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Primeiras Impressões: Law & Order True Crime: The Menendez Murders

Por: em 28 de setembro de 2017

Primeiras Impressões: Law & Order True Crime: The Menendez Murders

Por: em

Mais uma série antológica chega na tv para tentar conquistar nossa atenção. A bola da vez é a nova aposta da NBC, Law&Order True Crime: The Menendez Murders. No rastro de recentes sucessos como American Crime Story e Making a Murderer, a spin-off de Law&Order vai contar histórias de crimes reais. O roteiro da primeira temporada explora o famoso caso dos irmãos Menendez, que foram condenados à prisão perpétua por assassinarem seus pais. Lyle e Erik Hernandez, mataram a tiros os pais, em agosto de 1989, em Beverly Hills, na Califórnia. Com 21 e 18 anos respectivamente, o assassinato a sangue frio chocou os Estados Unidos e,  como não poderia deixar de ser em crimes dessa natureza, a cobertura do julgamento movimentou durante seus três anos de duração, toda a imprensa.

Divulgação/NBC

Ao assistir o piloto, nos vemos às voltas com vários clichês do gênero. Pai machista e controlador, filhos riquinhos mimados, mulher milionária, depressiva e infeliz. Já vimos isso antes, certo? Acontece que é impossível não lembrar que os fatos narrados ali, por mais que tragam consigo o desgaste das narrativas do gênero, são assustadoramente reais, ainda que tenham acontecido há quase 30 anos atrás. Como disse o detetive Les Zoeller (Sam Jaeger / Parenthood) “Armas, remédios e dinheiro. O que poderia ter dado errado aqui?”. E é exatamente isso que choca. A crueldade praticada naquela mansão, num contexto de requinte e fartura, soa tão distoante, que pode ser que consiga ser suficiente para captar nossa atenção. Mas isso, só o tempo dirá. O que se pode afirmar até o momento é que a série tem potencial para atrair, sem decepcionar.

Repleto de flashbacks, o piloto nos apresentou um pouco da vida da família Menendez. Sabemos que o pai, o cubano José Menendez (Carlos Gomez / Madam Secretary), poderoso CEO da Live Entertainment, uma distribuidora de filmes, controla a família com pulso bem firme, a ponto de interferir na escolha amorosa do filho mais velho, Lyle (Miles Gaston Villanueva). Talvez decepcionado com os rumos que uma vida vazia de jovens herdeiros milionários e sem objetivos pode tomar, ele decide retirar os filhos do testamento. A ameaça, que foi compartilhada com um tio da dupla, pode ter sido também a sentença de morte do senhor Menendez e sua esposa, Kitty.

Divulgação/NBC

Os irmãos Menendez, interpretados por Villanueva e Gus Halper (Erik) seguem a cartilha dos clichês dos jovens herdeiros milionários: ricos e problemáticos. O irmão mais velho luta para ser o senhor das próprias decisões (inclua-se aí a escolha da sua noiva). Mas, enquanto não consegue ser dono do próprio nariz, ele tenta comandar a vida do irmão e assim, de uma forma torta, ter poder sobre alguma coisa ali dentro. Já Erik, aparenta ser a parte mais frágil da relação. Incapaz de agradar ao pai, submisso ao irmão e aparentemente apegado a uma mãe depressiva e infeliz, ele ficou extremamente abalado com o assassinato e, ao contrário do irmão, que seguiu o baile no melhor estilo vida louca, ele não conseguiu se desvincular do ocorrido e é frequentemente assombrado por pesadelos e ataques de choro.

A desconfiança recai sobre a dupla graças às ações inconsequentes pós-crime que só reforçaram o estereótipo de riquinhos mimados.  O detetive Zoeller, desde o início suspeitou das extravagâncias e indiferença especialmente por parte do mais velho e, ao que tudo indica, os próximos episódios só irão reforçar suas quase certezas. O ponto ruim do piloto ficou pela pouca (e super coerente) participação de Edie Falco, que será a promotora durante o processo.

