O problema de julgar as pessoas, independente do motivo, é que se perde uma oportunidade de conhecer alguém. E até que você conheça realmente, não dá pra julgar apenas com a primeira impressão. Caitlin, sofreu este tipo de julgamento. Não sei quanto a vocês, mas eu nunca morri de amores porque, apesar de não saber o que seu tio David fez para ajudá-la a ganhar o emprego, ela nunca me pareceu alguém competente, essa é a verdade. E aí o roteiro nos últimos episódios deu uma oportunidade para a conhecermos melhor e descobri que ela não só é competente, como também eu poderia amá-la – diria até que a este ponto eu não gostaria que ela fosse embora.
E este foi o único plot interessante de Long Way Home.
Não obstante o charme e o sarcasmo de Sweeney, e a beleza de Morena Baccarin, este episódio me pareceu morno, solto no meio da temporada e um tanto preguiçoso. Por que Isobel somente agora questionou a paternidade do seu filho? Quem ficou surpreso que a cada cena Swenney tinha uma versão diferente dos fatos? E quem achou engraçado vê-los entrando num acordo ao final? Eu achei muito previsível.
As implicações do caso, ainda que pequenas, no relacionamento de Will e Alicia, Kalinda e Alicia e Caitlin e Alicia, foram interessantes, porque fomenta a cada semana uma mudança no tipo de relacionamento com Will, uma reaproximação com Kalinda e um aprendizado com Caitlin.
No entanto, a cautelosa e sutil mudança que os roteiristas estão fazendo com Alicia, me preocupou. Um leitor, na semana passada, comentou isso na review, e eu achei um pouco precipitado. Porém, ficou óbvio neste episódio que Alicia foi de boa esposa, pra solteira em poucos meses, adolescente namorando escondido, e, ao que tudo indica, está a caminho de voltar a ser esposa. Não se iludam, não foi a toa que Eli disse que ela e Peter parecem bem. E foi bem esperto colocá-la nesta posição: de voltar pro lugar onde tudo começou, onde ela foi igualmente feliz e infeliz.
Particularmente, vou ficar revoltada se Alicia voltar pra Peter e para sua antiga casa. Primeiro porque ainda sinto que ele a ama porque precisa dela pra ganhar uma eleição (e pra ser Peter Florrick, porque sem ela, ele não é ninguém), e segundo, ainda mais importante, porque a independência profissional dela foi apenas uma vitória; grande, mas apenas uma de muitas que ela poderia ter. Alicia se satisfaz em ter sido uma boa esposa, e em ser uma boa mãe. Porque diabos ela não pode ser mulher? Apaixonada e feliz?
Em outras palavras, voltar para a casa em que ela era submissa ao marido é o mesmo que aceitar essa vida novamente, e é um passo pra retomar o casamento fracassado que ela vivia.
Pode parecer amargura, mas ao contrário. Eu entendo perfeitamente os pontos de vistas diferentes e acredito sinceramente que um casamento sobreviva a uma traição. Só não acredito que este seja o caso.
The Good Wife está parecendo sem rumo agora que falta uma trama de plano de fundo. E num episódio com tantas participações especiais e atores bons, esperava mais deste episódio.
E vocês, o que acharam?
P.S: Quem mais amou a dobradinha entre Zach Grenier e Kate Burton?
P.S. 2: Trilha sonora estava maravilhosa, deu o tom perfeito nos momentos certos.
P.S. 3: Aquele circo todo na Procuradoria pra dizer que Peter é preconceituoso?
