Caminhando para a reta final desta terceira temporada, Silicon Valley coloca à prova três pilares muito importantes para a história: amizade, lealdade e dignidade. Com um episódio bastante movimentado e com participações especiais, a série mostrou mais uma vez que soube acertar e muito nas escolhas. A dois episódios do fim, as coisas parecem dar certo para a Pied Piper, mesmo que nem todos de sua equipe estejam no melhor dos cenários. E os inimigos… esses vêm dando um tempo no ataque e estão sofrendo com o “mal” que colheram.
A notícia de que Erlich tinha vendido suas ações da Pied Piper certamente não ia demorar para cair na boca do povo. Mas, vamos combinar, não precisava ser desse jeito tão doloroso. Quando esse plot começou a desenrolar, pensei que seria o ponto de virada que jogaria nossos personagens de volta ao fundo do poço, abraçados à má sorte. O salvador acabou sendo o próprio causador do problema e, com essa atitude, Erlich colocou em risco toda sua carreira e dignidade – porque de dinheiro ele já estava zerado mesmo. Fora do time central da PP e com aquela entrevista depreciativa, dificilmente ele conseguiria sucesso na carreira. Foi uma atitude nobre da parte de Richard contratá-lo com RP da empresa. Afinal, ele já tem um bom contato com a gossip girl do Vale do Silício, além de estar inteirado do que anda acontecendo na empresa.
E o que anda acontecendo não é pouca coisa. O sucesso do aplicativo recém-lançado está sendo tanto que sua simples menção já é motivo para grande comoção na rua. Mas o melhor de tudo foi o ponto final no reinado de terror de Gavin Belson contra a Pied Piper. Com a entrada do app na Hooli OS (quase que uma Play Store, como conhecemos na vida real), o crescimento de downloads vai ser certeiro, colocando a empresa numa posição fantástica. Basicamente, é tudo que Richard e sua turma sempre quiseram. Ou melhor, nem sei se eles chegaram a imaginar que daria tão certo – mas vou ficar quieta porque ainda temos dois episódios pela frente e muita coisa pode acontecer.
Como eu disse ali em cima, até nas ruas ou em lanchonetes pelo Vale do Silício se fala do app da Pied Piper. Gilfoyle e Dinesh descobriram isso da melhor forma possível. A relação cheia de farpas deles é sempre garantia de diversão durante os episódios e desta vez não foi diferente. Por mais que Dinesh tentasse igualar a fama inesperada que Gilfoyle teve com aquela jaqueta bizarra, ele não conseguiu. Mas nós fomos presenteados com a cena do karaokê e o prêmio de maior vergonha alheia da temporada.
Por fim, vamos falar de Jared. Ele é um dos melhores personagens da série e parece que nada faz sentido quando ele não tem seu momento de destaque. Agora, ao que parece, ele pelo menos vai ter reconhecimento. Com o lugar de Erlich vago no quadro da empresa, ele seria a melhor escolha para substitui-lo. Tenho certeza de que ele desempenhará melhor que ninguém a função – é notório que amor e dedicação ali não faltam. Ele é o tipo de funcionário que dá o sangue (literalmente) pelo emprego. Espero mesmo que ele tenha mais espaço em tela.
E ainda:
– A implicância de Richard com Monica já está passando dos limites. Ela que tanto defendeu a empresa e o próprio Richard… Daqui a pouco se ela resolver se rebelar contra eles, não será surpresa.
– A imagem de Erlich no unicórnio foi sensacional!
– Gavin Belson sempre aparece com uma metáfora inusitada para explicar suas ideias. Pena que essa criatividade toda venha acompanhada por aquele temperamento nada pacífico.
– Gavin e Jack, uma grande amizade está vindo por aí? Ou vamos descobrir que Jack será o novo CEO da Hooli, já que Gavin foi rebaixado?
– Além de Jack, outro que apareceu de novo para causar a discórdia foi Russ. E, pelo visto, continua o mesmo babaca de sempre. Torci tanto para alguém jogar a maçã nele.
– E o que foi aquela jaqueta? Parecia aqueles gifs que circulavam no Orkut, socorro. Eu não teria coragem de desfilar com ela pelas ruas, muito menos para passar vergonha nos amiguinhos.
– Jantar da Vanity Fair com todo aquele glamour, seria meu sonho?
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