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Vikings – 4×13 Two Journeys

Por: em 17 de dezembro de 2016

Vikings – 4×13 Two Journeys

Por: em

Olhando para nós mesmos, será que nos tornamos o que queríamos ou nos tornamos alguém irreconhecível? Nessa semana, Vikings nos apresentou mais um episódio satisfatório. Se antes cada personagem precisava enfrentar a si mesmo, agora eles precisam enfrentar o mundo lá fora. Todos eles evoluíram, mas todos precisam morrer para renascerem mais fortes.

Travis Fimmel e Alex Hogh Andersen - Vikings

Depois do acidente, era difícil imaginar o que ocorreria ao chegar a Wessex. Ragnar não levou nenhum guerreiro, apenas homens ambiciosos. Mas, mesmo com tanta ambição, o medo ainda era mais forte. Se eles não estavam preparados para aquilo, o que fariam ao enfrentar um perigo maior? Em muitas culturas, a água serve para nos purificar. Já em outras, ela serve para tirar toda nossa maquiagem e nos mostrar como somos de verdade. A tempestade não apenas mostrou que aqueles homens nunca conseguiriam alcançar seus objetivos, como também mostrou que só atrasariam tudo. Ainda, é importante notar como Ragnar está nesse momento. No primeiro episódio dessa segunda parte, nos deparamos com um homem completamente desconhecido. Ele fugiu para tentar se reencontrar, mas acabou se perdendo ainda mais. Quem retornou não era mais o famoso conquistador, mas sim um homem comum. No segundo episódio, conseguimos notar sua luta interna. Ele queria seguir em frente, mas ainda havia coisas que o puxavam para trás. Mas, vendo esse terceiro episódio, tudo ficou claro. O homem que voltou era sim Ragnar Lothbrok, pois foi aquilo que ele tinha se tornado. Mesmo não querendo reconhecer, sua evolução o deixou naquele nível. A ida a Wessex não é apenas para acertar contas do passado, mas sim para acertar as contas consigo mesmo. E, para poder renascer, antes será necessário morrer. Será que ele estará preparado para isso quando o momento chegar?

Já Ivar continua sendo o melhor de todos os filhos da segunda união. Não apenas pelo carisma do ator, mas também pela profundidade do personagem. Aos olhos alheios, ele é apenas um aleijado. Mas, foi aos olhos do pai que a verdade se revelou. Como notamos no episódio anterior, ele é mais forte e esperto que os irmãos, apenas não possuía as mesmas oportunidades. Livre deles, ele pode realmente mostrar a que veio. Como disse Ragnar, suas pernas não eram um empecilho no caminho, mas sim uma ajuda. Ninguém o reconheceria como um perigo em potencial, o que torna cada vez mais importante sua atuação. Ele é forte, mas nesse momento precisa agir como a pessoa mais fraca que existe. Não apenas pela vida do pai, mas sim porque, quando o momento chegar, ele será a única pessoa que poderá salvar Ragnar de um possível julgamento. Ainda, é importante notar como a relação dele com o pai está se tornando mais forte. Na infância, Ragnar não havia demonstrado grande interesse nele como nos outros, mas agora ele foi o único que ficou ao seu lado. Mesmo sendo aleijado, ele é o mais parecido com o pai. Assim como ele, ele acredita que pode fazer coisas que os outros consideram impossíveis de se fazer. Como ele mesmo percebeu, Ragnar não deixa os deuses nem o acaso decidirem o seu caminho, apenas ele mesmo. Agora, o pai precisará enfrentar o tempo, o próprio passado e o futuro, mas precisará do filho ao seu lado.

Claro, não é possível descrever o quão incrível foi rever personagens antigos novamente. Como dito anteriormente, Ragnar está lutando contra o tempo, mas não apenas ele. O tempo passou para todos, inclusive para os residentes de Wessex. Rei Ecbert, apesar de velho, ainda preserva a personalidade do passado. Entretanto, assim como Ragnar, ele já não é mais o que foi um dia. Para enfrentarem o futuro, todos precisarão esquecer o passado. Para enfrentarem o futuro, todos precisarão esquecer quem foram um dia. Para enfrentarem o futuro, todos precisarão nascer novamente. Mas, para nascerem novamente, todos precisarão morrer. Ragnar está indo de encontro ao seu destino, assim como Ecbert está indo de encontro ao seu. Mesmo assim, não é possível saber o que acontecerá com eles. Afinal, não há soldados nem exércitos. O que será que acontecerá nesse encontro? Pelo visto, mesmo parecendo complicado, ele será de suma importância para todos que participarão. É esse encontro que definirá o destino de todos os personagens que ali se encontram. É esse encontro que nos mostrará se veremos o famoso conquistador novamente, ou se só veremos o fim da história de um velho homem.

