“But I am scared of you. Everyone who comes around you dies. And your friends should be scared, too, because they’re all gonna die.”

Scream utilizou dos quatro primeiros episódios para desenvolver os personagens e história de forma apropriada. O que, para alguns, pode ser encarado como uma forma de enrolação, na verdade traz um ponto positivo para a série: Assim como o Noah falou, lá no piloto, é dessa forma que você começa a se importar com os personagens ao ponto de sentir falta quando chegar o momento da morte. Dito isso, é interessante notar a paranoia que começou a se espalhar aos poucos e culminou nesse 2×05 Dawn of the Dead.

Episódios que se passam somente em um ambiente – neste caso uma forma de bottle episode – costumam ser um pouco complicados de fazer. Afinal, é difícil manter o interesse do púbico por quase uma hora quando todos os acontecimentos se restringem à apenas um local. Scream acertou em cheio ao ocultar o assassino em grande parte do tempo para focar nas relações entre os estudantes do George Washington High School e toda a desconfiança que foi se espalhando como fogo no palheiro.

Foram tantos detalhes envolvendo pessoas diferentes que até fica melhor (e mais simples) comentar em tópicos:

• Kieran: Ele ficou desesperado ao saber que os armários estavam sendo revistados e a razão foi logo exposta. Tudo bem que o motivo para carregar a arma é coerente devido aos acontecimentos do passado, mas isso não deixa de ser estranho. Aliás, vale notar que ele nem exitou em entregar a Emma a fim de conseguir livrar a própria pele rapidamente. Somando isso ao passado misterioso do mesmo – coisa que nunca foi completamente explicada – e já temos alguns motivos que podem torná-lo suspeito.
• Emma: A personagem está mostrando-se cada vez mais forte e aquela pessoa que somente queria fugir das ameaças parece alguém que ficou para trás. O maior destaque do episódio vai para a cena em que ela está trancada e supostamente vê o assassino. Digo supostamente porque a série está cada vez mais brincando com o público ao dar indícios de que a Emma possui algum problema psicológico. Todas as três vezes em que ela encontrou o dito cujo nessa temporada ela estava sozinha e agora ela mesma tem consciência do quanto isso soa paranoico – a cena do hotel em que a Audrey estava testemunhando não conta, visto que a Emma não estava ciente do assassino no banheiro. Sinceramente, minha opinião quanto a isso continua variando, mas lá no fundo acredito que a protagonista não está imaginando coisa alguma e tudo que presenciou foi real.
• Audrey: Finalmente ela mordeu a própria língua, né? A Audrey estava se esquivando de forma razoável nesse episódio, mas no fim foi difícil escapar de todas as dúvidas acumuladas do Noah. O desespero dela é notável, tanto é que está fazendo o possível para jogar suspeitas em cima dos outros, mais especificamente no Stavo.
• Stavo: Scream utilizou dos últimos acontecimentos para humanizar o Stavo e agora fica até difícil achar que ele fez algo errado. Claro que uma história em quadrinhos envolvendo a morte dos coleguinhas continua sendo extremamente creepy, mas se antes o personagem parecia exagerado, agora ele não passa de inofensivo. O mais assustador é o fato dele ainda não ter colocado uma tela de bloqueia naquele tablet. Amigo, seja mais inteligente! Vamos ver se agora ele aprende com o erro…

• Brooke: Ela acredita estar completamente certa quanto ao envolvimento do Mr. Branson nos crimes, mas devido ao pouquíssimo desenvolvimento do mesmo esse parece mais um palpite furado. Nessa semana, vale a pena destacar o ótimo desempenho da Carlson Young que retratou muito bem a dor sentida pela personagem ao mesmo tempo que não perdeu a compostura conhecida.
• Haley: Os tapas recebidos foram um alívio enorme, mas não é só a Emma que a garota está começando a incomodar. Ela já fez participações no 2×01, 2×03 e agora aqui, sempre trazendo algum rancor dos protagonistas. Haley é mesquinha, não gosta do Lakewood Five e ainda acha que a história pelos olhos da Piper deveria ser observada – além disso, a série está sendo muito sutil ao evitar jogar suspeitas fortes nela. Será que estamos diante da culpada?
• Eli: Só queria comentar que ele continua estranho e fez nada para tentar mudar isso.
• O xerife e a professora: São duas opções: Algum deles possui culpa no cartório ou é muita incompetência em um só lugar. O xerife Acosta continua apresentando uma aura misteriosa e é um pouco esquisito que ele nem questionou o próprio filho depois da descoberta que fez. Enquanto isso, por que diabos a Ms. Lang pensou que seria uma boa ideia trancar sozinha uma aluna que estava em pânico?

Finalizando, o Noah merece destaque pelos últimos minutos. O episódio terminou com um grande cliffhanger e a partir de agora o Lakewood Five nunca mais será o mesmo – assim como a amizade entre o Noah e a Audrey.

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Observações:

-Filme do título: O clássico Dawn of the Dead, de 1978, do icônico George A. Romero. Aqui, a epidemia de zumbis aparentemente foi substituída por uma paranoia e o shopping deu lugar à escola.

-O celular na mochila da Emma foi completamente inesperado e, ao mesmo tempo, uma jogada muito interessante por parte do assassino. Nessa temporada estão tentando denegrir a sanidade da Emma de uma forma bem mais sutil, será que conseguiram?

-A Zoe teve pouco destaque, mas está parecendo um pouco estranho que a personagem foi inserida somente para ter alguns confrontos com o Noah. Começo a pensar que há algo a mais envolvendo ela.

-Bolão dos suspeitos: O próprio Brandon James, Haley e Eli.