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American Idol – 15×21 Top 3 Revealed

Por: em 6 de abril de 2016

American Idol – 15×21 Top 3 Revealed

Por: em

Errei duas coisas nas minhas previsões de semana passada sobre esse episódio. A primeira, mais óbvia e mais dolorida, foi o eliminado (primeira eliminação que errei na temporada, e se tudo der certo, o último). E a segunda foi o foco da edição. Enquanto eu imaginava que, por ser o último episódio antes da antecipadíssima series finale, iríamos nos esbaldar em espírito nostálgico e saudosista, tivemos um episódio totalmente focado nos acts. Dos homecomings às performances do top 3, foi tudo sobre o American Idol 15. E no fim das contas, no último episódio ao vivo realizado no já icônico stage 36, as 2 horas de show do episódio 21 foram um tributo muito especial à história do programa, sem quase gastar tempo de tela com o passado. Foi finalmente um episódio pleno – ainda que muitas das ressalvas feitas por mim ao longo da temporada continuem totalmente válidas.

Primeira Rodada – Home Visits

A não ser que você seja frio em dimensões inumanas, os Home Visits/Homecomings/nunca sei como eles chamam isso servem para você se emocionar e se afeiçoar, por uma última vez, com seu finalista predileto. E, numa temporada em que emoção e afeto foram substituídos por agilidade e pressa, essa primeira parte do episódio foi fundamental. Mesmo com VTs extremamente longos e extensas intervenções no palco – que fizeram com que essa primeira rodada ocupasse quase 70% do episódio -, foi um bloco importantíssimo para o aspecto Coração do AMERICAN Idol, que exala patriotismo por todos os poros. Numa temporada cujo top 4 vem de 3 estados sulistas vizinhos, isso é uma importante observação. Mas deixa isso de lado e vem se acabar de chorar conferir meus pensamentos sobre esse primeiro bloco do penúltimo episódio de American Idol na vida.

MacKenzie BourgHallelujah

Se você é fã de realities musicais, o nome Hallelujah te levanta uma sobrancelha. Todo mundo consegue lembrar de pelo menos três performances dessa música no passado – até nos BR já teve -, já ultrapassou os limites do overdone e entra num limbo de ninguém aguenta mais. MacKenzie, provavelmente consciente disso, ‘escolheu’ a canção para homenagear sua cidade natal e fazer uma espécie de ode a sua história de vida, apoiado por um VT fortíssimo e super apelativo. Como de costume, MacKenzie tirou a energia da canção e entregou uma performance nua, que convence pela emoção – mas que também deveria convencer pela voz. Dessa ele não só MacKenziou a canção, mas Thomas Stringfellou e encheu de gemidinhos e exalações profundas fora de hora, que não colaboraram muito para o resultado final. Mas isso é MacKenzie né, esse estilinho singer songwriter que não ousa muito e que funciona mas não impressiona. Uma performance acima da média, mas 10 minutos depois de ver eu já esqueci.

Dalton RapattoniCalling You

Se a performance de Mack foi muito Mack, a performance de Dalton foi Dalton do começo ao fim. Um começo desgraçado de ruim, instável, sem energia, mas quando a música engatou ele foi junto. A coisa só foi funcionar lá pra transição da ponte pro refrão, e funcionou só porque tinha o apoio de um arranjo muito bom, já que os vocais, como sempre, ficaram só ok. Outra coisa que me interessou – e que costuma acontecer em final de temporada com candidatos mais fracos – é o amadurecimento dele no palco, a confiança no próprio talento, ao contrário daquela vulnerabilidade furada das semanas anteriores. Tá. (Mas o que eu queria era Sonika cantando Céline Dion sim senhor).

Trent HarmonTennessee Whiskey

Dos 4 VTs de Homecoming, o de Trent era o menos emocionante. Mack tinha a doença, Dalton tinha as crianças, LaPorsha tinha a clínica e Trent tem… uma vida perfeita. Família de fazendeiros, estrela do colégio, branco, magro e bonito… a edição sofreu para achar uma vulnerabilidade útil no VT. Preferiu jogar a visita surpresa da família no final, para coroar uma performance muito boa. Com o tema de homenagear a cidade, Trent fez uma ótima escolha com o hino country – consideremos que não houve nenhum candidato homem do gênero no top 10 – numa espécie de apelo ao patriotismo americano (o que a gente já viu um bilhão de vezes aproximadamente). Os vocais saíram impecáveis, o trecho acapella funcionou tanto quanto as modulações nos finais de verso (as emissões do agudo que vira falsete em glass/wide ficaram divinas) e os vibratos, finalmente, foram contidos. Trent vem numa crescente incrível e, a uma semana do derradeiro espetáculo, se põe como uma leve ameaça ao reinado de La’Porsha.

La’Porsha RenaeGlory

Falando em reinado, segura a performance da Rainha! Não foi uma performance impecável, tecnicamente falando, com algumas desafinadas que não são comuns nas apresentações de Mommy Porsha, mas isso ficou de lado. Foi uma performance importante, inspiradora, que só consolida a saga black diva que agora chega ao seu ápice: a discussão honesta sobre temas (em tese) delicados com racismo e machismo. E, mesmo com a voz embargada demais, La’Porsha convence todo mundo de que, se ela é quem tá falando, então é verdade.

