Até agora, os episódios do 2º ano de Sense8 tem seguido um padrão: Começam calmos, a trama avança vertiginosamente e no ato final, o ritmo fica mais ágil e descobrimos coisas significativas para o avanço da história. “Polyphony” não foge a essa regra.
Ah, como é bom ver Wolf e Kala em cena, sozinhos (ou quase isso). A química entre eles continua explosiva e chega a doer no coração o fato de que eles não estão juntos por fatores que em nada estão relacionados a falta de sentimento. Quando Wolfie diz que Kala merece ser feliz, é quase como se ele externasse o quanto ele se acha indigno dela e como não acredita que possa fazê-la feliz, mesmo depois dela ter relembrando os momentos bonitos que eles viveram na temporada passada e ter dito com todas as letras que ele é a única pessoa com quem ela pode falar sobre tudo – e são poucas as pessoas no mundo que tem isso em alguém. A entrada de Lila na vida de Wolfgang com certeza vai atrasar o desenrolar do relacionamento dos dois, mas espero que seja algo que não fique para a temporada que vem.
Porque por mais que Kala seja uma personagem ótima, seu desenvolvimento solo ou com Raj nem de longe são tão bacanas assim. Os momentos em que ela se encontra perdida no meio do protesto, relembra o passado traumático à beira da escada ou até mesmo se questiona se quer ou não são felizes até são legais, mas não sei onde esse subplot de Raj ser ameaçado de morte e a família toda passar a contar com proteção governamental vai nos levar. A primeira vista, vai dificultar os encontros de Kala com o cluster, já que agora ela terá um cara com uma metralhadora seguindo-a para cima e para baixo, mas a longo prazo, não vejo muito efeito prático que isso possa ter na trama, então teremos que aguardar pra ver. No mesmo barco, coloco também a trama política de Capheus. Já ficou claro que de alguma forma ele vai se envolver em toda a questão da água comercializada ilegalmente a preços altíssimos lá onde ele mora, mas tirando a ótima cena da entrevista que elas nos rendeu aqui, não consigo visualizar seu futuro.
Já Sun, parece cada vez mais decidida a se vingar do seu irmão. Que falta que suas sequências de luta, sempre incríveis, estavam fazendo. O momento em que ela derruba o guarda no topo do prédio foi maravilhoso e aqueles flashbacks deixaram um gostinho de que, talvez, exista uma história maior que pode ser explorada entre os dois. Seria um par romântico para ela? Não sei até onde isso seria interessante para a personagem, mas bora esperar pra ver se eu não tô criando coisas na cabeça só porque o cara é bonitão e eles se conheciam no passado.
Como comentei no texto do episódio passado, o tal do Raoul não era mesmo um simples caso aleatório do passado de Lito. Todos os momentos do ator com o pai do seu antigo peguete foram ótimos e, com a ajuda da fita e das memórias de Jonas, ajudaram a clarear um pouco toda essa trama ainda obscura. Raoul não era apenas um membro do cluster de Angélica, era alguém que estava investigando alguma coisa, certamente relacionada a OPB e que já começava a discordar de Angélica (provavelmente no momento em que ela começou a trabalhar com Milton, acredito). Como em todo o momento se referem ao rapaz como desaparecido, não acredito que ele esteja morto e acho que ele não só irá chegar para elucidar muita coisa relacionada ao passado dos sensate, mas também para causar um pouco de bagunça na agora bem resolvida vida amorosa de Lito.
Em um pequeno momento, quando Angélica aparece com um antigo cluster, alguém fala algo interessante sobre esterilização. Será esse o plano da OPB? Deixar todos os sensate inférteis a ponto de seu gene não ser mais transmitido e frear o crescimento exacerbado que sabemos que está acontecendo? A falha nisso tudo é que em momento nenhum foi confirmado na série ainda que o gene se transmite hereditariamente, pode muito bem ser algo aleatório. De qualquer forma, o vídeo que o pai de Raoul mostra a Lito, com Todd (aquele que se recusava a aceitar sua condição no cluster) sendo vítima de um experimento de Kolovi dá a entender que testes estão acontecendo há algum tempo na OPB e, com certeza, devem ser ligados a isso. Nos resta esperar que o resto da temporada traga um pouco mais de luz sobre isso.
O que será relativamente mais difícil se Jonas tiver realmente morrido. Vou colocar desse jeito porque foi o final do episódio e ainda não assisti ao próximo, mas tudo leva a crer que sim, ele foi morto pela OPB. A sequência em si foi bem emocionante, tanto pelo diálogo dele pedindo desculpas ao cluster por ter falhado quanto pelas memórias e flashbacks dele e de Angélica que vimos. Que todos os sensates tenham assistido ao momento também não ajuda e só me faz ter mais certeza de que a morte é realmente definitiva – como o próprio Jonas disse, é um aviso da OPB para eles de que aquilo é realmente uma guerra.
E eles estão muito, mas muito atrás.
Outras Observações:
— Incrível a sequência da fuga de Amanita do cara que estava atrás dela combinada com Kala e Capheus no meio dos protestos.
— A reação de Bug ao Nomi contar a verdade: Uma das melhores ever.
— Eu tinha assistido a cena da fuga de Will do museu durante a CCXP Tour. No momento, o Miguel Angel Silvestre (Lito) contou que se inspirou em Esqueceram de Mim para fazê-la.
— Onde que vai dar essa história de testar o sangue da Riley? Acho que aquele cara marrento (que o Lito achou sexy e eu morri de rir da reação da Kala) ainda vai aparecer de novo…
E você, o que tem achado da temporada? Comenta com a gente e segue na maratona!
