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The X Factor UK – 13×01 / 13×02 Auditions 1 & 2

Por: em 30 de agosto de 2016

The X Factor UK – 13×01 / 13×02 Auditions 1 & 2

Por: em

O The X Factor começou mais uma temporada com bastante coisa para provar. O programa está longe do auge, e não é mais o produtor de superestrelas em massa que um dia foi. Só pra estabelecer um panorama, dos últimos 3 vencedores, apenas Louisa ainda tem contrato com a SYCO e tudo que ela lançou até agora foi uma parceria com o Clean Bandit (sensacional, diga-se de passagem) que não vingou ainda. Entre os que não venceram, Fleur East está tendo tempos difíceis fazendo o merchan do seu Love, Sax & Flashbacks (excelente álbum) em terras de Tio Sam, depois de uma recepção morna nas ilhas de Elizabeth. Nem a capacidade de formar “personalidades da mídia”, um dos diferenciais do X Factor, está se provando uma ferramenta de peso.

E a temporada de 2016 já começa na corda bamba. Depois de termos um dos melhores painéis da história, com Rita Ora e Nick Grimshaw fazendo um excelente contrapeso à magnânima presença de Simon Cowell e Cheryl Cole Fernandes-Versini qual o sobrenome do ex-1D que ela namora?, voltamos com a bancada que uma parte da imprensa gosta de chamar de Fabulous Four ou qualquer coisa do tipo. Rita saiu pra cuidar da carreira musical que tava uma bagunça (e acaba de ser confirmada como apresentada do reboot de America’s Next Top Model), Cheryl também foi pensar no próximo álbum (até agora o seu maior feito foi noivar um dos One Direction que a gente confunde o nome), e Grimmie foi para sabe se lá onde.

The X Factor - 13x01

Sharon Osbourne, Louis Walsh e Nicole Scherzinger só me lembram da PAVOROSA 10ª temporada e isso não é algo que eu realmente gostaria de lembrar com frequência. Nos primeiros episódios, a “nova” bancada não me ofendeu, mas não foi nada espetacular. Louis continua café com leite, meio lá meio cá; Sharon resolveu destilar mais uma vez toda a sua destreza linguística com frases tipo “you’re an endearing little boy” (o que afinal de contas ela quer dizer com essas coisas?); e ainda não tenho uma opinião formada sobre a Nicole 2016. Ela se fez bastante, hm, presente, com bastante lágrimas, bastante cantoria fora de hora, bastante piadinhas e bastante carão. É inegável que essa bancada tem química de sobra – talvez só Sharon fique meio deslocada -, mas eu sinceramente prefiro a química construída do painel do ano passado do que essa bancada cuja média de idade é maior que a expectativa de vida de muitos países. (E nem levei em conta que o X Factor está perdendo uma fatia bastante grande do público jovem pro reality concorrente da outra emissora, então né).

Dos retornos, o melhor certamente foi o de Dermot. Não que Olly e Caroline tenham sido ruins; eles também demoraram para achar o tom mas fizeram um trabalho bastante bom. Só que Dermot O’Leary é o próprio X Factor em pessoa, ponto final. E ele voltou com a corda toda, mais pontual do que nunca. Agora é só esperar algumas semanas e vê-lo fazer mágica nos live shows. Eu amo Dermot O’Leary e vou defende-lo.

Como todo reality musical, The X Factor começa das audições e… meh. Por algum motivo (por vários aliás), mataram as Audições na Arena  e deixaram (de novo) só as Audições na Sala. Eu encaro isso como um ponto negativo, já que, com uma bancada com deficiência de personalidade, o público da arena fazendo o papel de quinto jurado serve muito para a edição, além de dar uma nova camada ao painel que além de interagir entre si e com os candidatos, têm que dar conta de satisfazer uma arena ensandecida. Nas audições na sala, a edição tem que recorrer apenas ao painel para garantir essa outra “camada” de interação. Nesses dois primeiros episódios, algumas vezes funcionou (Nicole sendo protagonista de todos esses momentos), outras não (o complô do resto da bancada contra Simon, aprovando “joke acts” contra o gosto dele).

À primeira leitura, essa introdução pode parecer azeda e de mau gosto. Confiem em mim, eu realmente gosto do The X Factor, e genuinamente acho o melhor reality musical no ar atualmente, mas é inegável que o programa, mesmo depois de 15 mil reformulações dos mais variados tipos, vem mostrando sinais de desgaste. Isso é totalmente natural para um programa que exibe mais de 30 episódios anualmente, mas é um sinal de que algo precisa ser feito antes que se torne um caminho sem volta rumo ao cancelamento. O programa não tem mais como garantir sua existência apenas com base em sucessos do passado, a não ser que queira definitivamente virar um programa para os velhinhos. A fórmula do sucesso de Simon Cowell precisa ser revista com certa urgência.

