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The Pillars of the Earth 1×02 – Master Builder

Por: em 1 de agosto de 2010

The Pillars of the Earth 1×02 – Master Builder

Por: em

Ainda não sabe do que se trata? Dê uma olhadinha aqui nas Primeiras Impressões sobre a série.

Retirem o que eu disse sobre a falta de violência física na minissérie, adicionem doses de bizarrices e de politicagem, mais um tantinho das famosas Inquisições, e terão a receita do segundo episódio de The Pillars of the Earth.

A primeira parte do episódio tratou basicamente da chegada de Tom e sua família, que agora inclui Ellen e Jack, ao monastério de Kingsbridge. A história toda já andou horrores: Tom sabe que o filho mais novo está vivo e teve a chance de pegá-lo no colo. Também já se ofereceu para reconstruir a catedral do monastério – que virá a ser a tal famosa catedral gótica – e teve uma ajudinha de Jack, que incendiou a antiga. O romance entre Tom e Ellen vai – ou ia – de vento em popa e Alfred já mostrou um pouquinho da índole perversa e mesquinha que o acompanha no livro, inventando uma história sobre Ellen ser uma bruxa por pura inveja da felicidade do pai e da aproximação entre ele e Jack.

Acontece que bruxaria na Idade Média era coisa séria. Se o seu bispo estivesse entediado ou se você fosse considerada uma pessoa perigosa (a.k.a pensante, inconformada, de personalidade forte ou portadora de algum segredo), poderia queimar na fogueira mesmo que apenas fizesse uso de um chazinho de boldo para auxiliar na digestão. Mexer com ervas era meio caminho andado para virar churrasquinho.

Mas Ellen guarda um segredo que nem ela sabe direito o quão importante é. A queda do bispado de Waleran, do reinado de Stephen, das regalias dos Hamleigh, da condenação do conde Bartholomew e a volta de Maude ao trono poderiam acontecer se o segredo viesse à tona.

A fuga de Ellen durante o julgamento já entrou para minha lista de bizarrices presenciadas em 2010. Na boa, a mulher está prestes a ser queimada na fogueira. Conseguiu cortar as cordas que a detinham? Beleza, pernas para que te quero. Incorpora o Forrest Gump e vaza minha filha! Mas não, teve que subir na mesa, em movimentos felinos ir até a cara do bispo, levantar a saia, mijar na bíblia e aí então dar no pé. Mas creio que deva ter surtido o efeito desejado pelo roteirista, porque eu ri.

A outra metade do episódio se desdobrou entre os esforços de Philip em angariar recursos para a reconstrução da catedral e os Hamleigh mostrando que são capazes de qualquer coisa.

À primeira vista Philip pode parecer um ingênuo, mas ele é muito mais desatento e inconsequente do que ingênuo. Pelo menos até aqui. Ele sabe como as coisas funcionam, sabe da sordidez, da falta de palavra e da ganância daqueles que o rodeiam. Mesmo assim não hesitou em contar a Waleran sobre Bartholomew no primeiro episódio (o cara perdeu o condado, está preso, arriscando morrer enforcado), em fazer uma parceria com os Hamleigh neste (acabou sendo passado para trás de qualquer jeito), nem em contá-los sobre o paradeiro de Aliena, que acabou sendo estuprada por William enquanto o irmão assistia obrigado à cena.

A verdade é que Philip não tem muitas alternativas. Ele quer a prosperidade do mosteiro e assim vai indo para onde a coisa possa pender melhor, lutando para manter a paróquia em pé, lutando para fazer o menor dos males e se associar aos “menos piores”.

Já os Hamleigh representam na série todos os clichês sobre a escalada social durante a Idade Média: rudes, mesquinhos, bajuladores, não medem esforços para alcançar os objetivos, sentem um certo prazer na desgraça alheia. A cena de Percy e Regan copulando (sim, porque essa gente copula) enquanto tramavam a posse do condado, e o final com a velha praticando um incestozinho básico enquanto pedia detalhes do estupro que o filho havia praticado, já falam tudo sobre a riqueza de sentimentos que possui essa família.

E, ao final, duas informações importantes para a continuação da história: 1. Tom, Philip, Jack e Alfred finalmente iniciando os trabalhos da catedral e 2. Maude e Gloucester, armados e perigosos. Can’t wait!

Considerações finais: um viva para o roteirista John Pielmeier, que além de não ter mexido muito na estrutura principal da história contada por Ken Follett também manda muito bem na pele do Cuthbert, o monge realista e amigo de Philip. E um parabéns à direção de arte. Os efeitos visuais podem ser podres, mas figurinos, locações, cenários, objetos cênicos, em suma: a caracterização está perfeita.

Ainda não encontrei nenhuma notícia sobre a estreia da minissérie no Brasil. O que vem sendo noticiado por sites gringos é que os dois primeiros episódios tiveram estreia simultânea nos EUA e no Canadá e a produção já foi vendida a alguns países da Europa. Aos fãs dos livros, só nos resta torcer.


Iraia

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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