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Fringe 4×06 – And Those We’ve Left Behind e 4×07 – Wallflower

Por: em 21 de novembro de 2011

Fringe 4×06 – And Those We’ve Left Behind e 4×07 – Wallflower

Por: em

Antes de começar esse texto, preciso fazer um “mea culpa” sobre os atrasos com as reviews de Fringe. Por problemas profissionais (leia-se muito trabalho e pouco tempo livre) deixei acumular um texto atrás do outro, prejudicando não só a mim, mas principalmente vocês, leitores, que todas as semanas passam aqui no Apaixonados por Séries para conferir nossas opiniões sobre os shows da tevê norte-americana. Mas hoje estou de volta, e disposta a comentar os dois últimos capítulos pré-hiatus. Deixando de enrolação, vamos às minhas opiniões.

Ver Peter Bishop de volta por si só já é maravilhoso, mas ver a forma como os roteiristas estão discutindo seu retorno e as conseqüências que o fato pode ter causado naquele universo é ainda melhor. E foi usando essa premissa que se concentrou o capítulo desta semana, And Those We’ve Left Behind.

Começando por retornos ao passado, o capítulo mostra a evolução da investigação de uma forma intrigante, deixando margem para diversas teorias, mas se apoiando, no decorrer da história, de que o sucesso da experiência só pode ter ocorrido após a volta de Peter.

Aliás, a experiência de Raymond tem certa relação com um desejo de Peter, já que o homem volta ao passado para ter a chance de passar mais tempo com sua esposa, que quatro anos depois não o reconhece mais por causa dos efeitos do Alzheimer. A busca de Peter é voltar para o lado daqueles que o amam, para a realidade a que ele pertence, e está claro que seu lugar não é neste universo, já que aqui ninguém o reconhece, principalmente Walter.

Os roteiristas têm sido muito sábios ao explorar a dificuldade da relação entre os dois, principalmente o medo de Walter em aceitar Peter, além de mostrar como Olivia está seguindo em frente, tentando inclusive se relacionar com a agente Lincoln (não é algo a que eu esteja muito acostumada ou fácil de aceitar, mas a série merece essa concessão).

Mas, voltando ao caso, apesar da relutância de Walter em colaborar, o momento em que ele, Peter e Olivia trabalham juntos, mesmo que por alguns segundos, foi perfeito, pois mostrou como a genialidade de Walter completa a equipe. O momento em que ele desenhou uma espiral era o que faltava para que o caso fosse elucidado. Outro ponto interessante foram as viagens de Peter no tempo durante o capítulo, quando ele desvendava pedaços dos acontecimentos enquanto voltava para pontos iniciais da investigação.

Mas, voltando ao caso, de todos os incidentes que a série já mostrou, esse foi talvez o mais “egoísta”, já que Raymond queria apenas a chance de passar mais tempo junto de sua esposa antes que a doença roubasse suas memórias.

Se bem que no capítulo que antecede o hiatus, Wallflower, o caso da semana tem uma motivação tão intimista quanto, já que a busca de Eugene é unicamente ser visto, mesmo que isso signifique sacrificar a vida de outras pessoas, ou a sua própria. E o melhor: ele quer ser visto apenas para fazer parte do cotidiano de alguém, no caso a moça que ele encontra todos os dias no elevador.

Comentando sobre Eugene, é interessante o paralelo que os roteiristas fazem aqui às experiências feitas com o garoto com o passado de Olivia, quando ela era alvo dos experimentos de Walter e William Bell com o cortexiphan. É interessante ver como ela dialoga com ele, como parece entender seu dilema em se tornar visível depois de passar tantos anos apenas observando a vida das pessoas, sem nunca poder fazer parte delas.

Em relação à substância que era injetada nela quando criança, essa é sem dúvida uma das grandes surpresas do capítulo, já que descobrimos que Olivia ainda tem o cortexiphan injetado em seu corpo nos dias de hoje, algo feito por, nada mais, nada menos, que Nina Sharp.

Isso explica perfeitamente as crises de enxaqueca que Olivia sente todas as noites, algo que não entendi logo no início do capítulo, quando ela vai desesperada a uma farmácia comprar remédios. E pensar que em alguns momentos da temporada eu cheguei a imaginar que, neste universo, Nina tinha deixado de lado as experiências secretas.

Por falar em teste, Peter está decidido a montar novamente a máquina que quase destruiu os dois universos na temporada passada para tentar retornar a seu mundo, e com a ajuda de Broyles, desde que ele colabore com as investigações dos eventos Fringe neste universo, o que me dá certos arrepios, já que é impossível não relacionar o equipamento a Walternativo e seu desejo de destruir nosso universo.

Mas, analisando a situação de Peter friamente, faz sentido seu desejo de voltar a seu universo, já que aqui ele é tratado como um estranho por seu pai, que sequer olha em seus olhos, e visto por outras pessoas como uma aberração ou com potencial para causar danos como buracos no tempo/espaço.

Em relação a isso, talvez a fala mais emblemática seja quando ele diz a seu “guarda costas” que por três anos investigou eventos Fringe, mas que nunca imaginou se tornar um deles.

Se bem que, apesar de tudo, tem sido interessante ver a interação entre Peter e Lincoln, a forma como os dois se tornaram relativamente próximos e como o agente o trata como uma pessoa qualquer. Sem esquecer, claro, das conversas entre os dois sobre Olivia, já que a agente deste universo quer se aproximar de Lincoln, enquanto nossa Olivia mantinha um relacionamento com Peter.

Depois de um início de temporada meio confuso para mim, quando não entendi a proposta dos roteiristas e até cheguei a pensar em abandonar a série, me sinto feliz por ter seguido em frente e continuado a acompanhar os capítulos, embora aceitar essa nova realidade ainda não seja tão simples quanto pareça.

Mas nada que um bom hiatus não resolva. Nos vemos em janeiro. Até a próxima.


Rosangela Santos

São Paulo - SP

Série Favorita: Smalville

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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