Agora vou fazer uma retomada das audições que mais se destacaram nesses 2 primeiros episódios. Em geral, não foi a melhor abertura para uma temporada, com muito tempo gasto com os joke acts e audições que a edição vendeu como o suprassumo do talento vocal, mas que né, nem tanto. Mas tivemos alguns destaques positivos, então vamos a eles.

Auditions 1

Yes LadCan’t Stop The Feeling (Groups)


Vamos lá: primeiro que nome ridículo é esse pelo amor de deus? Eu entendi a piadinha envolvida e tal, mas sinceramente, se passarem do Six-Chair eu espero que o técnico dos Grupos (que já vazou quem é mas eu vou fazer a sonsa e fingir que não sei) mude esse nome com urgência. Os garotos harmonizam bem, tem um swag (perdão) razoavelmente aceitável e parecem entrosados (pra uma banda que certamente surgiu com a única intenção de audiocionar para o programa). Claramente tem uma estrela – o garoto de moletom militar -, mas tem 2 ou 3 vocais ruins que precisam melhorar antes de um potencial Six-Chair. Foi o único grupo da semana, então fica difícil estabelecer comparativos, mas está claro que Yes Lad (aff) é um diamante bruto que precisa de muito, muito, muito polimento.

Samantha LaveryExplosion (Girls)


Samantha chegou para representar as girls que eu gosto de chamar de  BERRO GRITO URRO: aquelas que seguram AQUELE agudo por 5 segundos e não sentem nem cócegas. A história do X Factor está cheia de exemplos de garotas assim (tanto entre as Girls como entre os Overs), incluindo a nossa atual rainha, ela mesma Louisa Johnson. Samantha mostrou alcance, mostrou agudo, mostrou voz a torto e a direito. Faltou um pouquinho de personalidade, ou de uma história que convencesse mais a audiência, mas nada que uma treta no bootcamp com alguma garota arrogante não resolva. Parece aqueles acts que a princípio passam batido mas na hora do vamo-ver chamam o jogo pra si.

Christian Burrows (Boys)


Outro tipo bastante comum nos realities da vida é o wannabe de Ed Sheeran, muitas vezes chamado de WGWG (White Guy With a Guitar). O X Factor tem um histórico de garotos assim, mas ao contrário do Idol e do The Voice, eles não são a maioria absoluta dos finalistas e geralmente não são favoritos. Mesmo assim, Christian esteve ali para representa-los e… é. Tem uma voz muito genérica – muito mesmo –, mas se salvou com a música do irmão, que botou a emoção e a vulnerabilidade dele lá em cima e certamente ganhou potencial de final. Eu particularmente achei as emoções meio fake, mas a impressão geral foi favorável pro bonitinho nº1.

James WilsonJolene (Overs)


A audição de James foi bastante esquecível, sinceramente. A voz dele é bastante sem graça, um timbre com pouquíssimo apelo de qualquer espécie. A história da doença, ainda mais considerando que a própria se manifestou no meio da audição, pode ser uma questão a ser melhor trabalhada pela edição, até porque quem não gosta de uma história de superação? Lembrei do Carlos Guevara, da última temporada do X Factor americano, que também tinha dificuldades de concentração (ele tinha Síndrome de Tourette) e chegou muito bem aos live shows. James certamente tem potencial para isso, mas vai ter que vencer os nervos e o transtorno e mostrar um pouquinho mais de voz – coisa que Carlos tinha de sobra. Aí quem sabe ele se torne de algum modo memorável.

Caitlyn VanbeckPiece By Piece (Girls)


Aqui temos mais uma amiga URRO, porém mais contida e com uma voz mais assentada no dinâmico ao invés da explosão de notões. Caitlyn já ganha alguns pontos por ter uma história de rejeição (com bônus de família superunida), e escolheu a música perfeita pra demonstrar isso. Por alguns instantes, a audição dela me fez lembrar a performance dessa música que a Kelly fez no primeiro live do Idol esse ano – de onde certamente saiu o arranjo que Caitlyn usou – mas logo me livrei do pecado de comparar qualquer pessoa com a rainha dos realities. Caitlyn fez uma performance bastante consistente em todos os aspectos, e tem uma história com bastante material para ser explorado, mas ainda é cedo para estabelece-la como frontrunner (ainda mais com as Girls, geralmente a categoria mais concorrida).

