Frase do episódio: “Resistência é inútil”
– Doctor Who
Desde o piloto de Wilfred (US) embarcamos numa viagem louca, pirada e que em alguns momentos parecia não fazer sentido algum. Certas pessoas entraram no clima, teorizaram, riram e quanto mais doido ficava, mais aproveitaram. Outros estranharam o universo da série e quanto mais ela desenvolvia sua mitologia, menos gostavam. Esse grupo provavelmente acabou abandonando o barco no meio do caminho, o que certamente foi a coisa correta para elas. Enfim, com controvérsias ou não, chegamos ao final. Krungel, Mataman, cultos, deuses, teorias, tudo jogado fora nos dois últimos episódios. E a finalização? Excelente!
Vamos ser sinceros: o protagonista estar imaginando suas interações com o Wilfred é um final que todos os telespectadores já imaginaram desde o começo. Isso sempre foi ganhando força com o passar do tempo, conforme alguns distúrbios do Ryan iam sendo mostrados. Porém, o previsível nem sempre é ruim, esse é um dos casos. Parando pra refletir esse foi o melhor final que poderiam ter feito. Se o seriado fosse tomar um rumo mais sobrenatural, alguns furos facilmente seriam encontrados caso alguém revesse os episódios. Então o fato do Ryan imaginar as coisas foi uma forma de sair desse labirinto de perguntas? Foi uma forma de enganar o público? Não! O grupo de pessoas que de fato aproveitou Wilfred (US) teorizou pensando em diferentes soluções para os mistérios, mas fez isso para entrar na proposta da série, para passar pela insanidade que estava sendo proposta e durante esse tempo essas pessoas estavam sempre cientes que tudo poderia retornar naquela questão inicial: seria tudo imaginação? Wilfred (US) sempre foi incerta e é por isso que o fim passou longe de uma enganação. Muito além disso, o final encaixou perfeitamente e foi uma grande homenagem à própria série.
Tendo esses pontos esclarecidos, podemos comentar sobre o que aconteceu. Para organizar as coisas em melhor forma, decidi deixar os assuntos em tópicos:
– Jenna & Ryan: A minha relação com a Jenna sempre foi estranha. Torcia para ela formar um casal com o Ryan porque isso o deixava feliz, porque isso era o que ele queria. Ela de certa forma sempre foi simpática, mas algo me incomodava. Era como se a Jenna recorresse ao Ryan somente quando estava na pior, justamente porque sempre acharia conforto ali. Ele era seu refúgio para seus momentos ruins, nada além disso. Sempre relevei essa questão por um simples motivo: Esperava pelo momento que ela percebesse que o Ryan era o cara certo pra ela (coisa que eu achei que havia finalmente acontecido semana passada). Mas aí vemos que ela nunca mudou quando começou a ir para o lado do Drew no 4×09 Resistance. Sendo assim, o discurso que ela recebeu do protagonista foi ótimo e cada palavra foi merecida.
– A morte do Wilfred: Aposto que todo mundo estava incerto quanto a essa questão. Afinal, estamos todos familiarizados com a série que estamos assistindo e sabemos que tudo poderia mudar na última hora. Porém, a morte do cachorro mais amado dos seriados realmente veio e foi extremamente bem executada. O maior destaque vai para a cena da corrida do Ryan na praia, simplesmente emocionante. Todos aqueles flashbacks trouxeram uma grande nostalgia e aquele pensamento de “então é isso, tá acabando…”. É claro que também não podemos deixar de destacar os momentos em que vemos o Wilfred como um cachorro, uma curiosidade que todo mundo tinha.
– Os distúrbios de Ryan e o que eles significam: O Wilfred não tinha a missão de conduzir Ryan à felicidade, o Wilfred era a felicidade dele. Essa “revelação” encaixa-se de forma perfeita no contexto geral da série. Diante de uma vida tão conturbada, de tamanha depressão e daquele sentimento de estar perdido, a criação do Wilfred foi um meio da mente do Ryan criar um escapismo da dura realidade em que ele vivia. Muito além disso, foi também uma forma de dar um objetivo para sua vida. O Ryan descobrindo (e aceitando) tudo isso foi o que tornou o final tão bom. Se essa é a forma dele finalmente ser feliz, qual o problema? Todos merecem a felicidade, independente da forma que ela é alcançada.
Algumas considerações finais rápidas:
– Wilfred (US) foi uma série extremamente curiosa e ficará marcada por isso. Trata de temas sombrios (depressão, suicídio, insanidade…) sendo, no fim, feliz.
– A trilha sonora estava afiada, combinando muito bem com o clima. Destaque para Many Rivers To Cross, do Jimmy Cliff.
– How I Met Your Mother tem o guarda-chuva amarelo. Friends tem o quadro na porta. Lost tem os números malditos. Wilfred (US) tem a bolinha de tênis.
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Frase da series finale: “A felicidade não depende de coisas exteriores, mas da forma como a vemos”
– Leo Tolstoy
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No fim, o Wilfred também trouxe um pouco de felicidade para nós, telespectadores, toda semana. E você, o que achou da experiência da série? Curtiu o final? Conta pra gente!
