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The 100 – 4×02 Heavy Lies the Crown/4×03 – The Four Horsemen

Por: em 20 de fevereiro de 2017

The 100 – 4×02 Heavy Lies the Crown/4×03 – The Four Horsemen

Por: em

Sim, estou um pouco atrasado! Mas vamos colocar a casa em ordem:

4×02 – Heavy Lies the Crown

A coroa que sustenta a cabeça é realmente pesada. Poucas vezes um título de episódio de The 100 combinou tanto com os acontecimentos do mesmo como vimos aqui. Heavy Lies the Crown fala sobre lideranças, escolhas e, principalmente, sobre conviver com as consequências das mesmas, algo que por mais que Clarke e Bellamy já estejam acostumados depois de 3 temporadas, ainda os atormenta diariamente. Ambos tem as mãos sujas de sangue, mas também carregam nas costas o peso de terem salvo diversas vezes seu povo.

Bellamy Blake fez muita besteira temporada passada, é inegável. Aliás, melhor colocando: Bellamy Blake faz muita besteira desde o começo da série. Mas ficar do lado do Pike e contra Kane talvez tenha sido seu erro mais cruel. Lhe custou apoio, relações, Octavia, a vida de Lincoln e por muito pouco, a vida de todos aqueles com quem ele realmente se importa ali. Ele aprendeu com o erro, seguiu em frente, mas aquela voz ainda existe em sua cabeça, lhe lembrando do que ele apoiou. Por que eu tô dizendo tudo isso? Porque é essa culpa, esse sangue nas mãos, que faz com que Bellamy decida, mais uma vez, arriscar tudo pelo seu povo escravizado em Azgeda e abra mão do hidrogerador que poderia salvar a vida de 500 pessoas na Estação Alpha quando a radiação chegar. Julgar se a decisão do personagem (que foi o voto de Minerva) é certa ou errada não cabe aqui. O importante é entender que, naquele momento, pensando no imediatismo, Bellamy não ia conseguir dormir à noite sabendo que poderia ter mais mortes colocadas em sua conta.

É um pouco parecido com o drama de Bryan. Finalmente podemos ouvir, com todas as letras, que o rapaz não ajudou a entregar Pike porque acreditava ser o certo, mas sim porque queria proteger Miller. É o que você faz (ou tenta fazer) quando se está em um relacionamento, claro: Proteger o outro. Mas era óbvio que, cedo ou tarde, o peso dessas escolhas seria colocado na relação dos dois e o fato deles tomarem posições diferentes em Azgeda, com Miller sendo a favor de levar o hidrogerador e Bryan querendo salvar os amigos, mostra que o tempo separados desde a queda da Arca fez com que os dois desenvolvessem modos de agir diferentes, mesmo que partilhados do mesmo ideal. E isso pode ter lhes custado seu relacionamento.

Essa questão de ter que agir de certa forma para proteger os outros também é algo que pesa a Clarke, ainda que de uma maneira diferente, já que no caso dela, ela se sente responsável pelos skaykru e acredita que é a líder que vai achar uma forma de parar a radiação. É algo um pouco prepotente olhando de fora, mas que faz todo o sentido dado o histórico da personagem na série. Foi bem bacana vê-la finalmente ouvindo Raven e os outros (será que aquela conversa com o Jaha, que eu não lembrava da existência, sobre liderança ajudou?) e contando a todos sobre a radiação, fazendo com que uma força-tarefa pela reconstrução da nave comece. Que ela tenha escondido que apenas 100 pessoas poderão embarcar… bem. É bem típico de Clarke já.

Já na Polis, as coisas não andaram muito e deram a impressão de estar em banho-maria. Já sabemos que a liderança de Roan passa longe de ser uma unanimidade e mostrar mais um clã tentando incitar um levante contra ele não acrescenta em nada, apenas nos dá mais uma mostra de como Kane está levando a sério seu papel de “diplomata”, tentando manter Roan no poder, mas continua muitos passos atrás de Octavia, que entendeu que para sobreviver naquele mundo, armas importam mais que palavras. Matar o líder do povo da árvore que queria desafiar Roan para um duelo é exatamente aquilo que se espera da personagem e é um alívio saber que enquanto Kane brinca de casinha com Abby, a irmã de Bellamy está ali para garantir (ou ao menos tentar) que as coisas não sejam estragadas.

De uma maneira geral, foi um episódio superior ao primeiro, mas ainda sem grandes avanços. Pelo menos, mostra que a série vem tentando aprender com os erros para construir uma temporada melhor que a anterior.

Outros pensamentos sobre o episódio:

— Interessante ver no começo do episódio os efeitos devastadores que A.L.I.E causou.

— Jasper tá doente e eu só consigo sentir pena, não raiva. Ele tá muito mal, claramente com depressão.

— E esse Riley, gente, tiraram de onde?

 

 

4×03 – The Four Horsemen

Se tem uma coisa que ninguém pode reclamar é que a temporada de The 100 está lenta.