Ryan LawrieOh Cecilia (Don’t Go Breaking My Heart) (Boys)


Se, por algum tempo, a tendência dominante entre os boys era de Ed Sheeran-izar as performances, uma tendência em ascensão é a de incorporar o Shawn Mendes (que inclusive aparece como convidado numa das versões de Oh Cecilia), que nada mais é que um Ed Sheeran temperado. Ryan foi o primeiro da temporada nesse estilo, e a audição foi meio mais ou menos. Rolou muita miação (eu chamo de miação aquela coisa que eles fazem de ficar forçando um melisma em cada santa sílaba, quando tá demais eu chamo de “gato agonizando”), pouca personalidade. Não foi “memorável”, como diria Simon Cowell em tempos de maior exigência. Mas o garoto já tem todos os trejeitos de um pop star e vai ser tratado como tal até pelo menos o Six-Chair Challenge, que é onde eu suponho que a jornada dele vá terminar.

Melissa PedroCrazy (Overs)


Em primeiro lugar: com esse nome eu fico com a suspeita de que ela estava no caminho para o X Factor Br e acabou indo parar no Reino Unido. Em segundo, foi uma performance apenas ok. Assim, foi interessante em termos vocais, e ela tem uma história que vale a pena ser contada, mas houve momentos de inconsistência e faltou um pouquinho mais de personalidade. Com certeza tem espaço pra ela nos Overs, falta a edição explorar o potencial dela em algum sentido mais amplo – o que pode acontecer no Bootcamp, dependendo das circunstâncias. E o VT com as crianças depois da audição já deixou meio claro que a edição a considera uma candidata forte.

Para não falarem que passei batido, ficam aqui mencionadas as audições de Luis Elkes e Honey G, usadas pela edição para criar o (péssimo) plot do complô do painel contra Simon. Honey até que não foi de todo ruim, e para um reality que já teve Stevi e Anton entre os finalistas, a “rapper” não é carta fora do baralho e pode cumprir a cota de “joke acts”-que-chegaram-às-finais da temporada.

Auditions 2

Eddie LeeCan’t Help Falling In Love (Overs)


Eu jurava que o segundo episódio ia começar com um joke act desnecessário e uma tonelada de bullying, mas parece que o jogo virou. A relação “forjada” com Simon, o presentinho, estava tudo caminhando para uma audição desastrosa, mas Eddie deu um jeito (?) e segurou sua vaga no Bootcamp. Ele certamente não é o melhor act que pisou naquela sala, mas foi uma performance ok em termos vocais, e o carisma sobrou. Mais uma vez: para um programa que teve Stevi Ritchie e Anton Stephans como finalistas, acts como Eddie Lee não são carta fora do baralho. Eddie ainda mais do que Honey G, porque ele realmente CANTA alguma coisa. Por outro lado, considerando os dois primeiros episódios (que não são termômetro definitivo, mas dão uma ideia), a categoria dos Overs está bastante competitiva, o que dificulta a vida de Eddie, Honey e companhia já no Bootcamp.

Saara AltoChandelier (Overs)


Falando em Overs competitivos, apresento-lhes o primeiro aplauso de pé da temporada (e único até o momento). Saara não tem história triste, mas tem história de esforço e vontade, o que já é um alento para os lares britânicos em busca de entretenimento. A performance em si não foi essa explosão toda que as reações do painel quiseram passar, mas foi muito boa sim, com certeza uma das melhores até o momento. Saara teve algumas dificuldades na estrofe, já o que “agudo lírico” (deve ter algum nome técnico mais bonito pra isso mas infelizmente eu não sei) dela acabou travando a relação entre letra e melodia, mas no refrão – que tem pouca letra e bastante notona – ela sobrou e fez (UAU) Nicole Scherzinger se debulhar em lágrimas. Ela só precisa de um pouco de controle e de um(a) técnico(a) que, com seu próprio talento, faça a garota entrar no eixo e garantir um desempenho vocal mais consistente, já que essa é sua principal ferramenta na competição.