Resultados

Semana passada eu me perguntava se a América iria escolher o talento pronto de MacKenzie ou a emoção cruade Dalton. Sem levarmos em conta fatores com perda de audiência e flutuação no número e na origem dos votos, a América fez uma escolha. Mackenzie faria uma finale muito mais interessante do que Dalton, com certeza, mas a responsabilidade não é minha.

Segunda Rodada – Escolha de Scott

Eu odeio Scott Borchetta e vou matá-lo. Três escolhas ridiculamente óbvias, sem nada a acrescentar pra ninguém, contra a vontade de um act… foi bem ruim. Continuo achando Scott Borchetta um atraso enorme para esse programa e, mesmo que não seja ele quem escolha de fato as músicas, ele é chato, sem carisma e não passa nem um pouco a sensação de quem entende de música e de performance – além de geralmente atrapalhar a vida de alguém mais interessante e talentoso que um de seus ‘favoritos’. Infelizmente, a essa altura do campeonato, não há nada que possamos fazer.

Dalton RapattoniDancing In The Dark

Vontade louca de copiar e colar a crítica da primeira performance. Não se segura só com a voz no começo, mas quando a música engata ele vai junto. Performance confiante, madura, decente, mas a tentativa de emular uma zombie walk ali no caminho foi bem estranha. Bring MacKenzie Back.

La’Porsha RenaeStay With Me

Essa performance serviu para provar duas coisas: a) La’Porsha é uma atriz do balacobaco e b) ela tem um carisma tão bom que dói. Pegou uma música que não diz uma vírgula que ela concorde, e estourou a boca do balão. Vocais impecáveis, performance totalmente crível. E o melhor melisma da temporada – e talvez o melhor desde Candice Glover no programa. Mais um black diva (?) anthem, mais uma boa performance. E um discurso anti-Scott digno de ‘se me atacá eu vô atacá’ no ao vivão. La’Porsha só não leva esse título se…

Trent HarmonDrink You Away

…. se Trent levar. Essa performance foi o suprassumo da passagem dele pela competição. A  ambiguidade entre o contido e o exagerado. E o carão e a suavidade. A pronúncia e a glory note (e o vibrato em toda maldita sílaba).Foi bom, mesmo com o problema – quem adivinhar ganha um doce – na emissão da parte grave no começo da música, mas foi uma performance cheia, plena. Vai ser um duelo de grandes vocalistas, a ultima finale do American Idol (sim, eu já estou contando que Dalton vai ser eliminado).

Pausa para Keith Urban fazendo aquilo que faz de melhor: cantar. Uma ótima composição, essa Wasted Time, apesar de bastante tipificada, e uma performance super divertida do novo single do, bom, jurado.

Terceira Rodada – Escolha dos Jurados

Fica díficil acreditar que algum jurado escolheu alguma coisa – Jennifer Lopez nem lembrava o nome da música de Dalton, pelo amor -, mas vamos fingir que acreditamos e que os jurados escolheram essas músicas. Foi uma boa escolha, ao contrário das do Ciclope do X Men Scott, foram faixas que desafiaram os acts, tinham um apelo bem mais interessante e, em tese, funcionaram muito mais.

Dalton Rapattoni – Everybody Wants To Rule The World

Deu ruim pra você, Dalton. De quem foi a ideia de diminuir o tom da música eu não entendi, só sei que foi o gatilho de um desastre anunciado. A região aguda é o bônus de Dalton vocalmente – mesmo quando ele está com ‘dificuldades’, argumento utilizado para justificar a mudança de tom –  e o grave dele é bem ruim. Isso somado a uma zombie walk masterizada e uma música mais sutil que os hinos rock que ele costuma se dar bem resultou em uma performance bastante ruim. E não, bancada, a energia dele não justificava eventuais inabilidades vocais. Até porque inabilidade vocal, dificuldade, isso é uma coisa. Agora um dos piores vocais da temporada em pleno top 3 é o fim.

La’Porsha RenaeHello

Se o top 2 não for Trent e La’Porsha eu me jogo da ponte com uma pedra no pescoço. Adoro quando ele aposta nessas canções mais soul, mais roots – tipo Stand By Me e até a própria Teneessee Whiskey – porque funciona perfeitamente com a voz dele. Isso é um problema para uma futura carreira em potencial? No caso dele ganhar, é bem provável que Scott tente Nick Fradianiza-lo? Certeza. Mas não é essa a minha preocupação – e nem a do público. Foi uma performance impecável, convincente, digna de finale eu diria (considerando o lixo que as últimas finales têm sido, com certeza). E rolou um momento #VamoMostráCulturaPressePovo com mais que um verso inteiro em falsete que deu bem certo.

Ranking Final

Simplesmente não há o que discutir: La’Porsha e Trent serão os finalistas. A não ser que eu esteja subestimando muito a fã-base de Dalton (certamente criada lá pelos idos de Rebel Yell), não é possível que esse garoto esteja na final. Entre os dois, La’Porsha é superior em tantos aspectos que dói, mas é aquele ditado: quantos homens brancos magros tocadores de violão ganharam o Idol? Ou qualquer reality? Ah.

 


Mic Drop 1: Jennifer garota, finalmente acertou o look hem? Arraso.

Mic Drop 2: A ação de Era do Gelo pisou muito na ação de Angry Birds. É aquilo: quer fazer, faz direito.

Mic Drop 3: MacKenzie super fofo com La’Porsha <3


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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