonte e explorar outras possibilidades além dos clichês. Além de mudar seu próprio caminho, esse episódio também nos ensinou como mudar o nosso próprio.

Jack, que sempre foi um ótimo personagem, acabava sendo ignorado muitas vezes. Na maior parte do tempo, ele acabava servindo apenas como parceiro de Angus, como se não tivesse forças para segurar uma trama própria. Na primeira parte desse primeiro ano, nos aprofundamos em sua relação com Riley, no qual ela o via como um pai. Mesmo acontecendo repentinamente, o roteiro ainda conseguiu apresentar bem essa relação e nos apresentou cenas memoráveis. Mas, ainda no início da temporada, uma relação em particular foi apresentada e deixada em aberto. E, após todo esse tempo, finalmente vimos sua conclusão. Ao ver essas cenas, é impossível não pensar em nossa própria vida. Afinal, será que estaremos sozinhos no momento de nossa morte? Será que seremos capazes de conquistar alguém que permaneça ao nossa lado até o final? Muitas vezes, o momento que vivemos é apenas uma página da nossa história, mesmo que em nossa cabeça pareça o final definitivo. Jack, assim como muitas pessoas, ainda tem o desejo de encontrar seu verdadeiro amor. É interessante notar como isso foi trabalhado, já que mesmo com momentos descontraídos, ainda foi possível sentir o turbilhão de sentimentos que passava por sua cabeça. Nós podemos achar que não precisamos de ninguém, mas é exatamente a relação com outras pessoas que nos torna quem somos. É a relação com outras pessoas que nos torna humanos.

Mesmo sendo triste, sua história com Sarah foi concluída com êxito. Algumas coisas simplesmente não foram feitas para darem certo. No momento pode ser difícil, mas futuramente ele perceberá que o término definitivo dessa relação foi um aprendizado, algo que o deixará ainda mais forte para o futuro. Nada acontece em nossa vida sem motivo. Desde o início da série, vemos que cada momento que vivenciamos serve para nos ensinar algo, então é isso que devemos notar mesmo nos momentos mais difíceis. Sem cair, nunca teríamos a força para nos levantar. Se não vivêssemos momentos ruins, nunca saberíamos dar valor aos momentos bons. Cada acontecimento, não importa o quão insuportável seja, está ali para nos mostrar algo. Jack descobriu isso e, mesmo sendo difícil, aceitou. Nós precisamos aceitar nossas escolhas. Agora, ele finalmente está livre para seguir sua vida. Ao se livrar do peso do passado, ele finalmente pode caminhar para seus objetivos. É importante lembrar que todos nós temos alguém nos esperando. E, se por algum infortúnio nunca encontrarmos essa pessoa, é importante nos lembrarmos que, antes dos outros, aquele que nos completa somos nós mesmos.

Sarah, mesmo com suas pequenas aparições, demonstrou ser uma ótima personagem. É bom notar que a série consegue trabalhar outros agentes além dos principais, conseguindo ainda dar uma trama satisfatória para cada um. E, na verdade, isso é essencial para que a série continue fluindo. Depois dos últimos acontecimentos, talvez seja a hora de conhecermos melhor ainda a organização. A apresentação de novos agentes não é somente uma maneira de preencher as histórias da semana, mas também uma maneira de dar profundidade para a trama geral. Existe muito mais lá fora e são esses personagens das entrelinhas que irão nos mostrar isso. Ainda, é interessante notar como a amizade de Jack e Mac conseguiu fluir ainda melhor. É de consenso que a parceria dos dois é uma das melhores coisas apresentadas na série, então acabou sendo satisfatório o momento com suas poucas palavras sobre o amigo. Ele está em busca de amor, mas não se esqueceu que amizade também é amor.

E, continuando em um clima romântico, tivemos o surpreendente retorno de Nikki. Mesmo sendo a responsável pelo grande plot twist do episódio piloto, a personagem ainda teve força para nos mostrar um plot twist secundário, indo de encontro ao primeiro. A revelação de suas verdadeiras intenções não foi apenas inesperada, mas também satisfatória. Finalmente veremos um aprofundamento maior no lado pessoal de Mac e, quem sabe, no seu relacionamento familiar. Ainda, essa redenção trouxe de volta a força que o personagem precisava para continuar. Do mesmo modo que Jack conseguiu se libertar, agora ele também pode seguir em frente. Com a traição de Nikki fora da mente, chegou a hora de enfrentar o perigo com ainda mais foco. Não é possível saber que caminho a relação dos dois tomará, mas é possível perceber que será cada vez mais profundo.

Bozer, que finalmente conseguiu se encaixar na equipe, acabou surpreendendo com suas atitudes. Mesmo não demonstrando uma relação romântica, sua parceria com Riley acabou sendo bem aceita, demonstrando que ambos funcionam bem como amigos. É interessante notar como o conhecimento de um completa o do outro e, ainda, foi incrível ver a especialidade dele sendo utilizada. Quando o mesmo entrou para a equipe, era grande a dúvida de como conseguiriam criar certa importância para o personagem. Mas, depois desse episódio, é fácil perceber que o roteiro sabe o que está fazendo. Agora, indo além do alívio cômico, o personagem passa a ganhar cada vez mais importância na trama. Sua interação com Riley, do começo ao fim, demonstrou que ambos formam uma ótima dupla de suporte e de atuação nos bastidores. O retorno de Murdoc, mesmo curto, foi um ótimo elemento. Não pela surpresa que causou ao telespectador, mas também pela mensagem que isso traz nas entrelinhas. Esse retorno demonstra que o personagem, mesmo em uma posição inferior, ainda tem muito que oferecer. Ao que tudo indica, esse grande vilão voltará futuramente fazendo jus ao personagem original.

Mas, superando todos os acontecimentos, o ápice do episódio foi a revelação de quem é Patricia Thornton. Depois de tudo apresentado, era difícil acreditar que a história ainda possuía mais uma carta na manga para apresentar ao público. Ainda, essa revelação serviu para mostrar que a história está ousando ainda mais, demonstrando também a perda do medo de mexer com os personagens principais. Claro, ainda não sabemos totalmente a história, mas é possível adivinhar que seremos novamente surpreendidos. Desde o começo, sentíamos uma grande falta do não crescimento da personagem, mas somente agora conseguimos entender o motivo. Depois disso, ainda restam algumas dúvidas. Quem assumirá o cargo de Chefe? No que mais Thornton interferiu? Será isso verdade ou é apenas mais um plano de Nikki? Cumprindo seu objetivo, esse episódio conseguiu nos fazer querer ainda mais.

No geral, MacGyver continua nos apresentando uma temporada satisfatória. Pelos últimos episódios, é possível notar que o roteiro está amadurecendo cada vez mais. Com a prolongação de seu primeiro ano pela CBS, veremos a história ficando cada vez mais consistente. Ainda, é interessante notar como a série consegue trazer casos semanais cada vez mais interessantes e, mais importante, balancear seus momentos de drama, comédia e ação. Ainda é cedo para afirmar, mas esse retorno incrível pode indicar um novo recomeço para a série e, quem sabe, a chance de continuar por mais um ano.

Observações:

A cada acontecimento eu pausava o episódio para respirar. Foi intenso.

É interessante notar como a atuação dos atores está melhorando cada vez mais.

Mencionaram Taylor Swift e foi impossível não lembrar do singleYou Belong With Me”.

Adivinha quem esqueceu do retorno da série? Isso mesmo, mas peço desculpas. Ainda hoje sairá a review do episódio seguinte.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

×