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Sex and the City: das telinhas para as telonas

Por: em 28 de maio de 2010

Sex and the City: das telinhas para as telonas

Por: em

As séries se tornam clássicas não somente pelo tamanho de seu sucesso, mas também por serem universais. Será que tem algo mais universal do que o amor e o sexo? Por isso que Sex and the City pode entrar na categoria das séries que todo mundo deveria assistir (e ler). Difícil lembrar de alguma série que tenha mostrado a vida de quatro mulheres em New York e seus relacionamentos de uma forma tão aberta antes de 1998.

“Seja bem-vindo à era da não-inocência. Ninguém mais toma cafés da manhã na Tiffany’s e ninguém tem romances para lembrar. Agora, tomamos café às 7 da manhã e temos romances que tentamos esquecer o mais rápido possível”.

Ou, em inglês (e suas sutilezas): Welcome to the age of uninnocence. No one has breakfast at Tiffany’s and no one has affairs to remember. Instead we have breakfast at 7 am and affairs we try to forget as soon as possible.

Você pode não gostar, mas é inegável que Sex and the City abriu as portas para uma televisão sexualmente mais divertida. Se hoje sexo nas séries é tratado de forma até banal, foi porque essas quatro mulheres estiveram em nossas vidas.

A série não é somente sobre sexo. Ela conta a vida de quatro amigas balzaquianas (bom, uma delas é quarentona) que vivem em New York e suas aventuras amorosas e relacionamentos. Principalmente sobre amizade, algo tão necessário para seres humanos sobreviverem.

O seriado passou na HBO entre 1998 e 2004, mas não parou por aí. Em 2008, foi lançado o primeiro filme da série, quase uma continuação da história. E nesta sexta-feira, está estreando o segundo filme com a participação de muitos famosos, como Victoria Beckham, Liza Minelli, Bette Midler e Penélope Cruz.

Conheça suas melhores amigas

Carrie é a protagonista, escritora da coluna Sex and the City e narradora da série. É dela que temos dois dos melhores relacionamentos da série, com Big e Aidan. Mesmo que ela tenha ficado com o Mr. Big no final, muitos fãs preferiram que ela tivesse casado com o Aidan, que sempre foi um cara bonzinho e quis o bem dela.

Charlotte é a típica “poliana”, uma mulher romântica que tem o sonho de casar com um cara rico e educado. A Charlotte é capaz de soltar frases de efeito que a fazem parecer o Dalai Lama e, logo em seguida, dizer algo completamente aleatório. Pena que em seu primeiro casamento, Trey tinha problemas com sexo e o sonho perfeito terminou. Quem diria que ela encontraria o amor com Harry Goldenblatt, seu advogado no divórcio?

Miranda é a cínica advogada workaholic que não acreditava em romances, provavelmente a mulher mais durona de New York. Mas o barman Steve consegue amolecer o coração de Miranda e, sem querer, acaba engravidando-a. E ainda convence-a a morar no Brooklyn, para poderem cuidar melhor de Brady.

Por fim temos Samantha, o oposto da Charlotte. Sam é a mais velha do grupo, gosta de sexo (e não esconde de ninguém), não alimenta fantasias de relacionamento e é, de longe, a liberal da turma. Nada a abala, nem mesmo um câncer de mama. Sam, como sempre, tirou de letra todos os problemas com muito bom humor.

A verdade é, quanto mais eu reassisto a série, mais coincidências eu vejo com a minha vida (a primeira vez que eu assisti estava com 16/17 e agora, tenho 23) e com a dos meus amigos. As mesmas dúvidas e perguntas continuam atormentando outra geração 12 anos depois. É, o ser humano não evolui tanto quanto pensa.

Episódios marcantes

1×01 – Sex and the City

“É como o enigma da Esfinge… por que há tantas mulheres maravilhosas solteiras e nenhum homem maravilhoso casado?” – Carrie

Assistir ao piloto é quase como ver uma outra série. A essência está ali, mas a ambientação é totalmente diferente. A começar pela narrativa estilo documentário, com uma introdução básica das personagens principais e alguns questionamentos sobre o amor na cidade grande. O ponto de maior estranheza é o apartamento da Carrie, bem diferente do que veríamos nos episódios seguintes. E é neste episódio que a Carrie conhece seu grande amor, Mr. Big. Abaixo, os primeiros momentos da série (em espanhol):

1×04 – Valley of the Twenty-Something Guys

“Não há homens de 30 anos disponíveis em New York. [O prefeito] Giuliani os removeu junto dos mendigos” – Miranda.

Assunto recorrente hoje em dia, vemos Carrie saindo com um garoto de 20 anos. Com todas as implicações que sair com alguém mais jovem traz. Claro que nem todos os solteiros de 20 anos usam o papel higiênico para coar o café…

Charlotte enfrenta um dilema também, quando seu namorado pede para eles fazerem sexo anal. Nem hoje em dia o assunto é tratado com tanta naturalidade!

2×18 – Ex and the City

“Mulheres são para amizade, homens são para transar” – Samantha

Um dos episódios cruciais no relacionamento Carrie e Big. Até aqui, o Big era o cara certo para a Carrie, mesmo com todas as suas diferenças. Mas ele vai casar com uma mulher (linda, diga-se de passagem) que conheceu em Paris. Também é especial para Miranda, que começa um relacionamento com o fofo do Steve.

3×12 – Don’t Ask, Don’t Tell

“Querida, antes de comprar um carro, você tem que experimentá-lo”

Finalmente chegou o dia do sonho da Charlotte se realizar: o casamento com Trey (Kyle Maclachlan, o Orson de Desperate Housewives). E não poderia ser mais tradicional, sem sexo antes do casamento. Outro fato importante deste episódio foi a confissão de Carrie para Aidan sobre a traição com Big. Os dois ainda dividem o coração das fãs (e Aidan está de volta no novo filme!).