Desde o início, foi anunciado que a vilã do 4ºano seria a natureza e ela demorou apenas 3 episódios para chegar. Começar a mostrar os efeitos da radiação pelo povo de Luna foi uma saída esperta do roteiro para, ao mesmo tempo, trazer a personagem de volta para a história e jogar na cara do pessoal de Arkadia o quão cruel o cenário que se apresenta a frente deles é. A redução da expectativa de 6 para 2 meses é um balde de água fria nos planos anteriormente desenhados e faz com que pessoas como Raven endureçam. A garota, por exemplo, tem tido um dos melhores desenvolvimentos nesse ano. Dura e implacável, Raven foi uma das mais afetadas por A.L.I.E e agora está disposta a tudo para manter a situação sob controle. Negar o remédio para Abby tratar o povo de Luna foi uma medida cruel, mas compreensível do ponto de vista empregado por ela para justificar sua atitude. Com a radiação chegando, ela pensou primeiro em si mesmo e em seu povo, o que é totalmente compreensível.

Mas no meio do caminho havia um John Murphy. Eu gosto muito do personagem por esse tom incerto que ele traz. Ao mesmo tempo em que podemos comprar perfeitamente que ele roubou o remédio porque se compadeceu dos doentes (como Abby escolheu crer, graças ao histórico dele com o pai), o próprio John procura fazer parecer (talvez como uma forma dele mesmo acreditar) que suas ações também são baseadas pelo instinto de sobreviver, agora que ele tem consciência de que apenas 100 pessoas poderão viver na nave quando a radiação os atingir. Como ele e Emori pretendem se fazer útil, ainda não está claro, mas certamente deve ser uma trama mais interessante do que eles vagando sem rumo pela terra.

Coisa que aconteceu aqui, ainda que em menor escala, com Jaha, Bellamy e Clarke. Toda a história de seita que construiu um abrigo para escapar do Apocalipse era muito anticlímax, por ser um pouco óbvio que a série não apresentaria uma solução tão rápido para o problema e acabou jogando a média geral do episódio pra baixo. A coisa serviu mesmo só para nos dar alguns hints de Bellamy e Clarke trabalhando juntos, se ajudando e mostrando o quão bem é a liderança dividida entre eles, mas ainda assim, nada de novo no mundo, né? Pelo menos encontrar aquele cemitério de corpos no final serviu para dar um choque de realidade em Clarke e também fazê-la perceber que o tempo está se esgotando e que, por mais terrível que seja, fazer a lista é algo que caberia somente a ela. Seu momento com Bellamy, quando um escreve o nome do outro, é bonito e também reforça a cumplicidade cada vez maior entre eles que sabem que não conseguem (e nem querem) mais viver sem o outro por perto, mas certamente vai causar muitos problemas quando a lista for encontrada (e obviamente ela será, já que foi muito bem escondida, pra não dizer o contrário).

Do lado da Polis, Octavia ganhou um destaque maior. Chamada de “Skairipa” entre os clãs, a garota fez valer tudo o que aprendeu com Indra e é temida e conhecida como assassina, o que faz com que Roan a procure quando a Chama é roubada.  O que o rei de Azgeda não contava era com a lealdade admirável que ela tem para com Indra. Octavia sabe o que está em jogo ali, sabe que Roan precisa ficar no poder e que a aliança com Clarke é importante para que ela descubra como salvá-los da radiação, mas se existe alguém por quem ela mentiria, alguém por quem ela arriscaria isso, seria Indra. Por isso, quando foi revelado que a ladra era Gaia, filha de Indra, já ficou bem óbvio o caminho que o roteiro iria escolher trilhar. Deixar a garota fugir e acobertá-la pode custar caro pata Octavia e o Skaikru no futuro, mas nesse momento, é exatamente aquilo que se esperava que a garota faça.

E, não sei porque, mas algo me diz que esse roubo da Chama por Gaia vai estar relacionado ao plot twist que o episódio trouxe em seus minutos finais: O Sangue da Noite que corre nas veias de Luna é a chave para vencer a radiação. Como Clarke e Raven vão trabalhar com isso, é algo que eu não faço a menor ideia. Drenar todo o sangue da garota não me parece uma boa ideia. Talvez façam o que Becca fez quando chegou à Terra, mas em uma escala menor. Agora os meios para isso, é algo que não consigo nem formular na cabeça. De qualquer forma, foi ótimo ver Luna se recuperando e finalmente assumindo um papel relativamente importante na história. A personagem tem muito potencial e espero, de verdade, que agora ela cresça.

Outros pensamentos sobre o episódio:

— Quase chorei com a música da onda e com a morte da garota.

— Deu uma dó da cara do Miller quando o Murphy fez a piadinha de que o Bryan acabaria com ele caso rolasse algo entre eles.

— Gostei de ver a frase dos posteres da temporada “Das Cinzas, Nós Ressurgiremos” ganhando um significado literal. Tô curioso demais pra ver como o roteiro vai lidar com isso.


De uma maneira geral, são dois bons episódios que mostram que a série caminha para um ano que tem tudo para ser melhor recebido que o anterior. Diferente da maioria, não acho a 3ª temporada o horror que falam, mas também passo longe de defendê-la. Agora, sinto que há potencial para algo maior. Espero não quebrar a cara. Perdoem-me pela review dupla e atrasada. Semana corrida. Agora voltamos ao normal e fica aí com a promo do 4×04, exibido quarta-feira. Até lá, comenta comigo. O que tem achado da temporada até aqui?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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