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Arrow – 5×04 Penance

Por: em 29 de outubro de 2016

Arrow – 5×04 Penance

Por: em

Quando não há outra saída, culpar-se é escolher sofrer em vão.

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Com um roteiro amarrado, Arrow entregou mais um excelente episódio na sua quinta temporada, investindo em três frentes narrativas distintas, todas muito bem trabalhadas, e perdendo pouco tempo com o que não precisa. Se os acertos desse ano estão vinculados a algo, sem dúvida é ao aspecto cru e violento que o Arqueiro Verde sempre teve em sua origem. Apesar de deixar o humor irônico um pouco de lado, o que Curtis parece forçar a cada segundo de tela, o desenho da narrativa atual é fluído e mostra mais certeza do que vimos nas temporadas anteriores. Talvez Arrow esteja realmente acertando, talvez eu já posso ficar feliz com isso (mas ainda tenho medo).

A frente principal do episódio trouxe Oliver planejando a fuga de Diggle, como tinha sido levantado no final de “A Matter of Trust”. Claro que tudo tomou proporções um pouco catastróficas demais, mas estamos falando da fuga do marido da chefe da ARGUS, então tudo é possível (inclusive aquela saída triunfal com Oliver e Dig sendo puxados por um avião). É interessante o embate que Felicity levanta sobre quebrar leis para salvar os amigos, algo que eles fazem a todo momento, mesmo que não percebam. Ser vigilante, por si só, já os coloca contra a parede da justiça e foi inclusive pauta de discussão para muitos que entraram na equipe. Armar a fuga de uma prisão militar é pior? Claro que sim. Mas Oliver estava fazendo exatamente o que sempre fez por todos os seus amigos ou pessoas que se importa: blindando qualquer consequência e se jogando no que fosse preciso para tirar a pessoa dali.

A decisão de John em permanecer na cadeia é impensada. Ele matou o irmão porque quis sim, mas Andy já tinha dado provas de que poderia fazer o mesmo na primeira oportunidade que surgisse. Fora que ele foi um dos principais elos na corrente podre que levou a morte de Laurel. Ficar na cadeia, sentindo pena de si mesmo, não resolve nenhum problema. Assim como Oliver, também acredito que Dig tem mais valia nas ruas, como Espartano, do que preso em um cubículo de concreto. Será bem interessante ver agora como que John se misturará com a nova equipe, o que deve ser a fórmula perfeita para alguns conflitos que estão por vir.

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Quanto a equipe, tivemos alguns movimentos bem interessantes nesse episódio. O que chama maior atenção é a volta de Rory como Retalho e seu “entendimento” com Felicity. Apesar de parecer rápido, esse foi um claro lembrete do roteiro para nos dizer “tá vendo, não estamos mais enrolando 5 episódios para resolver uma coisa que todo mundo já sabe que será resolvida!” e isso me agrada demais. Felicity foi colocada em uma posição impossível e sua decisão foi baseada no que achava ético, no ato de salvar o máximo de pessoas que podia. A questão é que, de qualquer maneira, vítimas seriam acometidas e alguém pagaria pelos atos de um megalomaníaco como Damien Dahrk, que foi o que aconteceu com Havenrock. Aprendemos também que o manto do Retalho é uma herança de família e eu já começo a torcida para que a gente possa conhecer essa história mais de perto – seja em Arrow ou em uma visita ao passado de Legends of Tomorrow.

“Penance” trouxe também, pela primeira vez, Eve sendo chamada de Artemis, mas ainda pouco destaque para a garota, que passa a ser uma das minhas favoritas. Mesmo não tendo grande chance para brilhar em meio a uma equipe que pouco confia no seu potencial, acho ela uma das personagens mais interessantes e que pode render histórias futuras bem legais, principalmente se a aproximarem mais de Felicity ou Thea, mulher fortes da série. Infelizmente chega o momento que a gente tem que falar de Curtis e o quanto essa “escalação” vem dando errado para a equipe. Primeiro, ele não tem nenhum treinamento. Esse lance dele ser atleta olímpico deve ser uma daquelas coisas que ele fez por um segundo e colocou no currículo – lições de uma pessoa especial por aí. Depois, seu humor 100% forçado, sempre nos momentos errados. Gente, esse cara nasceu para ficar junto com Felicity, investigando provas e analisando dados. Quem foi que achou que seria uma boa ideia colocá-lo em campo? Talvez eu me arrependa no futuro mas, por hora, a ideia de tirá-lo de cena me agrada demais.

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Como se tornou padrão nessa temporada, a presença do Cão Raivoso canaliza todas as atenções. O personagem é grande e merece o destaque que está tendo, principalmente nesse embate com Oliver que insiste em protagonizar. Gosto da maneira que ele se atreve a fazer as coisas e como se coloca na linha de frente de quase todas as iniciativas. Rene é uma peça muito importante de tudo que vem dando certo nesse novo ano e espero que não seja uma carta marcada para eliminação breve (não quando temos Curtis como possibilidade). Seu sequestro, no final do episódio, é um gancho e tanto, que promete nos render grande ação na próxima semana. Não sabemos qual o limite da lealdade de Rene, nem quanto Church está disposto a fazer – antagonista que começa a ampliar suas dimensões e tomar um grande destaque por essa pegada violenta e “real” que imprime na maioria das suas cenas (palmas para essa escalação que foi excelente).

Adrian Chase também deve direcionar os rumos do seu personagem para outro caminho em muito breve. Sua inquietação com os vigilantes e com a falta de possibilidade que seu cargo de promotor acaba lhe dando são fortes indicativos de que veremos sua transformação em muito breve – espero que seja uma força para a equipe de Oliver e não um antagonismo, como parece o caminho mais óbvio. Com menos destaque, Lance teve sua participação no episódio cumprindo com seu novo cargo de vice-prefeito e servindo para duplar com Adrian nas cenas da invasão da delegacia. Espero que a participação do ex-detetive aumente com o tempo, já que ele é alguém que tem pleno conhecimento do trabalho de Oliver, dentro e fora da prefeitura, e pode influenciar nas busca de resultados positivos para a equipe.

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Na Rússia, vimos a última missão de Oliver para se tornar membro da Bratva. Confesso que venho amando esses flashbacks, porque eles saem do ambiente da ilha (mas devem retornar para lá em algum momento, visto que, no piloto da série, Oliver estava em Lian Yu quando encontrou resgate) e não são inúteis como os da terceira temporada. Fora isso, estamos conhecendo um lado impiedoso de Oliver, que mata para conseguir a informação que precisa e se alia a uma organização em busca de justiça. As cenas na cadeia foram incríveis, na real. Acho que nunca fiquei tão animado com uma faceta de Oliver Queen como essa que estamos conhecendo. Tomara que o recurso explore isso mais e mais.

Te deixo agora com o vídeo promocional do próximo episódio que, se você não gosta de spoilers, melhor nem chegar perto porque tem uma cena forte! Até semana que vem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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