Divulgação/NBC

Criada por Dick Wolf,  a série terá oito episódios em sua primeira temporada, dirigidos, em sua maioria por Lesli Linka Glatter (Homeland). O elenco, capitaneado por Edie Falco (The Sopranos), que vive a promotora Leslie Abramson, conta ainda com nomes bastante conhecidos como Josh Charles (psicólogo Jerome Oziel),  Anthony Edwards (juiz Stanley Weisberg), Julianne Nicholson (advogada de defesa Jill Lansing) e Constance Marie (Marta Cano, tia dos assassinos).

A história, que não tem nada de muito novo para quem vem acompanhando as últimas antologias que abordaram a temática criminal, vai ter que se esforçar mais para cativar verdadeiramente o público. Na carona de This is Us, que estreou na mesma emissora uma hora mais cedo, a série conseguiu uma audiência de cerca de 6,22 milhões de telespectadores. Um número que não é tão ruim, mas que, para fazer história, precisa aumentar mais.

E vocês, assistiram o piloto? Contem pra gente o que acharam!

 


A verdadeira história por trás do crime

Se você não quer mais detalhes do assassinato do casal Menendez, é melhor parar esse texto por aqui. Caso contrário, continue, por sua conta e risco!

Durante os meses após os assassinatos, os irmãos gastaram muito dinheiro, o que aumentou a suspeita de que eles estavam envolvidos com a morte de seus pais. Lyle comprou relógio, carros e até um restaurante. Já Erik, contratou um professor de tênis em tempo integral e competiu em uma série de torneios profissionais. Eles deixaram a mansão onde ocorreu o assassinato desocupada e passaram a morar em dois apartamentos separados.

Erik confessou os assassinatos a seu psicólogo, Dr. Oziel, que contou a sua amante a confissão do garoto, depois de ter sido ameaçado por Lyle. Quando terminou seu affair e voltou para sua esposa, sua ex-amante, em um ataque de raiva, contou à polícia sobre o crime. Os irmãos foram então presos. Ambos foram retidos sem fiança e foram separados um do outro.

Em agosto de 1990, o juiz James Albrecht decidiu que as fitas de conversas entre Erik e seu psicólogo seriam juntadas ao processo porque Lyle havia anulado o privilégio médico-paciente ao ameaçar o terapeuta. Houve recurso contra essa decisão, e só em 1992 as fitas foram admitidas como prova, mas não a fita em que Erik discutiu os assassinatos.

Os irmãos Menéndez e o assassinato de seus pais tornaram-se uma sensação nacional quando a Court TV transmitiu o julgamento em 1993. A defesa alegou que os irmãos foram levados ao crime por uma vida de abuso nas mãos de seus pais, incluindo abuso sexual por parte do pai, que foi descrito como cruel, insensível e pedófilo. Já a mãe foi retratada como viciada em remédios, mentalmente instável,  e conivente com os abusos. No entanto, a falta de uma história criminal passada dos irmãos punha em cheque a teoria do “escape de abuso parental”.

Em 2 de julho de 1996, o juiz Weisberg condenou os dois à prisão perpétua sem a possibilidade de liberdade condicional. Assim como aconteceu durante sua detenção preventiva, o Departamento de Correções da Califórnia separou os irmãos Menéndez e os enviou para diferentes prisões. Ambos os irmãos foram classificados como presos de máxima segurança e foram segregados de outros prisioneiros. Eles se casaram na prisão, mesmo proibidos de receber visitas íntimas.


Renata Carneiro

Jornalista, amante de filmes e literalmente, apaixonada por séries. Não recusa: viagem, saidinha com amigos, um curso novo de atualização/aprendizado em qualquer coisa legal. Ama: família, amigos, a vida e seus desdobramentos muitas vezes tão loucos Tem preguiça: mimimi

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Breaking Bad

Não assiste de jeito nenhum: Two and a half Men

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