James HughesI’d Rather Go Blind (Boys)


A gente pode encerrar por aqui e dar o prêmio pro James? Ele nem tinha começado a cantar eu já estava APAIXONADO. É o carisma, é a espontaneidade viu querida? O timbre encaixou com a música, que encaixou com a performance corporal, que encaixou com o carão… foi tudo ali muito bem encaixado. Numa sala tão pequena, é difícil as vezes vender uma performance como se faz numa arena, mas James certamente deu conta do recado e, considerando a idade do garoto, é uma pequena bomba-relógio pronta pra explodir em diva realness, talvez numa espécie de Sean Miley Moore menos transgressor. I’d Rather Go Blind é daquelas músicas que precisa de uma entrega completa, e James certamente não ficou devendo em nada. A reação do painel não foi a que eu esperava, mas eu sinto que James passa pelo Bootcamp ileso e têm sua prova de fogo – que pode ser a consagração ou a derrocada – no Six-Chair Challenge, de onde, pelos meus cálculos, deve sair sobrando. Considerando os spoilers, a categoria dos garotos ficou com a melhor técnica possível, de modo que James pode ficar tranquilo com um repertório adequado.

Emily MiddlemasMaster Blaster (Girls)


Meu Deus como essa garota mudou! A participação de Emily na 11ª temporada foi bastante esquecível, mas eu fui checar os vídeos da passagem dela e, em comparação com a audição de Master Blaster, houve uma evolução imensa. Principalmente em termos de atitude, que era o que mais faltava em Emily dois anos atrás, e agora sobra forte e presente. Voz ela tem e ninguém questionou.

Rebekah RyanTake Me To The Curch / Angel (Overs)


Outra coisa pela qual o X Factor é apaixonado são artistas que floparam na juventude, formaram família, e agora tentam uma segunda chance. Não só o X Factor, mas os realities em geral (com exceção das franquias Idol, que têm limite de idade). O único porém é que eles não costumam terminar a competição em uma posição muito boa e muito dificilmente retomam a carreira – talvez seja só coincidência. Rebekah chegou com um VT basicamente sobre o assunto, e isso pode render bastante pano pra manga daqui para frente, mas a audição dela foi sobre desespero. Ela tem um timbre legal, mas a performance de Take Me To Church foi tão descontrolado que eu fiquei angustiado, só queria que acabasse. Ai TCHAN mágica!, e temos uma Rebekah bem mais calma para a performance de Angel. Ainda foi uma performance levemente desafinada, mas certamente a emoção ganhou ela (e o painel), e é mais uma Over rumo ao Bootcamp.

Em resumo, foi um começo médio. Não foi o desastre que poderia ter sido, mas deixou claro o quanto o programa está desgastado e precisado de renovação. Reitero: é a franquia mais sólida no ar, e sua versão original não é de modo algum um fracasso, mas há que se rever algumas coisas. O Six-Chair Challenge foi uma tentativa de mudança mais ou menos bem sucedida; agora Simon soltou na imprensa que vai rolar“mudanças nos lives”, mas logicamente não revelou o que é. E assim o programa vai caminhando. A própria audiência já mostrou sinais de cansaço: os números prévios do primeiro episódio indicam o pior desempenho desde 2005 para uma estreia de temporada.

Além do que, as audições certamente NÃO SÃO o ponto forte do X Factor. Então é esperar para ver.

The Xtra Factor 1: No VT de abertura botaram a melhor performance da história de todos os realities musicais do mundo todo e amém: Alexandra Burke e Beyoncé cantando Listen.

The Xtra Factor 2: O painel foi apresentado ao som de Focus, single rejeitado da Ariana Grande. Queria rejeitar mais um ano de Louis Walsh na minha vida.

The Xtra Factor 3: Uma parte de mim morreu cada vez que o Simon chamou “Nic” e quem respondeu foi Nicole Scherzinger e não Nick Grimshaw.

The Xtra Factor 4: A nova abertura ficou deveras divertida. Eu gostava muito da original, mas essa me parece mais atual (e um tanto menos brega). Além do que, tá MUITO parecida com a do The Voice.

The Xtra Factor 5: It’s time to face the treta: diz que Ryan Lawrie é um artista já conhecido, e já performou na Wembley Arena, o que certamente não ficou NEM UM POUCO claro no VT e muito menos na performance. Mas se a Syco lembrar, SE lembrar, vai ser lá no meio das judges houses’ para dar bastante polêmica. Ah como eu adoro esse programa.

The Xtra Factor 6: O The Xtra Factor (de onde eu roubei o nome desses PS’s) está bastante divertido. Os apresentadores agora são o Rylan Clark, da saudosa nona temporada – agora casado e cada vez mais parecido com o próprio Ken humano com excesso de bronzeador – e o Peter Pan afetado da mídia britânica, Matt Edmonson. E agora o negócio é ao vivo, uma loucura.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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