É natal em The Flash.
E fomos nós quem ganhamos o presente, com um episódio belíssimo que, além de vir na dose exata de emoção, desenvolveu melhor a história de Alquimia e Savitar e nos deixou com insights para a próxima parte da temporada, que agora entrou em hiatus e só retorna aos trabalhos dia 24 de janeiro.
Saber que Julian não tinha noção alguma de que era o Alquimia e que, na verdade, era apenas mais uma marionete no jogo de Savitar tirou um pouco do gosto amargo que a revelação de que ele era o homem por trás daquela máscara bizarra deixou. É claro que a série ainda poderia ter sido mais original e menos óbvia, mas pelo menos o policial não tinha consciência alguma de seus atos, diferente de Eobard e Hunter, que enganaram a todos conscientemente e sabendo exatamente o que queriam. O personagem de Tom Felton, enfim, foi melhor dimensionado e pelo seu background em ter ido atrás da Pedra Filosofal (ah, essas ironias que só os fãs de Harry Potter entendem….) para tentar trazer a irmã de volta conferem ao personagem novas camadas.
Foi um pouco precipitado da parte de Barry revelar sua identidade depois de prendê-lo para que Julian confiasse nele? Até foi. Mas não acho que houvesse outra saída naquele momento. Eles já tinham descoberto que ele é o Alquimia, já o tinham preso e tinha certeza de que ele não tinha consciência de ser o vilão. Foi uma medida desesperada, mas que funcionou para que o policial se abrisse um pouco mais para o até então “rival” e contasse sua história de vida. E foi isso que não só permitiu que eles conseguissem se comunicar com Savitar, mas enfim aproximou os dois. O momento perto do fim do episódio, com Julian indo para o natal dos West e convidando Barry a voltar a trabalhar com ele, foi bem bonito e sincero. Vai ser interessante observar essa nova dinâmica na relação dos dois quando a série retornar de seu hiatus.
A inserção da Pedra Filosofal na mitologia da história também foi interessante. Se Savitar se autodenomina um deus, é esperado que ele use de artifícios místicos para criar algum culto em torno de si. Por mais que ainda haja muito a se descobrir do personagem, foi interessante descobrir que Savitar foi o primeiro homem a receber velocidade e que ele procura algum tipo de vingança pessoal contra Barry, por ter sido preso de alguma forma na caixa da Pedra Filosofal (e, aparentemente, só se libertando quando a caixa é aberta) por uma versão do futuro dele. A parte mais legal de todo o desenvolvimento desse plot aqui foi a “profecia” (acho que tá mais pra aviso) de Savitar sobre o futuro do Time Flash: Um irá traí-los, um irá cair (morrer?) e um terá um futuro pior que a morte. Apostas?
A participação de Jay Garrick foi uma grata surpresa (ao menos pra mim, que não tinha lida nada ou visto promo alguma e não fazia ideia de que ele estaria presente). Ano passado, quando ainda achávamos que Hunter era Jay, eu tinha comentado que seria bem interessante ver o Flash da outra Terra servir como ‘mentor’ para Barry de alguma forma e, por isso mesmo, fico feliz que esse papel coube ao verdadeiro Garrick. Por mais que já esteja bem mais maduro do que quando começou, Barry ainda é uma criança em todo esse lance de ser velocista e procurar ajuda de quem está há mais tempo no “ramo” é sempre uma boa ideia. Admito que quando o vi levando uma senhora surra de Savitar achei até que poderiam matar o personagem, mas felizmente não o fizeram. Bar precisa de alguém que lhe aponte o caminho e lhe dê umas belas surras de verdade na cara, como Jay o fez aqui.
Era um pouco esperado que o plano de jogar a Pedra Filosofal na speedforce para se livrar de Savitar daria um pouco errado, mas não fui o maior fã do que aconteceu. Ok, é bem interessante Barry ver o futuro e ficar um pouco desesperado com aquilo tudo que pode acontecer dentro da 5 meses, mas eu sei, você sabe e todos nós sabemos que a série não irá matar Iris (e se assim o acontecer, farei o mea culpa), então os flashforwards perdem um pouco da força. Claro que, narrativamente falando, a coisa vai dar todo um drama maior para Barry, que vai fazer de tudo (possível e impossível) para impedir que aquele futuro se realize depois do lembrete de Jay de que o futuro ainda não está escrito, mas nós sabemos que no fim, provavelmente tudo vai dar certo.
Outro ponto positivo do episódio foi colocar um ponto final no plot chato de Joe e Iris se recusarem a aceitar o fato de que Wally agora é um velocista. Não duvido que exista algum plano maior de H.R por todo a coisa de ajudar e treinar o menino, mas conhecendo só um pouco de Wally já era bem óbvio que, quanto mais o pai e a irmã lhe negassem o direito de ser um herói, mais ele o faria sem “permissão”. Agora, com todos finalmente tranquilos com o fato e com o uniforme de Kid Flash finalmente colocado em jogo, a história tem potencial de andar mais para frente.
No final, com Barry mostrando para Iris o apartamento que será deles, enquanto a neve caía lentamente, o que ficou foi aquela sensação de felicidade momentânea. Nós sabemos que Savitar não foi derrotado tão fácil. Sabemos que mais meta-humanos vão aparecer. Que em algum momento, Nevasca vai voltar a se manifestar. Que ninguém sabe o que o futuro reserva. Barry também sabe disso. Mas naquele momento, depois das palavras de verdades ditas por Jay, ele não era o Flash. Era apenas Barry Allen, o menino tímido que sempre foi e sempre será apaixonado por Iris West. E aquele pequeno momento feliz deles – por mais que saibamos que é momentâneo – foi bonito. Bem bonito.
Outras observações:
— Eu não consegui falar disso no texto, então vou mandar logo aqui antes que eu esqueça: Que nervoso do plot do Cisco nesse episódio. Por um momento, cogitei que ele deixaria se levar pelas lembranças do Dante e se tornaria um novo tipo de Alchemy. Ainda bem que Caitlin estava ali, como sempre, para trazê-lo de volta à realidade.
— Mas que desperdício de Mark Hamill, ein? Espero que usem melhor o Trickster no futuro.
— Muito fofo a Cait usar seus poderes para fazer neve. Natal tem que ter neve, né? (Falou aquele que mora no Nordeste e sonha com isso há 25 anos).
— Finalmente Joe e Cecile deu liga. Tomara que não dê ruim.
— Eu amo o Natal. Amo clima de Natal. Amo música de Natal. Amo comida de Natal. Então, por favor, por mais episódios assim nos anos seguintes!
— A série entrou em hiatus e só retorna dia 24 de janeiro. Até lá, a gente se esbarra em outros posts por aqui. Meu muito obrigado a todo mundo que acompanhou essa primeira parte da temporada aqui comigo e em janeiro a gente tá de volta! Até lá, deixe seu comentário.