6×19 – The Ick Factor

“Eu disse ‘nada branco, sem mármore, nada que diga ‘virgem’’. Eu tenho um filho. A mentira é óbvia” – Miranda

Depois da Samantha descobrir que tem câncer de mama, Miranda e Steve decidem casar. Quando as amigas descobrem a doença da Sam, temos um dos momentos mais bonitos da série, uma verdadeira demonstração de amizade.

6×19 e 20 – An American Girl in Paris (parte 1 e 2)

“O relacionamento mais excitante, desafiador e significante de todos é aquele que você tem com você mesmo. E se você encontrar alguém que te ame, bem, é fabuloso” – Carrie

A series finale não poderia ser mais perfeita (e romântica). Carrie está em Paris, longe das amigas e sem se divertir nada em seu namoro com o artista russo Petrovsky. E quem aparece para resgatá-la? Acertou quem disse John James Preston, aka Mr. Big. O McDreamy de Sex and the City! Claro que só isso não era o suficiente para o final. Um dos melhores momentos é ver a Carrie voltando a New York e encontrando Charlotte, Miranda e Samantha na mesma cafeteria que em tantos episódios foi o cenário de conversas tão íntimas. E a frase final de Carrie não deixa dúvidas do que movimenta esta série: o amor em todas as suas formas.

Influência na moda e na vida social da cidade

Como disse no começo, Sex and the City é um clássico e, por mais que você não goste, não pode negar sua influência. E digo mais: a moda em New York nunca mais foi a mesma depois dessas mulheres. Carrie sempre foi a grande fashionista, usando as melhores marcas, desfilando nas passarelas (apesar de ser uma escritora, ela tem vários amigos na indústria da moda) e chegou a trabalhar na Vogue, a Bíblia fashion.

Seria um pecado esquecer de citar o sucesso que os sapatos do estilista Manolo Blahnik fizeram depois da escritora dizer (várias vezes) que são os seus acessórios preferidos. Tanto que, quando Carrie foi assaltada, entregou sua bolsa cara numa boa, mas relutou ao dar os sapatos.

Depois que a série acabou, as amigas não sumiram de New York. A febre era tanta que foram organizados passeios turísticos nas principais locações do seriado. Entre os destaques do passeio estão a sex shop onde as meninas compraram “o coelho”; o Scout, o bar que Aidan abriu com Steve; a Magnolia Bakery, onde Carrie e Miranda comiam cupcakes; a galeria de artes em que a Charlotte trabalhava; algumas lojas de gripe citadas na série; e algumas locações do primeiro filme. Um passeio imperdível para os fas.

O passeio dura cerca de 3,5h e você pode fazer a reserva aqui.

E agora, onde elas estão?


Fora o segundo filme, as atrizes continuam em nossas telas, mas sem fazer o mesmo sucesso da época. Até parece a maldição de Friends! Sarah Jessica Parker continua sendo figurinha fácil em premiações e atua em poucos filmes. Infelizmente, a maioria das notícias sobre ela são fofocas sobre seu casamento com o também ator Matthew Broderick.

Kim Cattrall aproveitou a vibe liberal da Samantha e, em 2002, lançou um livro sobre sexo. Também não teve muito sucesso depois da série, fazendo pontas aqui e ali, mas para quem está com saudades da atriz, podê vê-la no filme The Ghost Writer, que também estreia nesta sexta no Brasil.

O maior trabalho de Kristin Davis depois de Charlotte foi a dublagem da Miss Spider, no seriado da Nickelodeon Os amigos da Miss Spider, transmitido no Brasil pela TV Cultura e pelo Discovery Kids. Ela também atuou no filme Encontro de Casais (Couples Retreat), com Vince Vaughn e a nossa querida garota do blog, Kristen Bell.

Das quatro, Cynthia Nixon é a que mais trabalhou depois de Sex and the City. Cynthia assumiu alguns papéis principais e fez várias pontas em séries, mas a vida não foi tão ruim. Por ser uma ótima atriz, ela ganhou o prêmio Tony de melhor atriz principal por sua Becca de Rabbit Hole, foi indicada ao Emmy de melhor atriz principal em minissérie ou filme por Warm Springs, ganhou o Emmy por sua participação especial no seriado Law & Order: Special Victims Unit e ainda ganhou um Grammy de “Melhor álbum falado”, pelo documentário Uma verdade inconveniente (An Inconvenient Truth). Cynthia causou polêmica ao terminar o casamento com um fotógrafo e, posteriormente, assumir sua homossexualidade.

Quem escapou da maldição de Friends (ou seria melhor dizer, maldição de Sex and the City?) foi Chris Noth. Apesar de seu papel ser pequeno na série, ele era tão importante para os fãs como as garotas. Depois de SATC, Chris engatou o detetive Mike Logan por três temporadas de Law & Order: Criminal Intent e atualmente pode ser visto como Peter Florick, em The Good Wife.

Vale mencionar também a criadora da série, Candance Bushnell. Após uma ótima estreia na televisão com Carrie e companhia, ela lançou uma segunda série, Lipstick Jungle, que seguia os mesmos princípios de SATC. Apesar de ótimas atrizes, Lipstick não passou da segunda temporada.

Depois de relembrar o que foi uma de nossas séries preferidas, nada mais justo do que ir ao cinema e conferir o Sex and the City 2. Não esqueça da pipoca e do refrigerante!


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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