Linus Roache - Vikings

Já Lagertha, após o confronto com Aslaug no episódio passado, finalmente decidiu que caminho seguir. Assim como os outros personagens, ele também está caminhando para o futuro ao enfrentar o passado. É engraçado notar como esse quarto ano está contando novamente tudo o que vimos na primeira temporada, como a viagem de Ragnar e a conquista de Kattegat. Se antes vimos o começo de tudo, agora estamos vendo o recomeço. Já é quase certo o desfecho que esse confronto terá, mas e depois? Mesmo recontando o passado, é nítido que o roteiro está seguindo caminhos impossíveis de prever. Se Lagertha conseguir, como Ragnar se portará perante o ataque? Ainda, como será o relacionamento dela com os outros filhos? Astrid, mesmo não demonstrando tanta importância para a história, já está mostrando um papel fundamental na vida da Viking. O relacionamento dela com Lagertha, mesmo não sendo algo tão sério como os anteriores, já demonstra certo nível de preocupação por parte das duas. Lagertha não estará ao lado de Astrid em todas as batalhas, por isso a garota precisa, antes de tudo, conseguir enfrentar as batalhas por conta própria.

Seguindo para além do mar, nos deparamos com um novo reencontro. Rollo, mesmo tendo renunciado tudo no passado, ainda não consegue seguir em frente. Olhando para nós mesmos, será que nos tornamos o que queríamos ou nos tornamos alguém irreconhecível? Rollo tentou se moldar de todas as formas para se encaixar aonde queria, mas sua verdadeira essência permaneceu. Muitas vezes, assim como ele, tentamos nos mudar para nos encaixarmos em algum grupo ou em alguma realidade. Mas, apesar disso, é importante sabermos que, não importa o tamanho da nossa força, nós nunca poderemos esconder quem somos de verdade. Ele sabe disso e, mesmo podendo gerar desavenças políticas, ele finalmente está sendo quem é de verdade. Claro, é importante notar que nem todos estão felizes com isso. Bjorn, assim como todos os tripulantes, ainda não consegue aceitar a vinda dele. Mas, depois de tudo que ocorreu em Paris, será que é mesmo possível tudo se resolver? Esse, assim como os outros núcleos, promete render ótimos diálogos e intrigas. Assim como eles, nós também estamos navegando por caminhos desconhecidos. Será que estaremos preparados para o futuro?

Alyssa Sutherland - Vikings

No geral, Vikings continua seguindo seu ritmo. Diferente da primeira parte, agora temos episódios mais consistentes e, ao que tudo indica, com um propósito diferente. Se antes a política e a guerra tomavam conta da história, agora chegou a hora de nos aprofundarmos em cada personagem. Ainda, é importante notar as mensagens que cada acontecimento nos passa. Assim como eles, nós também ficamos presos a muitas coisas do passado. Será que não chegou a hora de esquecermos o passado e enfrentarmos o futuro? Será que não chegou a hora de esquecermos quem fomos e nos focar em quem somos? Será que não chegou a hora de renascermos? Assim como os personagens, precisamos estar preparados para quando esse momento chegar. Ou, pelo menos, tentar.

Observações:

Rollo já encaminhou os papéis para o Cartório para mudar o sobrenome para Greyjoy.

A cara da Princesa Gisla depois que o marido saiu é igual a minha quando meus amigos saem sem mim.

Pelo olhar do Aethelwulf, parece que o “Casos de Família” de Wessex continua.

Esperando um plot descente para os outros filhos do Ragnar.

Into the woods it’s time to go, i hate to live…

Floki sou eu quando encontro uma criança.

-Alyssa Sutherland seria uma ótima Feiticeira Branca em um reboot de “As Crônicas de Nárnia”.

Peço perdão pelo atraso em publicar a review.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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