Hoje chega ao fim as Paralímpiadas Rio 2016 e, felizmente, a representatividade e a importância dela na sociedade ficou em alta. Ainda há muito o que fazer, muito o que lutar e muito o que evoluir neste assunto. Na televisão não é nada diferente, ainda são poucos os papéis que mostram personagens com alguma deficiência e, quando existem, eles são destinados aos mesmos atores de sempre, sem nenhuma insuficiência física ou intelectual. Para fugirmos deste lugar comum, vamos mostrar 3 adolescentes da televisão que foram muito bem interpretados por seus atores, que conseguem entender profundamente o que sentem os personagens.
Breaking Bad, por exemplo, quebrou muitos paradigmas ao contratar R.J. Mitte, um ator com paralisia cerebral para interpretar Walter White Jr, personagem com a mesma deficiência. Essa parece uma opção óbvia para qualquer produção, mas não é. Basta ver o alto número de atores que não possuem o mínimo traço de deficiência física que vivem personagens paraplégicos ou tetraplégicos, por exemplo. Em uma rápida lista, temos Artie Abrams de Glee, Jason Street de Friday Night Lights, Kevin Girardi de Joan of Arcadia e John Locke em Lost.
Curiosamente, a mesma Glee que escalou um ator sem problemas motores para viver um personagem paraplégico, deu voz e destaque à Lauren Potter como Becky Jackson, uma garota com síndrome de Dawn. Ela não era a personagem principal e não tinha a importância que merecia, mas foi um grande passo tê-la na série e ver alguns dos problemas e angústias pelos quais ela passava, ainda que na produção tudo seja muito irreal.
Falar sobre uma série inclusiva e os problemas da adolescência e não falar sobre Switched at Birth é basicamente impossível, visto que não apenas a personagem principal é deficiente auditiva, mas também a atriz que a interpreta, além de diversos outros personagens. O ponto principal da personagem Daphne é que, não apenas ela é surda, mas sua representação é motivo de elogios na comunidade dos surdos.
Representação é uma coisa e, apesar de ter possibilidade de ser algo interessante, ela não se compara a representatividade, que é aquilo que se faz indispensável para levar nosso convívio em sociedade a um outro patamar: o do respeito e entendimento das dificuldades enfrentadas por estas pessoas todos os dias. O caminho parece obscuro, mas é possível ver uma luz ao fim do túnel. Que mais produções tenham em suas histórias pessoas reais, textos decentes e, principalmente, um elenco inclusivo.